segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O universo, os caras e as crises de bronquite.

Nada é como antes, mas, pra falar a verdade, isso não me afeta. Não em afeta porque eu, definitivamente, tenho cagado oito quilos pra vida. E dai que as coisas não sairam como eu quis? E dai? Eu tô bem do jeito que eu tô, você tá bem do jeito que tá e se estamos bem, mesmo como as coisas não saindo do meu jeito, a explicação é uma só: eu estava errada. Você vai pensar 'não acredito que ela adimitiu um erro', pois é. Eu sempre fui orgulhosa, besta, metida a estar sempre certa. Mas agora, já disse, cago oito quilo pro mundo. Foda-se, eu tava errada mesmo. E não tô nem ai pro que você pensa quando escuta isso de mim. Quer que eu assuma outro erro? Perder noites e noites planejando a vida. Logo eu, tão metida a saber de tudo, não sabia que planejar a vida é a maior burrice da raça humana. Não se pode planejar a vida, não dá. Existe um universo conspirando e você nunca vai saber o que ele prepara pro seu futuro.
Mas agora? Agora eu cago oito quilos até pro universo, eu quero mais é que o universo se dane. Ele e todas as suas conspirações. Nunca vi coisa mais instável que esse tal de universo! Se o universo fosse um cara, ele seria daquele pior tipo. Um tipo bem parecido com todos que eu conheci: hoje tá tudo bem, tudo lindo, tudo amorzinho, amanhã? aah, minha querida, amanhã já é outro dia. E aí o que você faz? Reza. Reza pelo universo, reza pelo cara, reza pro seu coração aguentar tanta instabilidade. Agora eu? Eu nem rezo mais. Nem pelo universo, nem pelos caras. Só rezo pra que essa minha saúde de idosa, não piore. Rezo, unica e exclusivamente, para que minha respiração não falte na hora que o universo, ou um cara, me decepcionem. Rezo pra essa maldita bronquite nervosa não em ataque cada vez que o maldito universo, ou um maldito cara, ataquem meu coração. Fora isso, eu não rezo. De que adianta? De que? Perdi noites rezando...rezando pelo universo, rezando pelos caras, rezando pelos meus planos. E o que consegui? Olheiras. Agora eu só rezo pra continuar tendo ar, cada vez que essa puta vida me der uma porrada. Se eu tiver ar, o resto, passa. Passa porquê tem que passar, passa porquê ninguém, nem eu, é tão burro de sofrer pra sempre por alguma coisa. Ou que sofra, problema seu, caguei pro seu sofrimento, assim como o resto do universo cagou pro meu. Mas quer saber? Eu não sofro mais. Sofrer é pra gente muito forte, com a saúde muito boa. Eu, você sabe, tenho essa saúde de uma mulher de 90 anos, não posso me dar ao luxo de sofrer. Agora o máximo que eu sinto é uma pontinha de dor, mas aí, eu ligo meu nebulizador, pingo 6 gotas de Berotec e fica tudo certo. Passa a dor, o ar volta, e por conta do remédio, meu coração começa a bater forte, expulsando qualquer um que se atreva a bater na porta pedindo pra entrar. Machucou? Caguei.

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