quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Uma flor, um pedido e uma meia resposta.

Eu gosto de você. Gosto mesmo! Gosto de querer pegar sua mão de garoto perdido e te levar pro caminho que cê precisa encontrar. Mas eu também sou uma menina perdida e todo dia eu sinto que meu caminho certo tá muito longe de chegar.
Mais do que os outros, você sabe lidar comigo. Acho que é porque a gente se parece tanto.... Pensa tão junto que as vezes eu nem sei quem pensou. E a gente ri, ri, ri... Vai rindo de tudo que dá certo e dando risada do que não deu. A gente faz piada até de nós dois, que já demos errado antes. Mas dar risada eu já consigo, sentir borboletinhas no estômago também. O que eu não sei é se já juntei todos pedaços do meu coração. Sei lá, ele ficou quebrado muito tempo. Não sei se ele já tá inteiro pra entrar em outra história. Ainda mais uma assim, feito a que pode vir a ser nossa.
Não tô te dispensando. Se depois desse meu discurso cheio de intensidade da mulher que ficou a tarde sofrendo porque um cara maravilhoso feito você pediu ela em namoro, você ainda me quiser, eu vou estar aqui. Qualquer dia, qualquer hora. Mas por enquanto estar aqui é o máximo que eu posso fazer. Porque enquanto eu não souber que já sou totalmente inteira, não quero correr o risco de sentir necessidade de estar em todos os lugares que você vai estar. Não quero ser surtada nunca mais. Tudo bem ser maluquete e te fazer sorrir esse sorriso lindo de menino-que-tá-virando-homem, mas surtada e pesada não. Eu sei que você entende o que eu tô dizendo. E também sei que de primeira você vai encarar isso como um "não", pra só depois pensar nisso como isso é: "de todos até agora, você é o único que tem chance". Então, me desculpa, tá? De não ser tão mulher quanto você acha que eu sou, de ainda ser meio menininha medrosa. E pensa nisso tudo que eu falei de mim, em relação a você também. Cê sabe que eu não fui a única despedaçada.
Mas, por favor, não tira seus braços de volta de mim não, porque se você tirar, eu caio. E ai, nem sei....

sábado, 1 de outubro de 2011

Apenas amigos.

"Não se apaixona, não se apaixona, não se apaixona".
Virou meu mantra. Já quase caí nessa mesma onda uma vez e me recuso a passar pela segunda.
Mulher gosta de homem que faça ela rir. E como gosta! Eu dou tanta gargalhada que essa semana de Setembro, que tem precedentes terríveis, foi umas das mais divertidas que eu tive no ano. De graça, sem sair de casa. Bobo, né?
"Não sei apaixona".
Repito o tempo todo, porque quando eu fizer o contrário disso, meu inconsciente vai poder dizer que me avisou. Eu sou tão bobinha de me abalar com coisas tão pequenas, tão sem valor pra todo mundo. Mas.... Se não fosse outra possível-paixão-bobinha não seria eu.
"Não sei apaixona, não se apega".
Mas ai eu acordo e já quero falar, já quero saber. Já quero só um "oi" pra começar o dia feliz.... Ai, ai, falei tantas vezes que meu "dias felizes" não dependeriam de mais ninguém. Mas essa coisinha de querer ver, querer falar, essa expectativa de sobre qual vai ser o assunto do dia.... Eu senti tanta falta disso.
Não posso me apaixonar, mas adoraria poder. E adoraria que fosse por você, porque você é todo errado e eu tenho fraco por coisas erradas. E eu ia achar tão bonito ser a mocinha protegida por um bad boy. Porque todo mundo me protege, cuida de mim pro mundo ter menos impacto no meu coração bobo, "coração grande"... rs.... Enfim, todo mundo, ou quase todo mundo, enfeita o espaço em volta de mim pra tudo doer menos, já que o normal já me dói tanto. Eu ia achar lindo você me proteger do mundo! E eu odeio que me protejam. Mas você..... Eu quero sua proteção. Quero seu abraço. Quero seu beijo no cabelo. Quero seus reclamações sobre minhas roupas curtas. Quero até a marca roxa da sua mão no meu braço nos dias seguintes. Quero muitos dias seguinte.
Mas eu não posso me apaixonar. Você é, agora, meu amigo. E já quase me enganou. Mas meu coração é tão grande, tão bobo.... E cê mesmo diz que eu nem consigo ver maldade nos outros. Queria ver maldade em você, mas só te acho um menino perdido. Quero que cê me proteja, pra eu te proteger também. No fim das contas, isso também é ser amigo. Né?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pra Ray.

Acho que eu amei demais. Na hora errada. Foi isso. Eu não tinha nem quinze anos e sentia tento amor aqui dentro, tanta paz de ser amada de volta, tanto carinho. Amei muito, Ray. Mais do que hoje eu consigo me lembrar. Hoje isso tudo que eu falo, tento explicar, é só eco do que eu tive um dia. Se você tivesse me conhecido, ia entender o que eu tô dizendo. Eu... brilhava. Sabe como é? Eu não era satisfeita com tudo, vivia reclamando. Pobre dele, ouviu tanto que eu queria mais carinho, que eu merecia mais atenção. Brigavamos muito. Muito mesmo! Mas, no fim, não importava. A gente tinha um ao outro. Ou eu tinha ele. Não gosto de falar daquele amor todo no plural, porque depois que acabou eu fiquei sem saber se ele também sentia, mas eu senti. E senti do jeito mais inocente do mundo. Amei ele com o coração da criança que eu era. Deve ser por isso que até hoje ainda faz eco em mim. Porque virei adulta, mas minha lembrança do amor é bem infantil.
E também... Ele foi muito meu amigo. Muito mesmo! Durante muito tempo, alias, ele foi o único amigo que eu tive. E depois que ele foi embora, eu fiquei muito sozinha. Claro, tive amigos. Mas tirando você e mais uma, me decepcionei com todos. Mesmo que eu já tenha perdoado todas as decepções que passei, uma vez decepcionado, meu coração não olha mais ninguém do jeito de antes. E ai... Sei lá, acabo sendo só a garota que amou demais um dia, que teve a vida "perfeitinha", que teve um namorado legal e agora.... Nada. Vivo reclamando, né? Vivo querendo demais da vida. Coitada, ela já me deu tanto. Mas é que parece tão errado eu já ter tido, sentido tanta coisa e agora ser só um potinho de decepções.
Sabe o que eu queria? Viajar pra bem longe. Morar lá longe por um tempo. Mudar de vida só um pouco. Me permitir ser outra pessoa, entende? Mas eu fico meio apavorada de começar a querer muito isso. É sempre assim, se eu penso em querer muito alguma coisa, já me apavoro. Tive compulsões demais na vida, não preciso de mais um dose delas. E eu sei que meu cérebro neorótico não vai me deixar em paz se eu cismar com isso. E também, se eu pensar direito, viajar, morar em outro lugar, bem longe... É fugir. Eu já fujo de tanta coisa todo dia. Fujo até da realidade, me tranco no meu mundo toda manhã quando eu acordo, e só saio dele se for realmente necessário. Pra que eu vou gastar energia fugindo mais ainda? Vai acabar sendo o que eu sinto aqui, só que em outro lugar. Eu queria ter força de vontade, ter fé o suficiente pra mudar meu mundo e depois o mundo inteiro. Mas eu sou tão fraquinha, tão medrosa... E tão, tão sem fé em mim que vou deixando o tempo passar. Quando isso tudo começou eu tinha dezessete, já fiz vinte e ainda encontro fastasmas no fundo do armário.
Provavelmente isso tudo é só mais um sintoma da tpm, tenho estado tão chata que nem eu me aguento, mas tá sufocando e eu quase nunca consigo ficar calada quando me sinto assim.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

TPM - Tô Pensando M*rda

Eu já tinha combinado comigo que na TPM eu poderia sofrer pelo que eu quisesse. Desde que eu não escrevesse e nem falasse com ninguém sobre o assunto. Tava liberado sofrer, não regredir. Mas ai além da TPM teve o dia de hoje. Frustrante. Não consegui uma coisa que eu queria muito. Simplesmente porque às vezes não importa o quanto a gente queira uma coisa, ela não acontece e pronto. Juntou minha frustração, com a minha TPM, com mais um monte de "sei lás" que têm me rodeado e ufff.... Cá estou: sofrendo, escrevendo sobre e me sentindo dando dez passos pra tras.
Quando eu me permito sentir essas dores assim, sinto tanta saudade de tantas coisas que eu nem sei se chegaram a serem minhas. É agoniante querer esquecer, querer lembrar, querer ver, querer matar. Uma mistura de sentimentos que acabam virando confusão interna. Tive muitas doses de manipulação na vida. Sempre me achei muito esperta e, no fim, descobri que quase todo mundo me fazia de boba, me passava pra tras com a maior facilidade do mundo. Gente que eu confiaria a vida, gente pra quem eu confiei a única coisa bonita e pura que eu tenho... Meu coração. Dói muito e talvez vá doer sempre que eu me permitir lembrar.
Deveria ser proíbido querer fazer tão mal pra quem te queria tão bem. Mas foi só mal que você me fez. E continuou fazendo depois. Senti muito a sua falta durante tantos dias que nem consigo lembrar de todos.. Senti o mundo todo sendo vazio porque eu não tava no seu abraço. Senti a vida inteira despedaçando porque você tinha me despedaçado. Sofri muito. Mais do que qualquer um achou que eu aguentaria. Mas eu me levantei, cai outra vez, me machuquei, magooei quem não merecia, fugi da realidade, menti pro espelho e pro resto todo. Fiquei louca, fiquei serena, fiquei insana. Perdi mesmo a noção do certo e do errado, quis você a qualquer custo, de qualquer jeito. Queria... Quero. Nunca sei e não importa. Não tenho.
Mas não sou mais uma menininha, sou uma adulta e todo dia eu devo aprender mais um pouco sobre o que é ser adulta. Mas agora tô aqui... Na TPM, frustrada, me permitindo pensar, doer, até derramar umas lágrimas... Sei lá... Quis muitas vezes voltar no tempo pra acertar os nossos erros, hoje se eu pudesse escolher, não teria te conhecido. Porque te perder, eu sempre soube que perderia. Desde o primeiro beijo.


Trilha sonora do dia:

terça-feira, 6 de setembro de 2011

(Sem assunto)

Faz tanto tempo, fulano, tanto tempo que eu já até perdi as contas de quantas vezes ensaiei fazer isso. É impressionante que alguma coisa ainda venha a tona, mas vem. E eu, você sabe, não consigo conter nada. Sempre que eu penso em você, sinto um gosto amargo na boca, uma inquietação na alma e uma coisa estranha em lugares estranhos, sei lá...
Hoje eu percebo que nunca fui mulher o suficiente pra me desprender de você, mas também percebo que você nunca foi homem o suficiente pra me prender toda em você. Durante o nosso amor imenso, que eu sentia sozinha, estive encantada com algumas outras pessoas. E você nunca pareceu se importar. Não enquanto eu evitava o encantamento e me mantinha idolatrando você. Sei que a história de nós dois me transformou em outra pessoa, aprendi muito sobre pensar nos outros. Sempre fui muito egoísta, mas te amava tanto que te colocava no topo da minha lista de prioridades, antes mesmo de mim. No auge das minhas crises de menininha-que-não-admite-ser-deixada-de-lado, apareceram pessoas que me colocavam no mesmo pedestal em que eu colocava você e mesmo que aquilo ameaçasse me distrair, eu sempre voltava inteira pra você. Sem nunca ter deixado de te amar um milímetro que fosse. Acho que você nunca nem percebeu essas coisas acontecerem. Você só se importou de algum jeito, quando viu que eu ia embora. E eu ia mesmo! Você não fazia questão nenhuma de mim, fulano. Eu ia ficar ali pra que? Além disso, eu já tava longe de você fazia tanto tempo que aquele amor imenso que eu sentia parecia estar dormindo dentro de mim. Foi fácil pra outra pessoa se aproximar, me envolver numa história que poderia vir a acontecer. E quando você percebeu, eu já nem queria mais estar do seu lado. Vai entender cabeça de homem?! Mas outra vez eu fui fraca e não consegui me soltar de você. Joguei tudo pro alto, fulano. Tudo! E isso só porque você usou uma frase de efeito qualquer que nem devia ter a intensão de me abalar. E eu quis voltar, eu quis você, eu quis tudo. Você aproveitou. Já te falei isso uma vez e vou falar outra: puro ego ferido. Sem nem perceber eu inflei seu ego e acabei com o meu. Depois disso vieram os últimos três anos... Ganhei quilos de culpa, fulano, quilos! Sofri mais do que achei que alguém fosse capaz de sofrer.
Rezei tanto por você, pedi tanto por você, quis tanto você, chamei tanto você, sonhei tanto com você... Que acabei enjoando de você. Foi só isso que aconteceu de mim em relação a você: enjoei. Nada de maturidade, nada de amor próprio. Só enjoei. Sua ausência me venceu pelo cansaço. Foi terrível conviver com meu estômago embrulhado de você. Foi sofrível querer amar você e me sentir nada por isso. Mas passou. Agora eu sei que te amei muito e provavelmente não vou viver nada parecido com o que tive em relação a você num futuro próximo. Mas também sei que fiquei livre. Os últimos três anos foram infernais, fulano. Infernais! Mas passaram.
Não foi sofrer pelo amor que você não correspondeu que me fez crescer. Crescer que me fez perceber que você nunca mereceu nem um quarto daquele amor. Você foi homem demais em muitas das minhas memórias, mas não homem o suficiente pra me manter presa em você a troco de nada.
Seja feliz, fulano, muito feliz! Se apaixone, se case, tenha filhos, seja bem realizado profissionalmente... Enfim, seja a pessoa mais feliz que você consiga ser. E ainda que isso nunca tenha te interessado, fique sabendo que eu também vou ser. Escandalosamente feliz, na hora certa.
Um beijo e obrigada pelo seu nada que acabou me servindo pra aprender quase tudo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Quando alguma coisa começa a fazer sentido.

Começou aqui e vai continuar agora, é mais ou menos outra dessas coisas aleatórias que eu tenho feito tanto, mas sei lá... Tenho me sentido meio aleatória mesmo. Aleatório é praticamente a palavra do momento. E Elenita a autora da vez no meu coração.
Acontece que eu li e reli esse texto mil vezes pra ver se ele fazia o mesmo sentido que fez de primeira em todas as mil vezes. E ele fez. Comentei. Nunca comento, assim como aqui quase todo mundo lê e não comenta. Sempre penso: vou comentar o que? Nem deve importar o que eu acho. Hoje comentei mais pra mim do que pra ela. Ou pras duas. E fiquei pensando...
Eu sofri tanto com todas as despedidas pelas quais passei. E eu só tenho vinte anos! Mas sofri mesmo. Despedidas são terriveis pra mim. E a pior parte delas é ver a pessoa indo embora de dentro de mim. Perdendo a cor, sabe? Deixando de ser o centro de tudo, tanto faz. Uma vez cismei com a frase "o tempo não cura nada, ele só tira a dor do foco". Mudei de opnião. O tempo cura, sim. O tempo sara, apaga... E faz todos esses milagres que dizem que ele faz. Mas você tem que ter esquecido que tá esperando alguma coisa dele. Mais ou menos isso: O tempo só é amigo de quem não faz cobranças.
E ai que a angústia passa, mas o vazio também angustia e a gente vai fazer o que? É meio que a lei da vida.
Às vezes - ainda - fico assim, pensando em tudo que poderia ter sido, mas não foi porque resolveu ir embora. Já doeu tanto e agora sou serena. O Caio Fernando escreveu o trecho que mais faz sentido agora:


”- Mas porque gosta ‘às vezes’ dele ainda?
- Por gostar. Me apeguei à ele como nunca me apeguei a ninguém… Prendi e não quis mais soltar."

Mas amanhã começa outra semana, e tem um dia novinho pra eu cismar com outra coisa. Talvez alguma que possa ser. Ou que dê errado outra vez. Ando assim, com uns pensamentos aventureiros que me dão uma vontade imensa de... tentar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Diálogo Aleatório.

- Tá se sentindo sozinha?
- Muito.
- Você afastou todo mundo.
- Ficar próxima pra que? Ninguém ali gostava de mim.
- Tá pessimista.
- Tô nada, tô realista.
- Por que você acha que ninguém gostava de você?
- Eu sempre soube, só fechava os olhos. Por tras de tudo tinha algum interesse.
- Interesse?
- É. Sempre me fizeram de bobinha. A bobinha que paga o táxi porque não anda de ônibus de noite, a bobinha que não cobra o dinheiro da cerveja, a bobinha que aceita ir pra qualquer lugar, a bobinha que não encara ninguém porque odeia brigar. A bobinha que só precisa de um pouquinho de atenção e abaixa a cabeça pra qualquer coisa. Pra ter amigo assim, resolvi ficar sozinha.
- Mas você odeia ficar sozinha.
- Odeio.
- Então?
- Eu também odeio que me usem.
- É isso, então? Ou amigos por interesse ou amigo nenhum?
- Acho que é.
- Não confia em mais ninguém?
- Acho que nunca cheguei a confiar. Não nesses.
- Em quem, então?
- Já passou.
- Ah tá. Entendi.
- Não é sobre isso.
- É sobre o que?
- Sobre nada.
- Você ficou cinica muito rápido. Desistiu rápudo. Cansou rápido.
- Cansei disso. Nada surpreende, nada muda. Sempre a mesma ladainha.
- Você nem gosta de mudança.
- Eu também não gostava de como eu tava me sentindo. Foi só uma decisão. Não mudou a vida de ninguém, se você quer saber. Só a minha mesmo. E eu tô melhor assim.
- Certeza?
- Uhun.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adele, futuro e um monte de bobagem.

Eu não sei vocês, mas desde que surgiu Rolling in the Deep, eu só consigo pensar, ouvir e suspirar pela Adele. Pra começar que é inacreditável a puta voz que aquela mulher tem, depois que tudo que ela tá conquistando surgiu de... Um senhor pé na bunda. Quer identificação maior que essa? Ela canta e eu falo sim, ela reclama e eu falo sim. Adele manda e eu cumpro sem pestanejar. Sim Adele, sim! Mas ai que no meio de tanta perfeição eu me vi num dilema. Rolling in the Deep é maravilhosa, todo mundo sabe. Mas A MÚSICA desse CD é Someone Like You, não tem como não ser. É sentimento demais, voz demais, letra demais. Uma melodia triste que dá vontade de cortar os pulsos de tanta beleza diante da tristeza. Mas... Someone Like You??? PELOAMORDEDEUS, tudo, tudo, tudo.. MENOS ALGUÉM IGUAL A 'você'. Adele deveria pensar assim também. Tudo bem que o querido fez o enorme favor de fornecer inspiração pra tanta arte maravilhosa, mas depois que se supera o trauma, tudo que a gente tem que querer é alguém melhor. Igual, só em foto guardada numa caixa, no fundo do armário.
É assim que eu penso e graças a Deus é exatamente assim que eu tô. Se não for melhor, eu fico sozinha. Igual ou pior, nem pra beijar numa noite eu tô querendo.
O que vem com isso são algumas reticências. Sufoca um pouco, é verdade. Perdi as contas do quanto me senti perdida nos últimos meses, mas também dá uma certa segurança de saber que é difícil ser feita de idiota agora. Reticências reticentes... Mais ou menos por ai. Tô fazendo sentido? Nem eu sei mais. A única certeza mesmo é certeza nenhuma. Virei quase quase uma folha em branco. Um pouco mais aberta pro futuro, é verdade. Sem apego nenhum ao que passou. Ou algum, pequeno, porque algumas coisas valeram a pena. O futuro... Vai saber? Ninguém sabe não, meu bem. Todo mundo só finge que sabe exatamente o que vai fazer, o que vai ser, o que quer da vida, mas a verdade é que por ai tem mais gente perdida do que eu consigo imaginar.
O mundo tá cheio de gente que não faz sentido. E de corações (re)colados. Um senhor pé na bunda não faz de ninguém mais especial. A não ser que esse alguém saiba aproveitar o que viveu. Adele, de novo. Obcecada, eu? Pode ser. Mas se eu pudesse falar só uma coisa pra musa de tantas e tantas noites sem sono, seria isso: foge, Adele, foge de alguém igual a 'ele'. E vai descobrir o que a vida tem de novo. Ou vai se descobrir, se isso fizer mais sentido.
Amanhã eu paro em frente ao espelho e repito isso pra mim outra vez, só pra firmar muito bem firmado o que meu coração já aceitou.


A música tem certos erros de posicionamento (rs), mas continua sendo maravilhosa. 
E todo o resto faz muito mais sentido do que deveria.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Conversando com o espelho - Parte III

- Ninguém sabe onde isso vai dar.
- Eu não sou ninguém. Eu quero saber.
- Mas não tem como.
- Então qual é a graça?
- Viver?
- Pra que? Se ninguém faz idéia do porquê?
- Se soubessem, não teria graça. Todo mundo ia nascer, crescer, cumprir logo sua missão e voltar pro paraiso.
- Isso faria sentido, pelo menos. As vidas das pessoas teriam sentido, tudo mundo ia saber a que veio.
- E o mundo seria uma chatisse.
- Chatisse é se sentir parte de nada. Perdida. Sem rumo, sem grupo social, sem meio.
- Complicaaaaada.
- Devo ser, devo ser (....)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

É só uma fase ruim....

E ai que não é nada demais... Mas incomoda. Sabe? Me mandam levantar da cama, sair de casa, sorrir mais, reclamar menos, correr atras do que eu quero. Eu sei, eu sei o que querem dizer. Eu também penso assim. E não tem nada de grave acontecendo comigo, são só esses dias, esses pensamentos, essa vida meio sei lá. Mas eu sei que daqui a pouco passa, que daqui a pouco eu tô por ai dançando e sorrindo e sendo eu outra vez. Então porque simplesmente não respeitar meu momento? Eu tô quieta, eu tô triste sem motivo, tô me sentindo assim... Estranha.
Perdi muita coisa importante em pouco tempo, criei muitos problemas desnecessários nesse mesmo tempo, confiei demais, me doei demais e ai.. doeu. É engraçado, né? Esperam tanto da gente e quando a gente precisa só de um pouquinho de reciprocidade... Não recebe. Isso é normal da vida, eu sempre soube, mas quando acontece é um susto. Eu só quero usar meu direito de poder ficar um pouco quieta. Sem preocupar ninguém, sem incomodar ninguém. Tô desgostosa do mundo agora, amanhã melhora. Sem dramas exteriores, já me bastam os que eu tenho aqui dentro.
Entendeu? Tá tudo normal, só meio down, mas nada fora de controle. Não tô surtando, não fiquei maluca outra vez e nem vou vomitar o mundo que fica pesando no meu estômago. Daqui a pouco vem gente nova, coisa nova, vida nova.... E se não vier, ser eu não é tão ruim quanto eu tenho feito parecer.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Coloquei uma carta numa velha garrafa.

Oi!
Acho que comecei essa carta muito mais pra falar de mim do que qualquer outra coisa. Sei lá, falar de mim é sempre tão confuso que nem eu sei se tô falando a verdade. Alias, eu perdi a credibilidade comigo mesma bem antes de perder com os outros. Meu primeiro ato de cinismo foi em frente ao espelho, pode acreditar.
Sabe, o inverno anda bem louco por aqui, um frio, uma chuva, um vento… Então cê imagina como anda a minha bronquite, né? Tem me enlouquecido. E me enfraquecido. Fico ainda mais vulnerável nessa época do ano. Julho além do frio, da chuva, dos dias cinzas demais, tem também o meu aniversário. Agora que fiz vinte, não sei se quero mais que meus aniversários cheguem tão rápido. E agosto porque… Bom, agosto é um saco mesmo. Mas ai vem setembro e tudo vai melhorar e a primavera vai chegar e… Nada disso! Setembro tem tantas lembranças. Lembranças que já se tornaram, realmente, lembranças, mas ainda assim estão presentes o suficiente pra não fazer de setembro o melhor mês do ano. E nem dezembro. Se eu tivesse que eleger meu mês favorito, seria janeiro. Sol, praia, bronzeado, nights sem hora pra acordar no dia seguinte, Búzios, gente feliz. Definitivamente, janeiro é o melhor mês do anos. Cheio de promessas e esperanças novinhas em folha. Queria muitos janeiros ao longo do ano.
Tô tentando me aproximar de Deus. Ou de algum meio que me faça - mais tarde - chegar até Ele. Não sei bem quais são as minhas crenças e descrenças, mas acredito que Deus tá lá, na nuvenzinha dele, esperando que eu me aproxime. As vezes é um teste de paciência, mas eu não quero desistir. E não vou. Existiam muitas pessoas que me faziam ter mais fé no mundo, agora elas são bem poucas. E eu, realmente, acredito que viraram o Universo do avesso. Mas me acho hipócrita demais quando questiono isso.
Algumas coisas têm me atormentado muito. A maior delas é a minha decepção comigo mesma. Você entende? A decepção que vem de fora, do outro, eu aprendi a aceitar. Ninguém é perfeito, ninguém tem obrigação de ser recíproco comigo. Aprendi. As vezes ainda fica entalado no meio do caminho, mas com algum esforço eu engulo e sigo em frente. Mas as decepções de dentro… Não têm cura, não têm desculpa. A não ser a minha grandesissima falta de força de vontade. Vontades eu tenho e muitas! Mas é só isso o que elas são. E sendo assim, elas não me adiantam em nada e só fazem aumentar a pilha já imensa das minhas frustrações. Ando muito irrtada comigo mesma. Tão irritada que só consigo me encarar no espelho bastante maquiada e com muita roupa. Virei uma bulimica que nem pra ser bulimica serve. Tenho medo de remédios e não vou forçar o vômito, logo, fiquei só a parte ruim dessa história: as paranóias descabidas. Não é irônico que eu não tenha força de vontade nem pra emagrecer do jeito mais simples que existe?
E já que tudo isso foi sobre mim, aqui vai mais um pedido egoísta: doa um pouco da sua fé pra mim? Me incluí nas suas orações, nos seus pedidos, fala de mim pra Deus e me manda todo dia um pouquinho de luz. Eu nunca precisei tanto.
É isso, tá? Beijos.
PS: Percebeu que eu não falei nada de desamor? Pelo que eu entendi das mensagens que meu cérebro me mandou, eu não faço mais parte desse grupo doido que ama até enlouquecer. Estranho, né? Logo eu! No começo, foi um susto…. “Pô, como assim eu não sofro mais? É a única coisa que eu sei fazer bem na vida!” Mas depois e agora só me sinto… Aliviada. E um pouco boba também, sem saber de que parte do mundo eu pertenço agora. Mas o sentimento maior é de alívio. Quero dizer, isso é bom, não é? O coração praticamente inteiro, as mágoas antes não sentidas, encobertas pelo amor, agora todas no lugar. Isso é bom, tem que ser.
Não esquece de rezar por mim, tá? E de falar pra Deus que eu sou confusa assim, mas que eu também sou filha dele e que mereço atenção. Fora isso, esteja sempre ai pra mim. Me lê, me ouve, briga comigo, sofre comigo, pode me odiar as vezes também, mas esteja ai, desse lado, pra daqui do meu eu ter certeza de que não sou tão sozinha assim.

Pretérito Perfeito Composto.

Todas as músicas falam de amor. Todos meus autores favoritos falam de amor. Todos os livros falam disso também. Todo mundo parece estar amando alguém, e mais que isso, todo mundo parece estar sendo correspondido por alguém.... Bem no momento que eu percebi que não amo mais. O que é chato de se viver, principalmente porque eu sempre estive amando. Amando até invenções, mas amando. Agora eu acho que ocupei demais minha vida com todo o nada que me cerca e ai passei a perceber o mundo de fora pra dentro. Faz sentido? Sei lá. Eu amei. Isso eu sei. Amei feito louca desvairada, mas amei. Ninguém pode ir contra iso. Mas agora... É só nada. Só vácuo. E bem agora, tudo que não me tem no meio é amor. Músicas, textos, livros, poemas de desamor ou de amor demais. Ninguém escreve enquanto tá vivendo entre o desamor passado e o amor futuro? Ninguém é criativo nessa época? Ou isso não existe e eu fiquei louca outra vez? Porque é bem nesse lugar que eu me encontro. Entre o passado e o futuro, num presente totalmente bagunçado e sem sentido, mas que em nada tem a ver com amor. Pressão demais minha comigo mesma, força de vontade nenhuma pra fazer qualquer coisa... Enfim, tantas outras falhas em mim que não o tal do amor. Que também foi uma falha, mas curou.
Ando dizendo que meu coração, hoje, se resume em um montão de pedacinhos que já se encontraram de volta e já estão colados, só falta se adaptarem novamente ao lugar de onde nunca deveriam ter saído. Mas enfim, não tem uma música, uma banda, um rock, um samba, um nada que fale do momento que seu coração já tá quase bom. Ou ele tá machucado demais, ou ele tá saltitante de alegria. Coisa enjoada. Tô cansada de ser diferente num mundo onde eu sei que quase todo mundo é igual. Tô cansada de sentir que não mereço fazer parte daqui. Talvez eu nem mereça, mas não pedi pra nascer. Ninguém pediu. Mas eu faço questão de deixar isso claro. E se ninguém aceita isso, não tem problema, eu ainda tô me obrigando a aceitar.
Daqui a pouco, ou melhor, quando for a hora... Eu sei que as coisas vão acontecer. E se amor não estiver no meu caminho, não vou deixar que isso me enlouqueça, mas vou gritar e escrever e reclamar e me emburrar todas as vezes que o mundo me fizer sentir que sou de outro planeta por isso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Como se eu fosse feita de papel.

Nem uma linha. Nem uma.
Faz duas horas que eu tento e nada. Tá chato começar tudo que eu escrevo assim, mas só assim que eu consigo, porque a revolta de não conseguir escrever nada me irrita e me incentiva a tentar escrever alguma coisa. Mesmo que seja só sobre não conseguir escrever nada.
E agora, nem uma palavra de novo.
Pronto, minha única esperança de algum futuro brilhante se foi pelo ralo sem eu nem perceber. Nunca fui maravilhosa nesse negócio de escrever, mas ainda assim era o único talento que eu chegava perto de ter e agora é só mais um espaço vazio na minha vida de espaços vazios.
Nada. Não sei sobre o que falar, sobre o que reclamar, sobre o que agradecer. Que eu tenho vinte anos e não sei nada da vida e do futuro, todo mundo já tá cansado de saber. E que meu coração se auto-despedaçou  vivendo sozinho um amor não-correspondido todo mundo já ficou até farto de tanto ler. Não me sobra nada. Vinte anos e tudo que me resume são trezentas frustrações, duzentos e cinquenta medos, mil indecisões, tonaladas de decepções e uns cem quilos disso tudo acumulados no meu corpo. Ou quase isso. O que me torna ainda mais frustrada. Logo, ainda mais gorda e ai o ciclo não fecha nunca. É, ainda tem isso... Ser frustrada me engorda, engordar me frustra e então eu não quero sair da minha casa, do sofá, da minha bolha já furada tem tanto tempo.
O que vem junto com isso tudo é aquilo que eu falei no começo... Nada.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meia noite e vinte quatro.

Faz uns quatro dias eu abro essa página, escrevo, escrevo, escrevo e depois fecho tudo. Faz sentido falar do que eu não sei? Mas se eu escrevo pra aliviar, porque não escrever sobre o que mais me deixa enjoada? Ou porque eu não consigo simplesmente escrever e pronto? Tá tudo tão complicado que nem isso tem fluído mais. Só que complicado de um jeito diferente, sabe? Complicado de um jeito quieto, calado, totalmente sem voz. No fundo, acho que sempre fui calada. Calada pra não magoar ninguém, calada pra não contrariar os outros, calada pra não arrumar intriga. E de tanto calar, me julgaram "influenciável". Era só por precaução, por pesar minhas vontades e as consequências do que viria a acontecer se eu não calasse, sempre optei pelas amizades e me manti calada. No fim, não ganhei nada, só perdi. Perdi esperança, confiança e até um pouquinho de dignidade. Mas passa, uma hora passa.... Tudo passou até hoje. E quem me julga por coisas assim, bom, não merece consideração, preocupação, nada. Um dia eu aprendo.
E ai ficou tudo meio vazio, meio preto, meio sem ar. Porque a gente vai se decepcionando aos poucos com todo mundo que tá em volta e mais ainda com a gente, que se deixou enganar por tão pouco. Ficam várias perguntas e nenhuma resposta.
Só resta zerar e começar outra vez. Sem nada, sem ninguém. Mas com uma vontade enorme de ser melhor, de fazer diferente e de acertar agora. Não sou nem metade da mulher que sonhei que seria aos vinte anos, mas com certeza não sou a mesma menina que vivia sonhando em ser gente grande. "Ser gente grande" já começou e eu preciso trilhar o caminho todo sozinha, pras vitórias serem minhas e não de quem quiser.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

That's why I'm easy (....)

Tô nem ai. Só isso que eu consigo pensar. Você aparece, quer jantar, quer rever, quer falar bonito... E eu nem ligo. Parece que nem é comigo. Li que a gente começa a esquecer quando é lembrado, pode ser. Você lembrou de mim e eu que já nem fazia mais questão disso, agora faço menos ainda. Porque você apareceu e todos seus defeitos, que eu tinha esquecido que existiam por estar cega de saudade, apareceram também. Você se acha esperto demais. Acha que com papo me enrola. Vai ver. antes, você enrolava mesmo e eu nem percebia. Mas agora parece que eu tô olhando tudo de fora, e você tá só parecendo um bobo da corte achando que sabe fazer malabarismo.
Não te dispenso, não. Foi tanto amor que seria pecado dispensar assim. Mas também não te procuro. Nem faço questão de ser procurada. Só tô aqui, no mesmo lugar que eu estava quando você reapareceu, e daqui não saio. Não por você, não por enquanto.
Precisou de tanto sofrimento pra eu perceber que sou bem mais que isso tudo. Precisou do susto de atender o telefone no meio da tarde, ouvir sua voz e sentir uma euforia boba e pequena de quem já não faz questão, mas ainda se lembra. Não tem nada a ver com maturidade, eu continuo fantasiando com um Rei pra me salvar da vida, do tédio, das dúvidas.... Mas acho que esse não é você. Foi, um dia. Mas você tanto fez questão, que deixou de ser. Eu mudei bastante desde a última vez e agora eu te olho como você é e me pergunto porque mesmo senti tanto a sua falta. Claro, você é ainda é lindo e ainda tem esse sorriso branquinho que faz meu coração que tem fraco por sorrisos bater um pouquinho mais forte, mas ai você fala e eu mal te escuto. Não enquanto tudo que sai de você é pretexto.
"Você vai escrever sobre isso que eu sei."
Vou mesmo, olha eu aqui.... Mas isso não quer dizer quase nada. O fato deu escrever sobre essa sua tentativa fajuta de matar a saudade pra depois sumir feito fumaça não faz de você um grande homem. Faz de você o contrário disso. Mas vamos lá, você não vai entender metade do que eu digo aqui, só a parte que te interessa. Então, enquanto você infla seu ego enorme, se gabando de que a maior parte do que eu escrevo é sobre você, eu vou escrevendo coisas assim, que já não declaram mais o meu amor, mas deixam clara a decepção que você foi e continua sendo. E eu vou indo embora de você... Em cada argumento, em cada superego, em cada vez que você é só você e não o cara que eu criei. O Lionel Richie vai cantando na minha cabeça "you know I've done all I can, you see I begged, stole and I borrowed! that's why I'm easyyyyyy, I'm easy like sunday morning..... " enquanto você vai ficando no passado exatamente no momento que quer tanto ser o presente. E eu vou deixando as coisas acontecerem. Pra me ter agora, o esforço tem que ser todo seu. Não que vá valer apena, mas cabe a você decidir. E essa é a minha postura diante de tantas declarações: Enquanto não tiver verdade, você vai ser só uma piada gostosinha de se ouvir.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amy, Amy, Amy.

Num mundo onde a pressão pra ser perfeito reina, a pobre menina insegura se perdeu pelo caminho. E se encontrou, pra logo depois se perder outra vez. Avisaram que um dia teria fim, mas a menina que embora insegura, era também turrona, não quis ouvir ninguém. O fim chegou e ela virou lembrança. Triste lembrança: A pobre menina que sofreu de amor mal resolvido.
Não é fácil pra ninguém, ela ouvia isso por ai. Mas tinha a leve impressão de que pra ela era pior. Virou seca, louca, incompreendida.... Coitada. A menina, antes com tantos sonhos, já nem sabia o que era sonhar. Entrou em um mundo que não conhecia e dele nunca conseguiu sair. Dependente de amor, de atenção... Dependente. A vida foi escapando entre seus dedos e ela sabia disso. Mas tem gente que troca a vida pela sensação de um coração colado, completo, inteiro. Ilusão, ela nunca percebeu.
A menina já nem está mais aqui, mas suas palavras e sentimentos, com certeza, irão passar por muitas e muitas gerações. E todo mundo vai ouvir dizer que aquela menina perdeu a guerra pro amor.


(Descanse em paz, Miss Winehouse.)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pode ir tranquilo, teu rebanho tá pronto.

Sei lá porque as pessoas precisam ir embora, mesmo que não seja de repente.
Nunca soube lidar com a morte, e agora, na beira dos vinte, descobri que ainda não sei.
Fico parada, sem reação, sem cara, sem palavras, sem voz... Ajo feito boba no momento em que as pessoas precisam que eu me comporte como uma adulta. Não sei segurar a barra. E me envergonho. Queria ser agora quem conforta os entes tão queridos e tão amados, mas só consigo ficar aqui com um filme dos verões da minha infância passando pela cabeça, com a trilha sonora triste daquela música que diz "me mostre um caminho agora, um jeito de estar sem você...."
Minhas lembranças de você..... Todas são felizes. Sempre juntando a familia, mobilizando nós - as crianças - em volta de um congelador inteiro de sacolés de todos os sabores, fazendo aquele macarrão maravilhoso, servindo biscoito e nos divertindo muito com todas as brincadeiras que só os vôs sabem fazer. Você não foi o meu avô, mas foi sempre como se fosse. E me aceitava como neta. Lembro direitinho de quantas e quantas férias nós passamos juntos nas casas de praia, e lembro quase nitidamente de todas suas brincadeiras.
Eu sei que do jeito que tava, a solução que Deus encontrou foi melhor, mas eu nunca tô preparada pra perder alguém. Dói.... Só queria que você soubesse que eu sempre fui tão fã sua, mesmo quando era uma garotinha. E que você foi sim o meu terceiro avô. Você foi maravilhoso pra todo mundo que te cercava e agora merece toda paz que os céus vão te dar.
Olhe por todos nós e, assim que puder, mande muita força pra quem ficou por aqui.
Você sempre vai ser uma lembrança maravilhosa.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bagunçada.

Sou uma zona. Uma bagunça sem fim. Muito pior do que meu armário. Saio, bebo, danço, caio, faço vergonha, levanto, choro. Falo alto, odeio silêncio, não sou discreta e meu vocabulário inclui alguns muitos palavrões. Tenho o sorriso largo de um jeito não bonito, a voz irritante e vivo mudando a cor do cabelo. Sou um caos e isso não é exagero. Uso lápis de olho borrado, exagero no blush e mudo de esmalte três vezes por dia. Tenho quase 20 anos e raramente penso como uma adulta. Canto desafinando, desenho mal, decepciono as pessoas, sou preguiçosa, esquecida, distraída e escrever, há quem diga, é meu único talento. Sou uma bagunça e não é só por fora: Por dentro tá tudo revirado! Onde foi parar o coração? Quais são meus principios? Quem me mandou pra esse mundo e pior, porque me mandou se eu não sei acertar? O que eu quero da vida, do futuro? O que eu vou ser daqui pra frente? Quem sou eu, afinal? E por que as coisas não saem nunca do jeito que eu quero? Por que eu perco tudo que eu gosto? Por que deixo de gostar de tudo que eu tenho? Não quero mais ser cinica, não quero mais fingir sorriros, amizades, vontades. Quero ser eu, mas se nem eu sei quem eu sou, quem vai saber? Virei uma bagunça sem tamanho e todo mundo sempre vai saber o porquê. O "daqui pra frente" é uma incógnita que pesa nos meus ombros sem nem ter acontecido. E dói. Tudo mundo sempre vai saber a causa, mas ninguém nunca vai entender as consequências. E, por enquanto, é só nisso que eu consigo pensar.

Mesmo sem regredir, lamentar é uma constante.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Coração não é tão simples quanto pensa...

Enchi meu peito de uma coragem que eu nunca tive e confessei, sem mais nem menos, todas minhas vergonhas. Só Deus sabe o quanto aquele e-mail me doeu. Porque eu enterraria aquela fase da minha vida como se enterra um segredo podre, teria guardado em um cofre e jogado a chave em alto mar junto com o corpo do Osama. Mas primeiro confessei pro meu urso, depois achei que a sua figura real deveria saber também daquelas coisas. Escrevi tudo aquilo sentindo farpas embaixo das unhas, ouvindo garfos arranhando pratos, unhas arrastando em quadros, e mil cachorros latindo. Uma tortura com milhões de torturas abrangentes. Mas eu confessei. E tenho a sensação de que daqui a pouco te encontrar possa não ser mais tão pavoroso quanto me parece hoje.
É estranho porque em alguns dias eu, simplesmente, preciso de qualquer coisa sua. Lembrança, notícia... Rejeição. Qualquer coisa que me lembre e logo depois me faça esquecer o porquê deu ter te amado tanto, ter te querido tanto, ter te dedicado tanto tempo. E, sem querer, de vez em quando eu alimento a esperança minuscula que restou em mim de que um dia você volta. Quando eu era louca eu tinha certeza que cê voltaria e falava isso pra todo mundo. Hoje eu tenho certeza que passou, mas dentro de mim tem essa mísera parte que vez ou outra grita por alimento. E eu ainda não sou assim tão forte de ignorar esses berros. O que importa é que antes você me feria tanto e agora você é só um esbarrão numa ferida cicatrizando: incomoda, mas nem de perto se compara a dor de quando o machucado aconteceu. Você é isso. Isso e mais um monte de coisas, de causas, de vergonhas, de lembranças. Boas, ruins... Você agora tem rosto de quem não deveria estar. Sabe como é? Rosto de quem aparece nas lembranças por erro de alguém lá em cima.
E foi isso que me fez achar no fundo de mim alguma coragem forçada e escrever, diretamente pra você e não como escudo desse blog, o quanto eu sinto muito pelas mentiras e o quanto eu desejo que, um dia, eu deixe de ter cara de quem não deveria estar pra você também. Que você lembre de mim com o carinho que a fase linda da história da gente merece.
Desculpa, de novo. Aceita, vai?! Eu já te dediquei tanto amor um dia...

domingo, 12 de junho de 2011

Serenissima.

Eu tinha decido não dar importância nenhuma pro dia dos namorados. Primeiro porque nunca estive tão bem resolvida quanto ao fato de não ser sua e nem de mais ninguém. Segundo porque dia dos namorados foi feito pra quem tem namorado dar importância e não pra quem não tem sofrer. Enfim, você sabe como eu sou, crio argumentos na minha cabeça e eles passam a ser a minha verdade. E até dar meia-noite a minha verdade era essa: "não tenho namorado, poxa, que pena. O que vamos fazer em mais um domingo friorento?". Acho que o problema começou ai... Sabe, eu sou sensível aos domingos - era meu dia feliz com você. A sexta e o sábado podiam ser maravilhosos ou terriveis, mas o domingo era sempre bom. Porque tinha mais uma semana afastado pela frente, então a gente se grudava pra acumular bastante um do outro, o suficiente pra não sufocar de saudade durante os próximos dias. Domingo era, definitivamente, o nosso dia feliz. Na praia, no cinema, almoçando no shopping ou esquentando a pizza do dia anterior e vendo filme no sofá. Mesmo depois que eu deixei de ser louca, continuou sendo terrivelmente vazio não ter você num domingo. E ai esse cacete de dia caiu exatamente num domingo. Friorento. Cinzento. Sem graça. Sem você. Meia-noite soltaram fogos e meu relógio apitou - nunca tinha percebido que meu relógio apita meia-noite, mas hoje percebi. Fico mais atenta aos detalhes em volta quando quero esquecer detalhes que não voltam. - Enfim, soltaram fogos e o relógio apitou, achei que era algum tipo de sacanagem cósmica com a minha cara e fui me sacanear mais ainda ao futucar pra achar aquele texto que eu te mandei uns três dias dos namorados atras, o primeiro sem você. Aquele em que eu dizia que "você poderia ir ser do mundo enquanto fingia não ser mais meu do que qualquer outra coisa no mundo". Cê levou a sério mesmo, hein? Caramba!! Três anos já se passaram e cê tá por ai, perdido.
Mas meu filho peludo tá aqui. E nessas horas é ele quem me salva. Porque eu me agarro nele e falo que não sei se o papai volta, mas se tiver que voltar, uma hora vai acontecer. Meu urso é a única coisa material que restou da parte bonita de nós dois. E a única que eu faço questão de manter. Porque com ódio ou com saudade de você, é nele que eu encontro qualquer "ponte" inexistente com aquele passado. Aquele passado que deve ser muito mais feio do que o meu cérebro faz parecer. E que de jeito nenhum pode ter sido tão bom quanto meu coração sente que foi. Se houvesse sido, não seria passado. Se nosso amor fosse tão grande quanto ele virou depois que terminou, não teria terminado. Coisas de Jéssica, você sabe.
Mas lembra o que eu disse no final do ano? "Até aparecer algo maior e mais devastador que você, é em você que eu vou pensar quando o momento for grande. E foda-se!" Pois é, dia dos namorados, por mais que eu tenha tentado abstrair, é sim um momento importante pra minha alma tão old school. E, inevitavelmente, eu vou passar o dia lembrando de você as vezes.
Espero, de verdade, e desde ontem eu venho pedindo muito por isso, que um dia você consiga não sentir raiva de mim. E que eu apareça na sua cabeça em momentos assim, grandes, fofos ou em domingos vazios.
Feliz dia dos namorados, porque usando as suas próprias palavras: Você sempre vai ser meu namorado.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Do you remember?

- Você me ama?
- Amo.
- Então grita.
- Jéssica, eu te aturo a três anos e você precisa que eu grite que te amo, no meio do shopping,  pra você acreditar?
- Eu gritaria se você pedisse.
- Então grita.
- Eu pedi primeiro.
- Mas disse que se eu pedisse gritaria, grita então.
- Se você gritar, eu grito.
- Não. Você disse que gritaria, então grita.
- Eu quem tive a idéia, meu filho.
- Claro, idéia besta, só podia ser sua.
- Você não faz nada do que eu peço.
- Eu faço tudo que você pede.
- Faz nada. Você é o pior namorado do mundo.
- Poxa, eu ia agora mesmo gritar que te amo e que você é a melhor namorada do mundo.
- URRRRRGH! Tá vendo? Você adora me irritar.
- Eu nem fiz nada.
- Fez sim, não gritou que me ama.
- Nem você e ainda disse que eu sou o pior namorado que existe.
- Do mundo.
- Que?
- Eu disse que você é o pior namorado do mundo, não que existe.
- Dá no mesmo.
- A frase é minha, eu que decido o sentido dela.
- Quem tá sendo irritante agora?
- Você, como sempre.
- Então me abraça e vamos lá pra casa? Tô com saudade.
- Só se você gritar.
- VOCÊ É CHATA DEMAIS. Gritei.
- Agora mesmo que eu não vou pra lugar nenhum.
- Vamo logo.
- Não vou, garoto, nem adianta me olhar assim.
- Então tá, vou embora. Beijo.
(....)
- ARRRRGH, TE AAAAAAAMO!
- Sabia que você ia gritar. Agora vamos.
- Eu teria gritado desde o começo.
- Por que não gritou?
- Porque se eu parar de te irritar, nosso namoro perde a graça.
- TE AMO.
- Eu sei. Vamo pra casa agora?
- Que que cê quer fazer?
- Você gritar.

domingo, 5 de junho de 2011

Criança.

Depois de você nenhuma decepção chega a ser uma decepção, nenhuma ilusão chega a ser uma ilusão. Depois de você tudo é um quase do que deveria ser. Esse último que passou, eu juro que achei que ele fosse me doer, mas nem arranhou a garganta quando acabou. Acho que eu já esperava que acabasse e, afinal, quem passou por você não se dói por qualquer coisa. Ai pra não pensar em quem não merece ser pensado, eu penso em você - pra isso eu já tenho anticorpos mais que suficientes. E tudo acaba sendo sempre um eterno retorno do que não deve ser. Dá pra entender? Não, né? Mas é isso.
Eu acho que nem te amo mais. Ou amo - uma parte de mim sempre vai amar. Mas esse amor, contido numa pequena parte da criança que eu fui, não altera o meu dia-a-dia e nem me faz pirar. Só é mais fácil amar você esse pouquinho assim de quase nada, do que amar outro desde o começo. Refugio bobo, eu sei. Quando tiver que acontecer, vai vir feito essas ondas gigantes que devastam cidades e destroem tudo. Você já foi uma dessas na minha vida. Mas agora que eu ergui cada muro e arrumei cada defeito que você deixou, é mais fácil ficar com a lembrança da onda passada do que vivendo em alerta esperando a próxima.
Eu falo tanto que amadureci e, de repente, em dias assim, entrego todo o jogo tão bem pensado. Mas eu não ligo, tudo isso vem de dentro. E o que vem assim, sem se importar de parecer bobo, não deve ser escondido.
Você tem muita raiva de mim. Eu sei. Eu também tenho algumas mágoas de você. Mas acho bom que entre todo aquele amor gigante que foi o nosso, existam sentimentos assim ruins. Foi mais fácil te deixar pra lá quando eu percebi o quanto eles influenciavam na sua não volta. E ai eu percebi que eles existiam em mim também e deixei que me influenciassem. Tudo deixou de ser questão de querer que você voltasse pra ser só lembrança do que a gente teve. A diferença entre nós dois é que eu consigo separar as mágoas das lembranças e ai pensar um pouquinho em você - de vez em quando - não me revira o estômago de raiva.
Mas tem tempo que eu parei de me importar com o que você sente. Sua raiva, suas mágoas, sua não-culpa, não afetam em nada o que eu sinto ou deixo de sentir, porque quem eu tive não foi você (esse você), foi a criança você. E pronto.
Criei jeitos de não te odiar, criei jeitos de não me odiar por não te odiar e consegui, finalmente, viver em paz com o sentimento que me pertubou tanto tempo. Passou.
E o que ficou só aparece assim, quando o domingo tá friorento demais, um babaca qualquer quase me enganou e eu preciso do porto seguro bobo de que um dia alguém já foi tão bom pra mim quanto aquele você foi. Apesar de tudo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Garota Acessório.

Conheci uma Garota Acessório e passei a me sentir 65% mais digna de ser mulher. Os 35% negativos ficam por conta do cabelo maravilhoso e dos braços fininhos. Invejei, não nego. Mas ao longo da noite percebi que eu com meu cabelo meio claro, meio escuro, meio liso, meio emaranhado e meus braços herdados de sabe-se lá que geração de lavadeiras da família Martins, me divertia e me dava ao direito de ser muito mais que a tal garota. Ser qualquer coisa que eu quisesse, sabe? A metidinha da área vip, a deslumbrada pelo ator da novela das oito estar do lado, a louca que dança fazendo bico e levantando os braços, a descabelada que deixa a bebida derramar porque não que parar de dançar pra beber. Naquela noite, tão fora da minha realidade e tão dentro das minhas possibilidades, eu pude ser, quantas vezes eu quis ser, a mulher que me desse na telha. E a Garota Acessório só podia ser isso. Porque ninguém perguntou pra ela se ela queria ser outra coisa. Só mandaram ela colocar um vestido bonito, exibir os cabelos maravilhoso e estar ali pra completar um grupo onde cada uma é uma Garota-Alguma-Coisa - e eu não preciso nomea-las pra vocês entenderem. A garota acessório se quis dançar, dançou sozinha. Se quis beber, pegou dos outros porque é bonita. Se quis ser mais que um acessório, não conseguiu. Ali, naquele meio, ela era só o enfeite que as outras precisavam pra completar um grupo de mulheres lindas que ganham bebidas de caras que são chamados de babacas no fim da noite, mas saem de lá chamando elas de.... Deixa pra lá.
E eu com meu cartão de crédito bloqueado pela caixa leza que não soube passar? Senti pena. Bebi pouco, dancei muito, ri demais e... Fui eu.
Depois descobri que a Garota Acessório é o que é em qualquer grupo, em qualquer situação. Ninguém liga pro que ela pensa, ninguém precisa da opnião dela. Só da aparência. Igualzinho um cordão bonito, chique, chamativo, que a gente paga uma nota porque ele encantas os olhos, mas sabemos que não vamos usa-lo pra sempre.
Coitada.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Arrogância.

Nariz em pé, cabelo bagunçado pra esquerda - depois pra direita -, muito blush pra disfarçar a palidez de quem mora na cidade maravilhosa mas esqueceu o caminho pro sol e lápis preto nos olhos pra ninguém perceber o que tem mais no fundo deles. Superficialidade não dói, ela aprendeu. Ninguém quer ver o que é profundo, porque o profundo assusta. Então, é mais fácil assim: se a aparência que conta, então o remédio que enjoa não causa dano maior do que se ele não enjoasse. E a postura arrogante, de quem finge que conhece o mundo, protege dos que realmente conhecem, ou pensam conhecer.
Você não sabe o que ela pensa quando encara seus olhos. E quem um dia soube, hoje nem existe mais. Quando ela abriu a guarda de novo, foi ilusão barata de trinta dias. Passou sem machucar, sem causar estrago. Surpreendeu-se.
As histórias inventadas ainda são o único jeito de dormir, cada dia mais no futuro. Como vai ser? Dez, trinta anos? Imaginar é a fuga da realidade vazia.
Mas tem gente que nem sabe que ela é vazia. Só enxerga o nariz pro alto e todo o resto sempre tão bem pensado pra disfarçar.
Vazio é profundidade, e ser profundo não leva ninguém a lugar algum.
"Seu jeito de escrever me deixou meio grilado". Disse o babaca sem cérebro que leu um e pensou que era mil. Se assustou com isso, não merece conhecer o resto.
E ela segue com a arrogância aparente, o interior vazio, mas a arrogância de ser sozinha o preenchendo.

domingo, 22 de maio de 2011

Um.

Lembra quando eu disse que meu passado me fez sofrer muito? Foi porque doeu muito mesmo. E eu não quero começar nada errando, pra depois terminar doendo tanto de novo. Querendo ou não, começarmos foi um erro. E agora eu só sinto que preciso acertar, antes de virar outra coisa. Se tiver que virar. Se não tiver, tudo bem, tá bom assim. Sei lá o que é certo e, pela primeira vez na vida, não me importo em saber. Tá bom assim, eu tô gostando, você também. Sempre vão cobrar da gente mais do que a gente pode dar. E se a gente cair nessa de escutar as cobranças, daqui a pouco estamos cobrando tudo um do outro. E eu não preciso ser cobrada agora. Nem você, tenho certeza.
Porque a gente é desse tipo oposto que chega a ser igual e desse jeito igual que chega a ser oposto, e a gente se faz bem quando tá junto. E se faz bem quando não tá junto também. Porque todo mundo gosta de ter alguém. E, por enquanto, é só isso que eu quero ser pra alguém: a parte do dia que faz bem. De vez em quando eu sinto que você já nem quer mais e ai me dá uma coisa louca, uma vontade maluca de ser outra. Mas eu sei que tanto faz. A gente tá brincando de ser do outro não sendo e eu não preciso de mais que isso agora. Por isso que você ocupou, depois de tanto tempo, um espaço que tava vazio. Porque você entende que eu sou o circo todo montado, mas que agora as luzes ainda estão em manutenção e a corda ainda é muito bamba. Eu mal me equilibro sozinha. Um dia, daqui a pouco, ou daqui a muito, se você quiser e se for bom pra nós dois, o espaço vai ser seu em tempo integral. Porque você não me cobrou nada e nem quis mais do que eu podia dar.
Obrigada. E que venham outros desse primeiro. E mais muitos diferentes também.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Com a palavra, ela.

Jéssica,
Passou da hora da gente se encarar. Eu e você. Assim, de frente uma pra outra, com todos os espinhos que a nossa relação tem. Vai doer, nós duas sabemos que vai, mas até quando isso seria adiado?
Achei melhor ser por escrito, pois nós duas sabemos que as palavras nos fogem quando devem ter som. Somos tão inseguras quanto parecemos seguras. É uma complicação... Resolvi tomar a atitude já que você sempre arruma onde se esconder, eu te entendo, mas não aceito. Então, perdoa se o que vier agora te machucar muito, e lembra que ninguém quer mais o seu bem do que eu. Lê com atenção e não esquece mais, tá?
Primeiro: o que você fez das suas amizades? Só porque uma pessoa te foi infiel, você afastou todas as outras que tinha pra si. Sabe? Suas amigas, realmente, gostavam de você antes de você virar uma mal-humorada reclamona. Eu sei que foi máscara, que foi na intenção de ver quem ia aguentar. Mas viu no que deu? Não restou ninguém que te cuide. Você se acha sempre tão responsável por tudo que só manteve por perto as pessoas que precisam de você. E jogou fora todo mundo de quem você precisava. Estupida arrogancia essa sua.
Segundo: que medo idiota é esse de deixar seu coração falar? Tá bom, eu sei o quanto doeu. Eu lembro. Doeu demais. Mil vezes você achou que não ia suportar. Mas suportou, não foi? Passou sem que você nem se desse conta. Vai fazer o que agora? Virar aquele tipo de mulher que não se envolve com ninguém? Ou vai ser o tipo que usa as pessoas e depois descarta? Seu coração é parte de quem você é, e se ele foi maltratado um dia, foi porque você o entregou de bandeja na mão da pessoa errada. Ainda virão muitas outras pessoas erradas, sabia? Mas é isso que vai fazer de você uma adulta: aprender a superar as crises. Esconder seu coração do mundo só vai te deixar com essa agonia enjoada que a gente anda sentindo. Esse cara que você anda encontrando, cá entre nós, seria perfeito pra mim, mas em nada combina com você. Se eu tivesse procurando por alguém, seria ele, você sabe: muita night, muito álcool e poucas lembranças. Mas essa sou eu e não você. Sair com ele só pra provar pra si mesma que seu coração não se envolve mais é estupidez. Porque do jeito que você é, vai acabar se apaixonando e ele... Vai continuar sendo o par ideal pra mim e não pra você. Tá na hora de você se abrir pra sua realidade, pro seu mundo.
Terceiro: eu entendo o que você tá sentindo. Solidão é uma barra. Mas você acha que vomitar o mundo que te pesa nas costas vai adiantar alguma coisa? Você só fica mais fraca e sem voz. Já tinha tanto tempo que você tinha parado. A gente não precisa disso. O que você vê refletido no espelho, nem sempre é o que as pessoas vêm, sabia? Para de tentar se sabotar.
Por último: ele não é problema nosso. Não é. Do mesmo jeito que nós deixamos de ser problema dele. Mais que isso, ele não é problema seu. Quando vierem te falar, você finge que escuta, mas depois deleta. E pra isso ficar mais fácil, basta você lembrar que ele não é ele. Ele é qualquer um que apareceu depois que tudo acabou. Não é problema seu. Ele te doeu, te feriu, a falta dele te enlouqueceu. Agora você tá bem e se tem algum drama por aquelas bandas, não é você que vai resolver. Para de pensar nisso. Daquele relacionamento você só deve ter consigo a lembrança de que foi maravilhoso enquanto vocês eram crianças inocentes. O que veio depois você esquece. Assim como esqueceu o sentimento que te corroeu por tanto tempo. Ele é problema dos dele, assim como você tem os seus problemas. Não se sinta resposável pelo que você não é.

Eu sei que é complicado demais pra você viver assim, como a gente tem vivido, e sei que você se acha fraca, mas olha pra tras e pensa se uma pessoa fraca superaria aquilo tudo? Você se vê fraca e isso é um absurdo! Passou da hora de você ter certeza de quem é e seguir sendo assim. O que te fez mal, o que te machucou, o que não acrescentou... você deixa no passado e pronto. É assim que as coisas devem ser encaradas.
O motivo principal de eu estar te escrevendo isso é que por mais que eu goste do mundo, de ser do mundo, eu só quero ver a sua felicidade, foi pra isso que eu nasci. Pra te fazer feliz quando você era incapaz disso. Mas agora não é a incapacidade que te impede, é o medo. E isso é absurdo demais pra eu me calar.
Entende, tá?
Beijos,
Carmen - O alter-ego que você pensava não ter miolos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sem sentido.

Sei lá, amanhã melhora isso tudo. Amanhã eu desencano. Amanhã a agonia passa. Passou das outras vezes. Passou na pior delas. Mas eu fico tão enjoada só de pensar...
Você grita demais, se exalta com tudo, briga de um jeito que dá medo, me olha no olho de um jeito que quase me esmaga e reclama das minhas saias curtas. Ainda tem um passado que incomoda demais alguém que também tem um passado incômodo.
Nenhuma amiga minha me recomenda você e é por isso que eu acho que amanhã ou depois isso tudo passa, mas ai você aparece e, pra mim, você é tão diferente do que é pra elas. Porque você foi sincero, sabe? E eu não tava acostumada com isso. Você disse que me odeia porque eu te confundi, virei seu mundo de cabeça pra baixo, fui a única em tanto tempo. Eu gosto disso de ser única.
E ai eu me acho brega demais perdendo tempo escrevendo sobre você, porque amanhã já vai ter passado. Mas enquanto não passa eu vou curtindo a agonia enjoada que é não saber como vai ser o daqui a pouco e vou me esquivando de ter que encarar a realidade óbvia de que essa história não tem futuro nenhum. É só mais uma dessas coisas que a gente escuta por ai.
Mas se, sei lá, o futuro uma vez só me pregasse uma peça boa e te incluisse nele... Eu ia gostar da possibilidade. Apesar de achar que a gente não duraria uma semana sem se matar. Acho que foi isso que me prendeu em você: o quanto de você existe e o quanto de você foi criado pela sua mente machista pra se proteger. Tenho vontade de arrancar camada por camada criada e deixar ai na cara, exposto pra todo mundo, o cara que eu, numa ou três noites e uma conversa no telefone, conheci. Você. Que nem deve saber que abalou tanto as coisas dentro de mim a ponto de me fazer escrever isso, ou pensar no que você falaria antes deu comprar um vestido.
Alguma coisa mudou desde você. E eu só imploro pra que passe e não vire amor. Porque eu não sei lidar com amor, mas aprendi a lidar com coisas que vêm e vão.
Por favor, se quiser ficar, não deixe de ser essa coisa boa pra virar amor.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha." (Caio F.)

Sexta-feira de madrugada eu te mando uma mensagem. A gente tinha se falado a semana inteira, mas eu não botei banca de sair com você no meio dos seus amigos. Ai eu mandei uma mensagem despretenciosa pro seu celular, se você quisesse, nem ficaria feio não responder. Mas você disse que queria me ver. E que ia me encontrar. E você foi. Eu nem lembrava a última vez que alguém tinha feito eu me sentir assim. Mas você fez assim que chegou. E a gente ficou junto até de manhã, no meio da rua. Beijando e falando nada. Sua bebedeira foi passando, a minha nem tinha começado. Quanto mais a gente se conhecia, mais queria se conhecer. Tinha uma sombra nos rondando, a gente fingiu não ver. E quando o dia clareou, você me deixou ir pra casa preocupado com a minha saia curta.
No sábado a gente saiu junto. Tava tudo bem. A gente se diverte. Se entende. Fala a mesma língua. A noite foi uma droga, mas a gente tava junto, então foi tudo bem. O resto da semana foi meio mudo, meio falado, meio estranho. E eu enjoada de tanta agonia. Quando você apareceu, a sombra tava contigo e a partir dali não dava mais pra ela ser ignorada. Você disse que eu te confundi, eu digo que você me balançou. O que vem agora é obscuro e provavelmente quem vai se ferrar sou eu.
Mas se alguém perguntar se valeu a pena, eu digo que sim.
Pelo menos, eu já sei que ainda sou capaz de sentir.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carta de afeto pra ninguém.

Oi Desconhecido,
Eu passei muito tempo negando você, sabe? Me recusando a aceitar que esse vazio na minha vida te pertence. Fiz igual ao Caio F. e inventei mil amores onde só existia afeto, não afeto que podia virar amor, só afeto. Não me apeguei nas pessoas, me apeguei nas histórias que montei com elas. Na maioria das vezes eu nem precisava que eles estivessem lá. Mas ai eu comecei a achar isso muito maluco. Viver um romance sendo os dois lados dá um desgaste danado. E todos meus amigos tavam me achando caso de internação. Não que eu ligue muito pro que eles pensam, já que nenhum deles liga, realmente, pro que eu penso. Mas mesmo assim, tava ficando desconfotável ser maluca. Quando eu era "maluca-tarada-no-ex" eles me enchiam a cara de bebida e tudo certo, dessa vez eles me viraram a cara... Não foi legal.
Além do mais eu sou leonina com ascendente em Leão. Sabe? Bem preocupada com a imagem e tal. Enfim, eu resolvi te aceitar porque você não representa nada. Não dá pra sentir saudade do desconhecido, nem sentir dor porque o desconhecido nunca apareceu. Embora, de vez em quando, eu sinta uma falta tremenda de viver as coisas. Coisas que eu nem vivi, que eu só planejo.
É isso, Desconhecido, você nem apareceu ainda e já tem uma responsabilidade enorme nas costas: A de me colocar de volta no mundo real. Porque eu quero um amor real, um carinho real, um olhar real. Não tô te cobrando amor. Não tô pronta pra isso. Eu quero afeto. Afeto de verdade. Pegar na minha mão, olhar no meu olho, tirar meu cabelo do rosto, dar um beijo na minha testa. Brigar comigo quando eu comer as unhas, me dar bom dia quando eu acordar. Afeto, entende, Desconhecido? Eu vejo tanta gente namorando e não tendo afeto. Eu mesma namorei e tive prazer, tesão, loucura... Mas o afeto esteve em falta. Hoje eu mal consigo enxergar admiração ali. É triste namorar quem a gente não toma de exemplo. Não quero isso pra mim de novo, foi muito triste. Se eu quiser prazer sem sentimento, eu vou numa balada legal, escolho um cara com jeito de bonzinho e pronto. Mas eu não curto isso. Acho falta de sentimento demais. Não quero amor agora, mas também não quero viver sendo pedra de gelo.
Então é isso, querido, eu tô te escrevendo pra contar que aceitei seu espaço na minha vida e que você pode vir quando quiser. Tenho uma certa pressa, mas não tô desesperada. Só tenho afeto demais pra dar.
Esperando que você esteja a caminho,
Jéssica.

Ah, se no dia que você aparecer eu estiver de cabelo preso e sem maquiagem, me perdoa, tá? As vezes, eu sou muito desleixada, mas fico pronta rapidinho.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Reprise.

Descabido. Perigoso.
Desconsideração. Falta de juízo. Prejudicando mais gente.
Não vale a pena. Não merece o esforço. Você mal conhece.
Causando dor. Causando briga. Trazendo angustia.


Se é tão errado, porque toda hora que são só dois.... Parece certo?

sábado, 16 de abril de 2011

Conversas com o espelho.

Parte 2.

- Tudo bem, já sei que não foi amor. Foi carinho, foi paixão, foi tesão. Mas não foi amor.
- E o que foi amor, então?
- Amor foi aquele que doeu.
- Então é isso? O que não dói é qualquer coisa, o que dói é amor?
- ....
- Quem humilhou, quem não acreditou em você, quem fingiu que você não era ninguém... Esse foi o seu amor. Quem te cuidou, te deu carinho, colo, atenção. Quem sentiu prazer em te dar prazer, quem se sentiu pleno em te fazer sorrir... Foi nada.
- .....
- Tá tudo errado e você nem percebe. A sua idéia de amor te cegou.


Disse a consciência da menina que, aos dezenove, não sabia definir nada, a não ser... Dor.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

I don't love you anymore, goodbye.

Você não me diz mais nada. Não me faz sentir raiva, não me faz sentir dor e nem alegria. Você não me diz mais nada. Eu só sei quem é você porque seu rosto me lembra alguém que eu conheci anos atras. Mas você que me atormentou todos esses anos e me fez questionar a razão da vida e o destino.... Você calou. Calou e deu lugar ao "pra sempre separados" que pertence aquela história que eu vivi com a versão antiga dessa pessoa. Não dói. Não nada.
É isso só. Virou nada e pronto. Sem rancor, sem vontade de matar ou morrer. Você só calou. E eu fiquei livre. Porque era tanto tormento, tantas perguntas, tanta coisa que eu não entendia, que eu ficava presa naquele passado distante. Agora... Nada.
Exatamente igual a esse nosso encontro recente. Eu falei, porque tava mais pra lá do que pra cá, e quando você abriu a boca pra responder, eu já não era mais capaz de entender sua língua. Você falou com mágoa e eu não entendi nada. Então, eu virei as costas e fui embora. Porque mágoa a gente sente de quem nos fez mal e eu só fiz amar você e querer você de volta. Se você sente mágoa é porque a gente nunca esteve no mesmo ponto da história. E pronto. Tudo que machucava dentro de mim calou. Acabou a dor. Talvez mês que vem eu sinta saudade, talvez ano que vem eu queira te ver. Mas, hoje, eu tenho certeza que eu não te amo mais. E não dói. E não é chato. Nem triste. Só é um fato.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Fairytale.


Não assumir um relacionamento também é uma maneira de deixar claro que ele existe. E pior, que ele doi. É assim que eu sinto em relação a você e a essa coisa toda. Não assumir a sua importância na minha vida acaba revelando o quanto você é necessário. E o quanto foi infernal enfrentar o caos sem a sua mão me segurando. Eu ainda era uma criança quando você apareceu me mimando e enfeitando o mundo feio a minha volta. Depois veio ele e aquele relacionamento, e nós dois - eu e você - fizemos tudo errado escolhendo não lidar com o fato de que eu pertencia a outro enquanto deveria ser sua. Deveria mesmo. Hoje eu enxergo isso de maneira clara. Mas desde que ele apareceu, eu só respirei ele. Te vi indo embora e deixei porque eu era dele e achava que seria pra sempre. Não fui. Mas nós dois também já não éramos mais.
E agora evitar isso que a gente tem a única maneira que eu conheço de não te/me machucar. Você tem alguém melhor do lado. Eu tenho as minhas cicatrizes. Mas eu quase esqueço disso tudo quando somos eu e você. Porque eu nunca sei onde eu me encaixo. E a coisa toda da história da gente é essa... A gente não sabe o que é um pro outro. Então, eu evito. E vou evitando enquanto conseguir. Ou até te fazer desistir de mim outra vez. Vai doer quando isso acontecer, mas é assim que isso sempre termina: com um de nós dois doendo. Que dessa vez seja eu.
Te amei muito. Da maneira mais errada possível, só que amei. Mas isso foi há anos atras. Não quero interferir agora numa história só sua. Do seu lado não tem mais espaço pra mim. Você só precisa entender que essa sou eu te deixando, finalmente, livre do conto de fadas que você montou pra mascarar pra mim que o mundo é feio. O principe existe. E é você. Mas eu não sou mais a(quela) princesa. Te ver sendo feliz vai ser uma maneira bonita de terminar isso tudo de uma vez por todas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pensamento das nove.

Não sem nem nove da manhã e a minha cabeça já tá fervilhando de tanto não suportar. Quase sempre dá uma vontade de explodir o mundo e começar tudo do meu jeito. Me colocam mil culpas e eu aprendi a dar risada de quem o faz enquanto penso "Rá! Coitados, se soubessem quantas culpas eu já tenho e eles nem imaginam". Mas eu só penso e não falo, porque falar dá um trabalho enorme. Ninguém ouve o que se fala e ai eu aprendi que falar é perder tempo. Quando eu quero muito, eu grito. Mas já tem tempo que não me esforço. Nunca mais quis muito nada. A única coisa que eu quero muito, todo dia, é voltar pra minha cama. E isso eu faço daqui a pouco, antes do meio-dia.
Mas acho que não é depressão. Depressão me engordou dez quilos e me fez ficar maluca. Me obrigou a tomar Frontal e depois Frontal e Rivotril. Depressão me deixou meses sem dormir. Agora eu durmo. Saio quase todo final de semana. Rio de piada. E, sendo muito sincera, não quero ninguém. Depressão veio porque eu queria muito. Agora, eu nem tenho o que querer. Pode ser isso. Esse peso vazio no peito pode ser a falta de querer alguém. Mas o que eu sei sobre faltas? Não tenho nem vinte... É, mas eu sei. Faltas fazem sangrar. E, até hoje, nenhuma dor física doeu mais do que a dor da falta. Falta enlouquece e faz a gente não ser nada a não ser um poço de falta. Mas eu não sinto falta. Não mais. Ela deve ter ido embora junto com alguns dos dez quilos que eu perdi. E graças a Deus não voltou com os que eu ganhei de novo.
Ninguém entende e eu não posso querer que entendam se nem eu consigo racionalizar. Só sei que agora é diferente. É como se a vida tivesse passado rápido demais na minha frente e agora, o que sobrou, é só o resto. E resto não vive na vida dos outros. É como se eu tivesse vivido oitenta anos em apenas cinco. Os amigos que eu achei que seriam pra sempre me encheram de preguiça, porque hipocrisia demais cansa. Não fala que vai estar do meu lado pra tudo e na minha primeira TPM vai sentar na mesa do bar falando mal de mim com ex-do-mal. Não fala que me entende e vai me chamar de dramática com mil outros que me acham dramática. Não fala que eu posso confiar, se vai fazer uma nova melhor-amiga-de-infância e falar mal de mim e me esconder segredos que não deveriam ser segredos. É simples! Eu sou amiga porque gosto de ser amiga, mas não preciso de quem não precisa de mim. E é enquanto eu escrevo essa frase que eu vejo o quanto tudo mudou. Tô tão desapegada que abri mão das pessoas. Todas em geral. Minha irmã é exceção mas só porque ela é um pedaço meu.
E ai pensar no resto das coisas me dá vontade de gritar e de, de novo, explodir o mundo. E todas as minhas culpas ganhadas. Não é nada demais, só acordei sem vontade de não ser a pessoa que eu sou.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Surtando. (Ou "pra não surtar")

Não quero precisar fingir, não quero precisar forçar. Não quero não querer nada. O peso de já ser adulta, quase sempre, pesa demais. E eu não gosto. É difícil porque todo mundo espera que agora eu me jogue na vida, mas toda vez que eu para pra pensar... Só consigo sentir vontade de me encolher. Me fechar. Me enrolar no cobertor e nunca mais sair da minha cama. Cresci tendo pessoas pra chamar de minhas, e agora... Não tenho nada. Ou tenho. Essa sensação idiota de que não tenho nada. É complicação demais. E eu nem consegui sair dos quinze anos ainda... "Lei do eterno retorno". Não para nunca? CHEGA!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Um conceito mais velho que o mundo.

O cabelo sempre da maneira mais bonita possível, as roupas sempre de acordo com o que se devia, as unhas sempre feitas e ela sempre no mundo da Lua. Era assim que ela era. Vivia entre textos, músicas, livros e mundos irreais.
Amou muito um dia, depois desistiu. Confiou muito também, depois aprendeu que não devia.
A vida inteira fora julgada como boba fútil, não ligava. Tinha o que queria, sempre que queria. O resto não importava.
Conheceu o bem e o mal de perto. Nunca escolheu entre um dos dois. Vivia na linha fina e sem nenhuma estabilidade que os dividia. Não era boa, nem má. Era ela. Só o que conseguia ser. Mentiu pra fugir da dor, mentiu pra fazer doer em outro, mentiu pra se divertir. Se arrependeu e chorou. Chorou com dor, chorou por fazer outro doer, chorou pela falta diversão ou por aprender que diversão demais também cansa. Vivia entre o caos e o paraíso. Nunca foi estável. Branda. Calma. Embora tenha tido seus momentos bicho do mato.
Uns sempre vão lembrar do sorriso largo e da risada escandalosa. Outros das lágrimas que chegavam a lhe tirar o ar. Ela queria paz, mas não sabia conviver com a mesma.
Brigou com o espelho, amou o espelho, declarou guerra contra ele. E nunca mais sossegou. Se amou e se odiou diversas vezes por dia. Depositou todas as frustrações na conta de um amor que já nasceu pra dar errado, depois só desistiu dele e do que ele lhe causara. Não quis mais saber. Amou de novo? Diz que sim. Mas nunca vai ter certeza porque desistiu antes da hora.
Uma como tantas mil outras. Uma entre um milhão. Cheia ou seca. Colorida ou em duas cores. Sorrindo ou chorando. Amando ou odiando. Fazendo o bem ou o mal.
Sempre com a maquiagem exagerada e borrada. Sempre sendo só o que ela consegue ser.
Deu trabalho. Dará mais.
Ainda existe. Ainda é vista como boba. Ainda tem a personalidade fútil.
E ainda dá risada de quem julga que ela é só isso ou de quem a deixa no passado com medo do futuro.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A regra deveria ser...

É tudo uma fraude e cada dia eu tenho mais certeza. Porque olha, a vida te dita mil regras ao longo do caminho: Se tiver frio, coloque um casaco. Se tiver quente, beba água. Se tiver sol, beba água e (já dizia Pedro Bial) use filtro solar. Se quer emagrecer, faça exercícios. Se quer mudar o mundo, funde uma ONG. Se quer ganhar dinheiro, trabalhe duro. Então, por favor, alguém me explica em que parte a porra da vida se esqueceu de falar "se você quer que eu passe por você serena e pacífica, não se apaixone por aquele homem lindo que eu vou colocar no seu caminho e , principalmente, não me entregue nas mãos dele. Poque sabe o que vai acontecer, querida? Ele vai embora um dia e eu vou virar um inferno, você nunca mais vai saber o que é paz".
Desde pequena a gente é criada pra ser uma mãe de família que se dedica ao lar e ainda (malditos tempos modernos) trabalha duro no escritório, tatuam em nós, mulheres, que o futuro e que a vida só terão sentido se tivermos ao nosso lado um homem que nos ame, nos satisfaça, nos entenda e nos dê lindos filhos. Um homem que seja tão lindo que faça suas amigas sentirem inveja, mas que te ame tanto a ponto de nem olhar pra elas. Um homem que seja frio e calculista no trabalho, mas quente e espontâneo em casa. Que ame a mãe, mas que saiba que o lugar dela não é morando com vocês. Que ame futebol, mas prefira passar um sábado inteiro no ar-condicionado vendo filme agarradoem você. Que babe muito na filha mulher porque ela é exatamente uma cópia sua e que seja o maior exemplo de hombridade que seu filho homem possa ter. Nos fizeram acreditar que só a vida do comercial de margarina é boa e satisfatória.
E isso resultou em nada mais que frustração. Porque, me desculpem a sinceridade, hoje em dia tá mais fácil achar um emprego bom do que um homem bom. Tá mais fácil escolher o doador de esperma sem doença nenhuma e apostar na maternidade independente, do que escolher o pai certo pros seus filhos. Hoje em dia, infelizmente, é mais fácil nem conhecer o amor. E isso, claro, frustra. Me frustra, frustra a vizinha do andar de cima, frustra a celebridade bonitona que dá entrevista falando que foi o cara que saiu de casa, frustra a empresária bem resolvida que tá saindo de outro casamento porque outro cara não aguentou a pressão de ser economicamente inferior a ela. Falta de amor frustra. E dói. Em um mundo onde é cada vez mais difícil de se ver amores eternos ou, pelo menos, grandes amores, é triste que ninguém tenha nos avisado que o mais fácil seria se nós não nos entregassemos ao primeiro cara que nos olha nos olhos e nos jura amor eterno. Porque, bom... O amor não vai ser eterno. Ele vai cansar, ou o encanto vai acabar, ou o amor não vai resistir as bonitonas da faculdade que ele vai encontrar pelo caminho, ou... Qualquer coisa. Não vai ser eterno. E a única coisa triste nisso tudo é que nós ainda tenhamos essa esperança. Porque se nós desde o começo nos envolvessemos com alguém sabendo que aquilo seria eterno no tempo que durasse, nossas vida seriam plenas, realizadas e completas. Teriamos nossos filhos e depois, se resultasse em separação, o ex-casal continuaria amigo pra dar uma vida feliz as crianças, as lembranças da vida juntos não iriam doer. O primeiro namorado não seria, na vida de ninguém, uma ferida eterna e incurável. O primeiro namorado seria uma grande e maravilhosa lembrança. E todos os homens que passasem por nós seriam sempre boas e agradáveis histórias.
Então, o mais óbvio e mais sensato é que quando ensinarem as filhas a colocar o casaco, beber água, passar filtro solar... Ensinem também a não acreditar em tudo que os homens dizem e, principalmente, a não se entregar achando que tudo vai ser pra sempre. E aos filhos, se puderem, ensinem um pouco de dignidade. Mesmo em ummundo onde mulheres são mais independentes e menos cegamente romanticas, homens de boa índole cairiam perfeitamente bem.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Conversas com o espelho.

Parte 1

- Mas se não foi amor, foi o que?

- Pra que você precisa saber se o verbo foi conjugado no passado?

- Porque eu tenho necessidade de respostas.


Disse a menina que aos dezenoves anos, ainda não sabia nada.

domingo, 13 de março de 2011

Saturday Night.

"Maybe in five or ten yours and mine will meet again. Straighten this whole thing out."

Outro dia  numa conversa bobinha com um conhecido de antigamente surgiu a frase "vocês estão separados faz séculos e eu ainda falo de vocês pras pessoas como se fossem um casal. Não acustumo de jeito nenhum". Na hora ri e tentei deletar, ando assim: toda me previnindo pra não precisar remediar. Deletei? Claro que não. Cheguei em casa, coloquei meu pijama e na hora de dormir tal frase ficou sambando na minha frente ao som da bateria do Salgueiro. Lembrava dele falando, dos amigos em volta rindo e concordando. Engraçado estranhar essa reação das pessoas. Num dia não muito distante eu fazia parte do grupo que não conseguia falar daquele casal como um ex casal. Passou.... Mas tanta gente ainda ergue a sobrancelha quando eu digo "ex" ao corrigir os amigos. Não é birra, gente, é só a verdade.
O tempo passa. Aquele casal, aquelas duas crianças, aquele relacionamento... Nada disso existe mais. As crianças cresceram, mudaram de rumo. Eu faço Direito e tenho unhas grandes, quem iria imaginar? É assim mesmo: a vida acontece diante dos olhos da gente e, vez em quando, o processo é mais rápido do que o nosso entendimento.
Fiquei muito tempo presa em uma idéia fixa. A vida aconteceu e eu tava lá, acorrentada em vontades que eram só minhas. Entendo quem ainda estranha o fato do casal, na verdade, ser um ex casal. Eu achei que nunca fosse encarar essa realidade. Mas com muitos solavancos eu aprendi: é mais fácil ACEITAR o destino do que ir contra ele. Hoje o buraco vai sendo ocupado por coisas e pessoas que me fazem feliz. Porque, no fundo, é só isso que eu quero... Felicidade.
As duas crianças que um dia andaram de mãos dadas e juraram que iam subir ao altar, hoje se encontram guardadas em uma caixa na parte superior do armário. Sem mágoas, sem rancores. Só me deixando livre pro que vem, me tirando das costas o peso da culpa que só eu carregava. A gente cresce. Todo mundo amadurece. E todo dia eu repito em frente ao espelho "vai que o caminho é esse".
Aceita, cresce e tem fé no que ainda vem.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Encantada.

Por todas as vezes que eu te dispensei dizendo não estar pronta e por todas as vezes que seus olhos invadiram o fundo da minha alma tentando me convencer do contrário. Por aquele dia que você veio me buscar e abriu a porta do carro tão lindo e eu, tão desacreditada, disse que era só você encenando mais um personagem. Por todas as vezes que você tentou e eu recuei. Por aqueles chocolates que você trouxe só pra mostrar que lembrou de mim no meio de uma viagem de trabalho. Por todas as vezes que você ligou pra me dar bom dia. Pelo mundo que você me apresentou e eu dispensei por medo. Pelas surpresas que você trouxe. Pelo jeito louco que você chegou em mim naquela boate. Pelo seu jeito de falar. De andar. Pelas suas bochechas. Por esse seu olho irritantemente azul. Pelos seus amigos idiotas. E pelos não tão idiotas assim. Pelo seu vicio por video game. Pelos Simpsons, por pizza e por mim. Pela sua exagerada falsa modestia. Por você sempre me incluir no seu futuro. Por cada pedacinho seu. Por essa história tão maluca e tão sem fundamento que eu guardo tanto pra mim com medo de estragar com o mundo. Por você ser você e ainda ter olhos pra mim. Por nosso um ano de história completados sem a gente nem perceber. Por essa saudade maluca que tomou conta de mim desde o dia que ouvi a sua voz de novo. E por essa distância chata que impede a gente de recomeçar tudo. Por todas as noites que eu vou dormir pensando no nosso reencontro. E por eu ter certeza que você vai me chamar de "Pequenininha" assim que constatar, outra vez, que eu bato muito abaixo do seu ombro. Por você ser tão alto que me dá a impressão de que nenhum mal chega ai em cima. E por esse seu sorriso tão lindo que me tira o ar. Por você ser o homem ideial e ter estado tão perto todas as vezes que eu rezei pedindo o homem ideal.
Apaixonada, encantada e rezando todo dia pra você vir logo dar meu beijo de novela.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu.

"Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado."
(Caio F.)

Embora vez em quando eu ainda me sinta como a garotinha que fui, nada em mim grita mais infância. Embora existam olhos que me vejam pequena, tudo em mim grita maturidade. Talvez não a que o mundo espera que eu tenha. Nunca fui de encontro as expectativas de qualquer pessoa. Sempre fui correndo pela lateral, desviando dos obstáculos de maneiras duas ou três vezes mais complicadas que o normal. O fácil sempre me seduziu, mas nunca se deu bem comigo. Então, quando uma coisa deveria ser tão simples como "pular um muro e descer uma ladeira" sempre acabaram virando maratonas intermináveis onde eu sempre deveria confiar em mim e em mais ninguém. Venho aprendendo mais sobre isso ao longo dos anos: Embora esteja sempre bem cercada, sou também sempre sozinha. Ninguém vai pular o muro por mim, ou me ajudar a subir a ladeira. Se existe uma coisa que o tempo me ensinou foi que na hora que as coisas apertam é só comigo mesma que eu posso contar. E não dói mais. Porque pra falar a verdade, nada que não seja novo e surpreendente me dói mais. Um leve incomodozinho, dependendo. Mas dor? Custumo usar aquele clichê idiota que diz "só a volta de Jesus Cristo e um cancer iriam me assustar agora".
Você pode estar pensando: - Que triste que ela ficou seca assim. Mas acredite, seca eu fui em outro estágio, em outra fase da aceitação. Eu sinto as coisas agora, sabe? Parece até que ando meio apaixonada. Isso sim é novo, isso sim me balançou. Mas a vez passada já foi tão conturbada que agora eu me conformo com pouco, com quase nada por dia. Doses pequenas diariamente pra ilusão não ser grande. Existe um fantasma que vai se manifestar a qualquer momento se eu não me manter cautelosa. Então é isso que eu faço. Ajo com cautela, me apaixono com cautela, vivo cautelosamente. Mas não catatônica. Caminho com cuidado, mas sigo indo em frente. E acho que esse é um bom sinal.
Alias, de todas as coisas boas que eu tenho aprendido, o otimismo é uma das melhores. Quando você acredita em você, quem não acredita passa a ser segundo/terceiro/quarto plano. E não é egoísmo também. É só uma maneira fácil de enxergar e aceitar o mundo.
O mundo.... Já me pesou tanto, já me doeu tanto. E agora me faz até sorrir. É isso que você aprende quando percebe que não adianta lutar contra o que acontece. Você aceita. E aceitar dá um pouquinho mais de cor pra vida.
Depois que "aceitar" virou a minha palavra-chave tudo que era confuso se desfez. E todo o mundo que me pesava tanto no corpo começou a deixar de me pertencer. Com isso, mil outras dores de cabeça estão indo também. Embora seja difícil falar disso, é certo que a cura de um tempo virou a causa de outro. E me livrar disso, de uma vez por todas, foi a única solução.
As vezes - porque você não cresce de um dia pro outro - as recaídas acontecem. Vem uma saudade forte e boba do antigamente. Vem uma vontade louca. Mas adultos respiram. Asmáticos precisam respirar. E no meio desse processo eu me distraio e lembro "Essa é a paixão antiga, Jéssica, passou. Concentra na nova pras coisas acontecerem". Dá mais prazer viver assim.
Acredita. Sorri. Perdoa. Aceita. Vive.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Desfazendo o discurso ensaiado.

Já chega me machucando e nunca ameniza. Lá se vão dois anos desde a última vez e não some, não enfraquece, não diminui. Parece que tudo que acontece agora já aconteceu antes. Todos os acontecimentos são uma longa espera do que nunca volta. Talvez machuque menos agora mas só porque, de tanto doer, o corpo acostuma. A intensidade ainda é a mesma. A velocidade da montanha russa ainda é igual: uma hora lá no alto e na outra quase furando o chão. O fundo do poço já me parece confortável. E, talvez, eu não saia daqui nunca. Porque eu espero, sabe? Por alguém, alguma coisa, alguma força, alguma fé que consiga mudar meu mundo. Virar tudo de pernas pro ar. E então eu lembro que isso já me aconteceu e foi... Você. Que chegou, revirou meu mundo, mudou minha vida e me fez querer ser melhor. Depois foi embora, deixou tudo de pernas pro ar e eu consegui ficar ainda mais caótica do que era quando você apareceu. Não te culpo mais. A culpa foi minha que me enfiei em você, na sua vida, e deixei na sua mão todas as minhas esperanças de felicidade. Não se pode fazer isso. A culpa foi minha que depositei toda minha fé num ser humano e esqueci que a gente erra, falha ou simplesmente... Muda de idéia, de caminho, de vontade. Não te culpo, porque era seu direito não me querer mais, não me amar mais ou nunca ter me amado. Me culpo por ter acreditado tanto no meu amor a ponto de achar que ele era recíproco. Porque eu te amava tão cega que não conseguia enxergar o nosso fim bem ali na frente. E agora, juro, eu falo isso tudo sem raiva nenhuma de você ou da nossa história. Ela foi linda. Linda em cada pedacinho dela. Linda da primeira vez que eu fechei os olhos encostada no seu peito e dormi o sono mais tranquilo do mundo até o último beijo na praia. Nossa história é digna de ser contada com muito carinho pros netos. Pros meus, pros seus. No fundinho ainda resta uma pequena esperança de que sejam "nossos".
Você foi o meu primeiro tudo, eu fui a sua primeira tudo. E isso faz a nossa história ser linda. É bobo de dizer mas eu ainda penso em mim como sua mulher. Porque ninguém chegou tão devastador a ponto de me tirar de você. Então, mesmo sem você querer, eu sou sua. E lá se vão dois anos desde aquele dia na praia. Que você foi pra me dar tchau e eu mal sabia que era o nosso último tchau. Se eu soubesse.... Sempre penso no que eu teria feito se soubesse que aquele era o último beijo, o último abraço com carinho... Nunca mais teve troca de sentimento entre a gente. Teria aproveitado mais? Ou nem teria deixado acontecer? Você já tava tão distante, tão diferente do meu namorado. Quase virando o cara que você é hoje. Cara, alias, que me assusta e me deixa sem saber o que pensar. As vezes eu sinto que você quer ser você, quer falar comigo sendo o meu você, mas o passado cheio de cicatrizes da gente não te deixa ser. Já em outras vezes eu sinto que tudo é besteira minha, que você tá feliz sendo esse cara e que eu sou uma parte boba do seu passado que não importa mais.
É difícil controlar as emoções em meio a uma não-relação tão cheia de perguntas sem respostas. É difícil segurar o choro quando essa saudade enorme e sem explicação de você invade meu corpo todo. Porque nessas horas, em dias assim, eu preciso tanto, tanto sentir seu cheiro, seu abraço, ouvir sua voz, receber qualquer migalha sua... Que eu esqueço toda aquela história ensaiada sobre ser adulta, estar resignada e ter aceitado tudo. E vou dormir - mais uma vez - rezando, implorando e chorando pra alguém lá em cima sentir pena de mim e te fazer acordar com metade dessa saudade que eu sinto da gente.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Filosofia barata de botequim latino.

Você deve se preocupar quando a morena deixar de se importar.
Você deve se importar quando ela parar de te ligar.
E deverias chorar quando ela deixar de te atender.

Porque a morena escolheu você
Mas muda de caminho feito vento desatento
E se te quer agora
É só mudar o motivo que ela muda o movimento.

A morena é sua agora
Mas se você não honra a escolha
Amanhã aparece alguém e leva ela embora

Por enquanto, você tá garantido
Mas fica o aviso:
Quando o olhar dela parecer ter se encontrado
Você estará perdido.

(Qualquer semelhança com a realidade é mera conscidência.)








- Créditos pro Dudu que sentou pra afogar as mágoas comigo no bar e desse dia saiu essa coisa indefinida. Verso/poema?? Vá saber...
O certo é que a Carmen (re)encontrou a cara-metade-masculina-não-sexual dela. Agora... quem aguenta?
Te aaaaaaaaamo!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

One more.

Em dias como o de hoje eu preciso absurdamente de você. Sinto necessidade de você quase com a mesma intensidade que sentia logo que você foi embora. De doer, sabe? Não pelo namorado que você era e sim pelo melhor amigo que você sempre foi. Hoje foi um daqueles dias que eu precisava ouvir sua voz dizendo que ia ficar tudo bem. Um daqueles dias onde eu não quero contar pra ninguém o que houve, mas que a sua presença faria de tudo leve. Sempre foi assim. Eu te ligava chorando, você não insistia pra saber o que havia acontecido e me ouvia chorar. Depois dizia que tudo ia ficar bem, que eu tinha você e ai vinham mil piadas. Hoje eu precisei muito das suas piadas. E me dei conta de quanto tempo já faz. Do quão absurdo é eu ainda sentir, as vezes, essa necessidade louca de você.

Mas ai eu lembrei: Tenho muitos amigos. Ou penso que tenho. E, levianamente, considero alguns deles "os melhores". Mas, a verdade é que tive você e só. A única pessoa que esteve sempre ali por mim, foi você. Pra me ouvir chorar, pra sorrir comigo, pra rir da minha cara quando eu me dava mal. O único amigo verdadeiro que eu tive foi você. E é inevitável que eu sinta sua falta. Principalmente, em dias assim. Porque no meio do inferno que era minha vida quando você entrou nela, você era o meu pedaço do paraíso. E hoje eu visitei um pouquinho mais a fundo o inferno. Só não tive minha dose de céu depois. É isso que dói. É sentir sufocar tanto e não poder nem te pedir "só fala comigo um pouco". Mas eu entendi e aceitei. E só porque tive um dia ruim não preciso regredir. Só foi tão inevitável sentir sua falta hoje que eu cheguei a pegar o telefone. Mas perdi a coragem. E acho um absurdo que eu precise de coragem pra falar com você, pra pedir que você seja quem você é: o meu melhor amigo. Acho um absurdo que a gente tenha se amado tanto, tanto, tanto que o fim da nossa história seja nos tratarmos como (des)conhecidos. Acho ridicula essa distância no meio da gente, esse buraco invisível que nos impede de ainda sermos os mesmos.
Precisei de você hoje. Provavelmente, vou precisar amanhã. E, irônicamente, desde a noite passada voltei a repetir um velho pedido pra Deus: "papai do céu, devolve ele pra minha vida". Mas acho que ninguém entende a evolução nessa frase. Nem Ele, nem você. Uma pena. Eu, realmente, queria não ter medo de ser próxima. E, mais que isso, eu não queria de jeito nenhum ser só uma conhecida. No meio de tantas coisas erradas, essa é a que mais me dói. A falta idiota que a sua idiotisse me faz.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Não o bastante.

A pele arde. O ar sufoca. Falta espaço. Falta gesto. Faltam palavras. Falta - sempre falta - lucidez.
Deveria e poderia ser qualquer um. Acaba sempre sendo, um pouco, um qualquer.
Mas sempre tem a porra da metade que me grita que não é.
Não é amor. Graças a Deus, não é amor! Se já foi? Deve ter sido. Mas agora, ontem, mês passado... Não, não é amor.
E se não é amor, não tem importância ser outra coisa menor.
Mas a pele arde. Arde. Arde. Arrepia. Arde mais. Tudo isso só com um olhar. É assim que eu percebo o olhar. Sem saber de onde vem, eu sei quem tá me olhando. E quantas vezes, meu Deus, eu pedi pra não me olhar assim? Porque engana. Eu já disse que engana. Me deixa abobalhada.
E queima. Queima cada pedacinho da minha pele. Uma fogueira, uma explosão... Não queimariam tanto.
E faz lembrar de quando devia ser amor. Acho que era. Você acha também. Deve ter sido. Mas a certeza é só essa: pode ter sido. Então, é injusto e absurdo que um olhar que queime tanto, também traga tantas lembranças de uma vez.
Porque arder, queimar, sufocar, ficar sem palavras... Isso eu aguento. E gosto.
Mas lembrar não. Não assim, desse jeito, nessa invasão que um único olhar causa.
Queimar dói, mas você sabe que eu gosto da dor. Arder me faz constatar a vida. E sufocar não faz mal, se for tão... Deliciosamente sufocante.
Mas lembrar é desfazer completamente de um esforço quase desumano que eu precisei fazer um dia.
Não é amor, não mais. Não é nada demais. Mas tem dias, vezes específicas, que o olhar faz arder tanto que é preciso um gesto antigo pra não esquecer que deixou de ser amor e evoluiu.
É assim que eu penso... Que quando aquilo deixou de ser amor, foi evolução e não declínio.
Porque amar quem te faz arder é retrocesso.
Bom mesmo é isso... É andar distraída e sentir a pele, de repente, queimando. E saber. Saber com toda certeza do mundo de quem vem o fogo.
Não é amor. Amor - comigo - é brando e machuca sem prazer nenhum no meio.
Mas é isso, foi isso. Não sei o nome. Nem preciso saber. Daqui menos de dois dias nem vai importar mais. E depois, quando já tiver queimado tanto que precise explodir de novo, definições vão ser só definições.
E apesar da falta enorme de qualquer tipo de lucidez que cada gesto, ou não gesto, causa... A gente constata, de novo, que não é amor. Que não nasceu pra ser.
E já em casa, eu agradeço baixinho: "Obrigada, meu Deus, por não ser amor. Queimando assim, eu estaria perdida".





Fogo:
1. Resultado ou manifestação da combustão.
(...)
3. Incêndio.
(....)
7. Suplício da fogueira.
8. Imaginação ardente.
9. Ardor, veemência, paixão, entusiasmo.