terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Como dois e dois são cinco.

O dia seguinte é sempre o pior, mas esse meu, simplesmente, não tá sendo. Eu não tô sendo nada hoje. Eu só fico aqui, com essa cara de quem espera as cameras aparecerem e dizer que é uma pegadinha. Não como, porque comer já não tem graça, não durmo porque nem dormir eu consigo, só respiro porque tenho tantas rezas acumuladas, que o Cara lá de cima resolveu me poupar dessa vez. Mas as cameras do programa de humor não aparecem e eu chego a conclusão de que isso é um filme, um dramalhão daqueles bem ruins, fico assim, repassando o filme na minha cabeça mesmo, tentando adivinhar onde nosso roteiro desandou. Onde eu deixei de ser a princesa ou onde você cansou de ser o principe. Eu fico assim, juntando todos os pedaços da nossa história, tentando arrumar um jeito de fazer tudo voltar a dar certo. Mas cada pedaço me faz ter certeza que as coisas, mais uma vez, não sairão do meu jeito. E eu tenho que aceitar. Dois e dois são quatro, só que no meu atual estado de espirito, dois e dois só podem ser cinco. Não existe nada exato, nada completamente certo. Meu mundo virou de pernas pro ar.
Ainda tem essa coisa entalada na minha garganta, esse vazio no meu estomago...tá tudo tão difícil. Não tive coragem de tirar suas fotos dali, elas me dão a sensação de que isso é provisório, mas cada vez que as olho, sinto um mar de lágrimas me invadirem. Nosso primeiro mês tá estampado ali. A primeira festa que fomos juntos tá ali. A primeira viajem que fizemos está ali. Seu carinho me beijando tá ali. Seu sorriso tá em todos os lugares do meu quarto. Esse seu sorriso besta, de quem não tá nem ai pra vida. Essa sua cara que faz parecer sempre que você acabou de acordar.
Quem foi que mudou a história? Quem escreveu que eu deixaria de ganhar carinhos, pra ouvir insultos? Quem teve a idéia de que trocas de farpas seriam melhores do que juras de amor? Malditos roteiristas, não entendem nada.
Eu tô aqui colocando pra fora um monte de idéias babacas, sem nem saber se você vai ler. Eu tô aqui escrevendo e chorando, mas nem sei onde tá você. Como dói não saber como foi seu dia, o que você fez, o que tá acontecendo. Como dói ter que começar a me acostumar a vida de antes...você com outras no meu lugar, você sem eu do lado, você por ai, perdido...longe de mim e do meu alcance. E as pessoas insistem em falar que tudo vai ficar bem, tudo vai voltar ao normal, que se eu pensar bem, tá tudo certo. Tudo tão certo, assim como dois e dois, só podem ser cinco.

Um comentário:

  1. O mundo sempre dá voltas e quando a gente acaba se acostumando com algo, com a gente começa a pensar na possibilidade de que dois e dois pode sim ser quatro de novo, tibum.. acontece uma reviravolta! Quando a gente menos espera ele reaparece, fazendo com que tudo que deveria ser normal aos nossos olhos, soe estranho de novo. E mais uma vez temos que nos acostumar com tudo, com o jeito como todos nos olhos, nos tratam...
    Mas a felicidade tem um preço, e só nós sabemos quando esse preço vale a pena, ninguém pode nos dizer isso. Quando nosso dois e dois, parece mais um cinco, a gente dá um jeitinho desse cinco parecer um seis, e seis é par e quando as coisas estão em pares se tornam mais fáceis do que quando estão em impar!

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