terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Despedida sem drama. (Pela Rainha do Drama)

Toda noite você aparece falando bem baixinho: "relaxa, Jéssica, relaxa e deixa pra lá. Um dia eu volto". E então, aos poucos, eu vou relaxando. Porque não tem muita escolha e porque você toda noite volta aqui pra reforçar a idéia.
O fim do ano chegou, as promessas pro próximo ano chegaram e as previsões astrológicas também. Ninguém tira minha esperança morta e ninguém me faz ser, ainda, apegada nela. As coisas só têm seguido o curso natural delas. Nenhuma grande transformação, nada que tenha abalado o meu mundo, ou o seu, a ponto de virarmos tudo de cabeça pra baixo.
Do mesmo jeito que você aparece na minha cabeça, eu devo aparecer na sua. Somos muito importantes na vida um do outro. Você só enxergou o jeito certo de escapar da cilada. Eu mergulhei cega numa entrega que não tinha dono. Hoje é tão óbvio.
Mas eu te amo e foda-se. Amo porque você sempre vai ser você. Porque eu sempre vou sentir saudade. Sempre vou querer saber de você. E foda-se porque eu cansei de lutar contra o fato de você representar tudo que representa. Na minha vida, até hoje, cara nenhum chegou perto de alcançar o seu lugar. E é isso! Te amo exatamente com esse carinho. E com a gratidão enorme de ter sido você!
Mais um ano tá indo embora, e provavelmente, eu vou pensar em você em mais uma virada de ano. Porque enquanto não aparecer nada maior e mais avassalador que você, é em você que eu vou pensar quando o momento for grande e importante. É pra contar pra você que minha mente vai guardar os detalhes. É pensando no seu comentário que eu vou rir de alguma coisa.
Mas eu relaxei e foda-se. Do mesmo jeito que você é tudo que é pra mim, eu sou tudo que sou pra você. Até o ciclo se completar.
Relaxa, amor, relaxa e deixa pra lá.
Eu relaxei e tô deixando.
Um dia, eu volto.
Nós voltamos.











(Queridos, viajo amanhã de noite e, provavelmente, não volto aqui até janeiro. Queria desejar, do fundo do coração, que 2011 seja miiiiiiiiiiiiiiiiiiil vezes melhor pra TODOS nós. Que tenhamos muitas alegrias e vitórias. Obrigada a todos vocês que acompanharam mais um ano dos meus textos sem sentindo, dos meus surtos e do meu romantismo barato. rs Vocês são demais! Beeeeeeijos.)
Tá rolando uma brincadeira super bonitinha de uma blogueira enviar selinhos pra outra, e uma vez que você o recebe, deve responder a pergunta que vem com o mesmo.
Eu recebi esse da Carol Vasconcelos do http://elaseriasempretua.blogspot.com e resolvi brincar também! =)

Sete desejos pra 2011:

1) Keep holding on!
2) Definitivamente: conhecer gente nova.
3) Manter as minhas unhas.
4) Cinquenta e oito quilos em julho. (vou em arrepender amargamente de ter registrado isso aqui, tenho certeza)
5) Aprender mais sobre tudo.
6) Me interessar pelo mundo que existe fora do meu mundo.
7) Aquele desejo de sempre.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer.

"2 anos.
24 meses.
730 dias.
17520 horas.

Nesse tempo todo...
Você foi minha maior alegria e minha pior tristeza..
Foi o unico motivo pelo qual eu acordei e dormi feliz , a unica pessoa capaz de fazer nascer dentro de mim um sentimento tão inexplicável quanto esse que eu tenho aqui agora.
Você foi quem me fez chorar e sorrir em questão de minutos durantes várias vezes.
Você é e sempre vai ser o meu maior amor, o meu amor gigante, e o meu ódio insuportável. É você quem faz eu querer ser uma pessoa melhor cada manhã.
Por você eu faria a maior loucura do mundo, por você eu seria capaz de ser quem eu não sou.
Você pode não perceber, nem reparar, mas cada dia que passa eu me inspiro mais em você pra hoje, ser quem eu sou.
Cada briga me fez crescer, cada carinho segurou meu mundo.
Cada sorriso seu me deu força pra continuar e cada reclamação me fez querer mudar.
Hoje, sem nem pensar, eu posso dizer que sou uma pessoa completamente diferente da que eu era dois anos atras e metade da culpa disso é sua.
Eu te amo, eu sempre vou te amar, mesmo que nossos caminhos sejam diferentes daqui pra frente.
Não vou te agradecer por nada, porque eu SEI o quanto foi difícil pra gente todo esse tempo que ficamos juntos tendo tudo pra dar errado.
As reclamações nunca vão acabar, a insatisfação nunca vai sumir... Mas o amor vai ser, como sempre foi, maior que qualquer outra coisa.
Hoje são 2 anos e, se papai do céu quiser, ainda virão muiiiiiiiiiiiiiitos porque eu fui feita pra você e você feito pra mim.
Te amo, te amo, te amo (...)"



6 anos.
72 meses.
2066 dias.
29584 horas.

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sábado, 4 de dezembro de 2010

Resignada.

Houve muita vida depois do nosso amor. Porque se a gente tá acordando, tá escovando o dente, tá respirando.... A gente tá vivendo. Por mais que doa - e como dói! - e por maior que seja o querer pelo estado contrário, ninguém morre de coração partido. Não do jeito romântico e poético da frase. Enfim, houve vida. Agora eu sei. Agora eu enxergo. E houve aprendizado também. Sem um milímetro de dúvida eu sou, agora, uma pessoa muito melhor do que eu era quando você foi embora. Porque te perder me fez querer tanto virar o mundo de cabeça pra baixo que eu aprendi muito mais sobre o mundo do que teria aprendido em alguma outra situação. Machucou te ver indo embora e saber que a suua ida era a colheita do que nós plantamos. Depois doeu muito ter que ir embora de você também. E esse foi um sofrimento solitário, escuro, amargo, doentio. Mas todas as coisas ruins passaram. O que eu carrego comigo agora é a resignação. A sabedoria dos que já cansaram de bater cabeça. Não é não ligar, é simplesmente não aguentar ligar. A consciência de quem aprendeu que o futuro é amanhã e não daqui quinze anos. E quando não se pode fazer nada, o que nos resta é esperar. Mas não é preciso - surpresa, surpresa! - passar pela espera sofrendo.
Amanhã, talvez, você encontre seu novo grande amor. Amanhã, talvez, você tenha certeza de que nunca foi louca e sempre esteve certa. Talvez amanhã você tenha que invadir um casamento e sequestrar o noivo. Mas o amanhã é amanhã. E se você não pode planejar nem uma coisa que já batendo na porta, imagina viver seus quase vinte anos planejando e sonhando com os quarenta? É tortura.
Aprendi que amar tanto, amar tão forte, tão pura, tão embabacada me fez crescer. Me fez saber ser quem eu quero ser, na hora que eu precisar ser. Amor não traz desvantagem, o desamor que traz. E dele a gente esquece na primeira semana. Amar você assim me colocou no limite entre o Céu e o Inferno. O tempo todo sem saber se você havia sido mandado por Deus ou pelo Diabo. E sempre pensando em como seria a vida se você não tivesse acontecido nela.
Não sei, não faço idéia e, confesso, as vezes tenho a curiosidade de saber. Ao mesmo tempo sinto que a mulher que eu virei deve metade de tudo a você. A você e a falta de você. É sempre paradoxal tentar explicar. Mas eu sei que se você quiser, você entende.
E você sabe que se você quiser, você volta. Na hora que tiver que ser, no momento que precisar ser, passem quantas vidas necessárias sejam. Se você quiser, um dia, você volta. E porque você quis voltar. Minha resignação me deixa esperar, mas não mais ficar parada no mesmo ponto.
Vive daí, eu vivo de cá.
Uma hora, se for pra ser, a gente se encontra.
E se não for, que seja eternizado na lembrança lindo e com o gosto mais doce do que a gente consegue imaginar que possa ser agora.





(Esse texto todo é baseado em dias de conversas infinitas e intermináveis com alguém que acredita mais em mim do que eu mesma. Ray, ainda bem que você apareceu, Anjo.)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Antipiração.

Lembra, lembra que você não é mais louca. E que você não liga pro que aconteceu enquanto você não tava lá. Lembra que seu mundo também girou, que muitas pessoas passaram por você, que a sua vida também continuou. Lembra que a vida passa enquanto você se esforça pra ser normal e que esse precisa ser seu foco. Lembra que precisa viver um dia de cada vez, não dá pra pirar planejando um amanhã que você nem sabe se existe. Lembra que você sabe, porque você sempre sentiu e alguém lá de cima te falou, que você ainda é importante. Mas lembra que mesmo que não fosse, você ainda seria importante pra muita gente. Lembra que mil pessoas querem seu bem e outras mil vão embora se você ficar maluca de novo. Lembra que sua saúde melhorou, sua vida tá caminhando pro lugar certo. Lembra de tudo que foi bem sucedido, mesmo enquanto você esteve sozinha. Lembra que você nunca esteve, realmente, sozinha. Mesmo que tenha se sentido assim na maior parte do tempo. Lembra que o mundo dói em você, mas também dói em todo mundo. E que pra dor parar a primeira coisa que você precisa fazer é lembrar que não precisa doer.
Existe um muro entre vocês agora, amanhã pode nem existir vocês. Então, lembra que tudo isso é passageiro. E que ele não é o único no mundo. Lembra que o tempo passou, que você é uma adulta agora. E adultos são racionais. Lembra que você precisa ser você. E que se ele não gosta de você, o azar é dele. Não seu. Você não tem azar de ser quem é. Lembra? Você gosta.
Então lembra que a vida não é difícil, que nem tudo é injusto, que você consegue ser feliz. Lembra que a vida continua, o mundo sempre gira, como já girou, e que se for mesmo pra ser, vai ser. Numa dessas voltas vocês se encontram. Mas lembra que pro seu coração ser encontrado por alguém, primeiro você precisa aceitar a vida.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Efeito retardado.

Eu tenho que lembrar que você não é a única pessoa no mundo que vale a pena. Tenho que lembrar que você vai embora, que você erra, que você... É você. Tenho que me beliscar o tempo todo e voltar pra realidade. Tenho que lembrar de cada vez que você foi embora e de como doeu. E preciso, o tempo todo, lembrar que meus amigos são meus amigos, sim. Que não é só você que me entende, só você que me me faz bem. Preciso, toda hora falar pra minha cabeça que não dá pra cansar do mundo, me isolar dele. Preciso fugir do buraco, porque voltar pra ele vai ser o fim.
Preciso inventar historinhas sobre gente que eu nem conheço, só pra não lembrar da nossa história, preciso ouvir músicas que falem de coisas que eu não entendo, preciso sair mais, e querer ser menos sozinha.
Preciso me lembrar das coisas ruins, ainda que eu já te tenha perdoado. Preciso lembrar porque elas são o que me impedem de me apaixonar mais ainda por você. Elas impediram nossa história de ser mais. Preciso, toda hora, me torturar com lembranças ruins, só porque esse sentimento bom no meu peito não pode crescer e ficar maior que eu outra vez.
Preciso ser racional. Mas aí, eu fecho os olhos e você aparece sorrindo na minha cabeça. Então..... do que eu preciso mesmo?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ex louca.

Quando eu parei de ser louca percebi que toda a loucura não foi em vão. A gente já não ia bem das pernas tinha muito tempo e não ser louca não ia mudar isso. Minha loucura não teve culpa. A gente desandou antes de eu ficar louca. Minha loucura só constatou o que eu sã não quis entender: a gente acabou. Tem gente por aí que ainda aposta em nós dois. Eu acho que eu apostaria também. Não muito alto, nenhuma grana preta, mas umas migalhas eu investiria. Sabe, só por via das dúvidas. Só pra se acontecer, em um dia do futuro, eu poder falar que já sabia. Porque assim, se um dia a gente der certo, esse dia tá muito distante. Hoje em dia eu que não sou louca de me envolver com esse cara que você virou! Eu sei que ai no fundo tem o meu você, mas minha sanidade jamais me permitiria, agora, provar isso pro mundo.
Outro dia, em uma conversa boba típica de nós dois, eu quase senti que tava falando com o meu você. E a gente tava falando disso mesmo, do meu você. Claro que não foi assim, com esses termos "o meu você/o seu você", mas é assim que eu te chamo. Aquele era meu, ué! Tenho licença artistica e direitos de imagem pra diferenciar assim. O seu você é, com certeza, o cara que eu beijaria de noite. Mas é também o cara pra quem eu mentiria o nome, o telefone e a cidade. O meu você me ganhou, e levou de bandeja minha vida toda, assim que me beijou a primeira vez. O meu tinha sorriso de criança, jeito de criança e fazia piada de qualquer coisa. O seu.... Sei lá, me parece muito sério. Duvido que eu e o seu você nos daríamos bem, duvido que daríamos certo. Eu não sou mais louca. Mas passo tão longe de ser uma pessoa séria. De todo séria. Cada vez que você tem uma semi recaída, vira o meu você e vem me chamar de chata, eu morro de rir. Feito criança mesmo. O seu você deve achar isso absurdo! O seu você deve me achar a maior chave de cadeia do século. Enquanto eu acho que o seu você precisa de mais leveza na vida.
Por favor, por que eu tô falando de leveza? Só porque deixei de ser louca, tô pensando que curei todos meus defeitos. Tadinha de mim. Nunca fui leve e quero te impor leveza. Mas é que vendo daqui de longe o seu você me parece tão tenso e rígido e sério e querendo ser perfeito. Relaxa, sabe? Você é tão amado por quem tá ai em volta. E ninguém vai te amar menos se você errar de vez em quando. As pessoas gostam de quem erra. De quem precisa delas. Eu consigo ver direitinho você sendo o ombro amigo de todo mundo sem nunca se abrir com ninguém. E, não, não adianta! Fazer drama sobre a ex-namorada-piranha-que-te-largou-e-logo-depois-apareceu-com-outro pra uma piriguete qualquer, não é desabafar. Não é abrir o coração. É só usar seus traumas pra se dar bem. Tá vendo? Nossa história teve sim utilidade! Quantas meninas não devem ter morrido de pena de você? O namorado apaixonado que foi trocado. Mas quantas delas sabem, de verdade, o que houve entre a gente? Qual delas sabe que entre desistir de nós dois e namorar outro, eu tentei loucamente fazer você me admirar de novo? Quantas delas sabem que você não fazia questão nenhuma de esconder que eu não era admirada por você, que você não falava mais que me amava, que você passou dois meses sem me ver? E qual delas sabe que isso não foi pelo vestibular? E aposto que nenhumazinha delas ouviu de você que eu te esperei durante meses. Que eu me encolhi no canto e esperei você curtir os amigos novos, as pessoas novas....
Eu nem sei porque falei disso. Porque cutuquei o machucado. Mas é que eu queria poder te dizer isso tudo, eu queria que nossas conversas de hoje em dia não fossem superficiais. Queria poder até ser seu ombro amigo. Quantas vezes você falou que eu era sua melhor amiga! Que de amigo mesmo você só tinha eu. Queria poder exercer isso, sabe? Queria ser presente pra você. Mas eu imagino que a gente ainda não seja adulto suficiente pra isso. Eu não sou e o seu você, mesmo com essa pose de gente grande, também não.
Mas a história da gente foi tão grande, tão bonita, tão de nós dois que eu acredito que um dia a gente vá conseguir ser próximo. Ser alguma coisa um do outro. Coloco pouquissimas fichas de que voltaremos a ser namorados, mas arrisco alto dizendo que, um dia, a gente vai se querer tão bem que nosso passado não vai machucar a ponto de nos afastar. Você só precisa equilibrar o seu você com o meu você. E eu preciso ter certeza de que deixei mesmo de ser louca. Nenhum de nós dois precisa de mais drama.
Durante a minha loucura eu te perdoei por muitas coisas. Coisas que você nem sabe que me fez. Machucados que você nem sabe que me abriu. E te perdoei sem você nem saber que precisava ser perdoado. Mas a minha loucura me fez enxergar que pra deixar de ser louca eu precisava aceitar tudo aquilo. Precisava encarar a realidade, as dores. E depois que eu aceitei... Perdoar doeu mais. Foi um longo caminho tentando entender cada ato, cada desamor seu. Mas ai eu percebi que tentar entender não faria de nada menor. Só era reviver meus pesadelos. Então, em uma noite quietinha e sem ventania, eu te perdoei. E falei pra Deus que você tava perdoado. Eu acho que no dia que o seu você me perdoar por ferir tanto o ego dele, o meu você volta um pouco. Mas quem sou eu pra ensinar alguém? Até outro dia eu era louca....
O importante é que o seu você e eu louca, um dia, precisam ser só passado. Uma hora você precisa ser leve de novo. Um dia você precisa melecar a cara de alguém com brigadeiro outra vez. E, um dia - que não é agora -, esse fato precisa não me enlouquecer de novo.
E nesse dia esse texto vai ter alguma coerência.

"Deus, como eu quero paz..." (Caio F.)

É que agora é assim: qualquer coisa que me tire a paz, me cansa. Sem pensar duas vezes, pertubou só um pouquinho o meu juízo, pronto, já foi pra minha listas de coisas a evitar. Tenho tentado sair o menos de casa possível, a rua se tornou uma coisa meio caótica pro meu espirito cansado demais. E quando saio de noite... Nossa! Que exaustão. Sorrisos forçados, falsas alegrias. Como eu pude, um dia, ser feliz naquelas boates, naqueles inferninhos? Tem também a possibilidade remota de encontrar com meus fantasmas no meio do caminho. Nunca encotrei, mas só de pensar em encontrar, prefiro a minha cama. Nunca dei de cara com alma penada, mas sempre encontro com quem me lembre que elas existem mesmo. Que não foi tudo só um pesadelo. Não que eu te veja assim, não se ofenda. Não que eu ache que você vai me passar algum tipo de doença e eu precise te evitar a todo custo. Eu gosto de você! Já falei, né? Gosto mesmo.... Mas encontrar com você, qualquer dia, no meio da rua, vai exigir de mim um esforço enorme pra manter no lugar tudo que eu lutei demais pra colocar. Dar de cara com você em qualquer esquina da vida, vai ser a prova de fogo que faltava pra testar essa minha nova pseudosanidade. E, sinceramente, que canseira me causa pensar nisso! Não quero seu mal, não. Nem te vejo como uma coisa ruim que aconteceu na vida. Mas encontrar você, por acaso, um dia, vai despertar alguns demônios dentro de mim. Se eu, ao menos, pudesse viver preparada. Mas viver em estado de alerta deixa qualquer um louco. Então, eu relaxei. Deixei pra lá. E pra ficar bem, evito as boates. Os lugares muito cheios. No shopping eu ainda vou. Mas só porque eu tenho essa compulsão por comprar. Mesmo assim, tem dias que eu quase prefiro me deixar jogada no café da livraria. Ali a vida é meio anos 50, sabe? Com a bossa nova nascendo, as pessoas procurando a paz de espirito... Ali eu também não preciso ligar meu alerta. Ninguém que me doa vai aparecer por lá. Alias, como as pessoas têm me doído! Uma me faz sentir dor no estômago, outra me faz querer nem enxergar. Como as pessoas têm me afetado emocionalmente! É por isso que eu fugi um pouco da faculdade... Aproveitei essa onda de feriados e me deixei bem trancadinha em casa. A faculdade é um dos lugares onde eu mais tenho vontade de gritar e bater em alguém.
Sei lá, eu aprendi que não gosto de suspense também. As esperas tem corroído meu fígado! E ele já não é lá muito saudável, cê sabe, eu bebi demais tentando não pensar. E as esperas.... Ai que agonia! Ninguém quer esperar, né? Parece insano esperar pelo amor, por uma resposta, por alguém.... Mas essa é a realidade de tanta gente! E eu me sinto explorando Deus cada vez que fecho os olhos e peço pra que você pare de me fazer esperar. Eu sei, você não me mandou esperar. E eu achava que nem tava esperando mais. Mas cada dia, que merda, é um dia de espera por você. Não daquele jeito louco de antes, pode relaxar. Eu não sou mais aquela louca. Acho que nunca fui, mas tentei testar, vai que com ela dava certo. Enfim, ser louca também me cansou muito. Eu tenho muita preguiça de fingir ser quem eu não sou. Outro dia bebi um pouquinho mais que o normal, fazia tempo que não bebia assim e me senti horrível. Entenda, eu ainda bebo. Mas só enquanto eu gosto. Tem uma hora que tudo mundo deixa de gostar do que tá bebendo. Que aquilo começa a enjoar. Era nessa hora que eu bebia ainda mais e, logo depois, você sumia da minha cabeça. Agora, geralmente, eu paro antes dessa hora chegar. Mas outro dia eu insisti. Nada demais, nenhuma catástrofe considerável aconteceu, mas que vergonha eu senti da pessoa que eu fui. Eu também ando preferindo beber só na presença das minhas amigas. Percebi que por mais amigos homens que eu tenha, e por mais meus amigos que eles sejam, nenhum homem resiste a tentação de testar até onde uma bebada é capaz de chegar. Eu nunca fui além do beijo. Até bebada sou presa nesse meu romantismo barato. Mas eu odeio me sentir usada. E não queria sentir repulsa pelos meus amigos.
Ando com preguiça de gente nova. Fiz amigos na faculdade, fiz amigos por aí, mas eles só conseguiram chegar perto porque despertaram alguma coisa de "conheço de algum lugar" em mim. Alguns eu tenho até alguma certeza que estiveram comigo em outra vida. Eu não sou sozinha. Seria contraditório demais que eu fosse. Mas eu não sou completa. Só que eu acho que, hoje, nem você me completaria. Talvez seja bobeira minha. Mas agora eu te enxergo tão diferente. Que loucura seria negar que eu fecho olho e peço em silêncio pra que você me ame, mas a verdade é que de tanto desacreditarem no amor da gente, eu comecei a duvidar dele também. E qualquer coisa que desperte dúvida em mim, me dá vontade de dormir.
Eu voltei a dormir, sabia? Tem dias que menos, tem vezes que o dia inteiro. Em algumas noites eu ainda preciso do meu remédio. Mas eu não gosto do barato que ele me dá. Odiei que o Revotril não fizesse mais efeito em mim. Esse remédio é tão mais forte e eu me sinto muito mais ferrada quando preciso dele. Mas, vez em quando, eu ainda preciso. Porém, nunca mais, que alívio, passei uma noite inteira em claro. Nunca mais vi o dia nascer sem ter nem pregado o olho. Eu acho que foi ai que comecei a melhorar da maluquisse. Tem gente que ainda deve achar que tô louca. Muita gente me conheceu indo pra rua quinta, sexta, sábado e domingo. As pessoas me ligam na sexta a noite como se eu tivesse a noite mais certa do mundo. E eu só respondo que vou ficar vendo filme. Não é depressão. Depressão era sair de casa meia noite, encher a cara, vomitar no banheiro e te mandar mensagem as cinco da manhã. Agora eu sou a boa e velha preguicinha de sempre. As coisas voltam pro lugar, aos poucos, mas voltam. Quantas pessoas me falaram que elas voltariam!
Aquele outro que eu namorei, nossa, como eu gosto dele hoje em dia! Como me tranquiliza saber que ele não me condena pelos absurdos que eu fiz, como me acalma saber que ele ainda é ele e que eu posso ser eu perto dele. Nada demais, sabe? Dois amigos que se gostam muito. Eu vivo abraçando ele, vivo abraçando meu melhor amigo também. São, sem dúvida, os dois caras que eu mais gosto no mundo. Depois do meu pai e do meu tio. Dai eu fico pensando se, um dia, eu e você seremos assim. Se alguma vez na vida eu vou conseguir te abraçar e não querer chorar. Se alguma dia eu vou olhar pra você e te admirar sem querer que você seja admirável do meu lado. Por isso que eu corro de qualquer probabilidade de encontrar com você. Nosso passado me pesa demais, ainda que menos que em outras épocas. Nossa passado já desceu na minha garganta, mas ficou presinho - sem machucar - em algum lugar pelo caminho. Eu tenho medo de te encontrar e ativar o dispositivo.
Então, eu fico assim. Me recolhendo do mundo. Me poupando das dores. Com meu pijama de gatinho e meus ursos fazendo companhia. Não tô triste. Ou tô. Mas menos dramática. Menos teatral. Menos eufórica com a minha tristeza. Eu saio por aí, um dia ou outro. Bebo umas com as amigas, danço o quanto consigo dançar. Mas cansei de extrapolar os meus limites. Só penso em ter paz. Como eu quero paz!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Recado.

Oi gente!
Bom, pra começar... Sumi, né? Tive prova, fiquei doente, briguei com a melhor amiga. Tudo junto me deixou sem força de vontade pra vir aqui. Mas agora as coisas estão voltando pro lugar e minha mente cheia de pensamentos já tá disponível. rs
Segunda coisa: Eu nunca soube que o blog não era aberto pra comentários anonimos, um amigo meu que me alertou disso mais ou menos uma semana atras e eu logo abri o forum. Em menos de três dias os queridíssimos anonimos surgiram. Não que esse tipo de coisa me abale, mas eu acho feio deixar tanto tipo de ofensa exposto. Apaguei a maioria, na verdade, deixei só um. Nesse, o tal anonimo não me ofende, diretamente, como pessoa. E sim faz uma crítica. Bom, eu falei no twitter e repito aqui: a partir do momento em que eu me coloquei disposta a escrever, me expus também a esse tipo de pensamentos. Nem todo mundo tem que concordar com meu jeito ou com as minhas idéias. Nunca vou esconder isso. Então, se não for me ofendendo, e sim criticando o blog, os textos... Os comentários, mesmo que "negativos", ficam. Fora isso, vou apagar e tô avisando pros anonimos nem se darem ao trabalho.

É isso. Essa semana (muito provavelmente, ainda essa madrugada) eu venho aqui postar texto, que é o que interessa.
Beijosssss =)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ciclo.

Uns tem que ir, pra outros poderem voltar.
Uns tem que ir, pra outros poderem chegar.
Uns tem que ir porque a lei é assim.
Uns vêm, uns vão, outros voltam...
Que permaneça o que faça bem.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Olá =)

OOOOOI meninas e meninos =)
Bom, eu tenho contato com a maioria de vocês seja pelo orkut, msn e agora até por aqui (depois que vocês descobriram que eu não sou uma chata antipática eu até recebo comentários fofos. rs)! Maaas como eu tô em semana de provas e muito provavelmente não vou conseguir avisar a todos, achei que postando aqui todo mundo ficaria sabendo de uma vez!
A Lu e a Marcella tomaram a iniciativa FO-FA de fazer várias comunidades com trechos das baboseiras que escrevo aqui, e eu preciso falar que estou me sentindo suuuuuuper chiclit-star! hahahahaha
Mas, então, é isso! As meninas acabaram de me mandar o link, que é esse: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=mp&uid=12234838680639540465 e promoteram que já já o perfil vai ter muito mais comunidades. Afinal, essa menininha que vos fala escreve coisa pra caramba, coitadas! rs
Espero que vocês gostem tanto quanto eu, aproveitem, participem E se identifiquem (que é o mais importante)! =)
Beijoooos

terça-feira, 28 de setembro de 2010

No drama, Adrianna!

Não preciso dramatizar, né? Leio os textos de um ano atras e sinto vergonha por mim. Nao preciso voltar tantos passos assim só porque hoje vou sentir saudade o dia todo. Além do mais... Passei por datas piores, lembranças piores! Quer dizer, não que hoje seja um dia ruim. Só é.... Estranhamente desconfortável saber que, pra mim, ele (o dia) já não precisa significar muita coisa. Mas olha que avanço, ano passado eu passei o dia querendo me matar, e hoje, ok que se eu pudesse não sair da cama seria bom, mas se eu tenho que sair, eu saio, oras! Tô viva, não tô? E ainda que seja uma baita baboseira estar aqui escrevendo sobre isso, melhor surtar aqui do que deixar a cabeça explodir de tanta loucura. Eu ando fugindo de ser louca, porque ser louca me meteu em muita encrenca. Bom, você jamais entenderia do que eu tô falando, mas tudo bem. Tô igual a música do Legião: "mas tudo bem, tudo bem, tudo bemmmmmm...." O tempo todo assim. Descobri que mantras quase nunca fazem efeito, mas distraem a cabeça que é uma beleza. Exercícios de respiração não ajudam em nada a bronquite, mas você fica pensando demais no jeito certo de respirar e nem consegue pensar em mais nada. Ótimos resultados! Tabelas, listas... Tudo isso pra manter a cabeça no foco! Muita história do direito e muita filosofia pra focar no que realmente importa. Hoje é dia. Dia de ir pra faculdade, de tomar coca cola gelada, de almoçar sozinha aqui em casa. Hoje é dia de viver a rotina de todos os outros dias. E isso é estranhamente anormal, mas já não machuca tanto assim.
No drama, Adrianna!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Devaneio da madrugada.

Passei a semana remoendo uma mesma frase: "É triste que as pessoas se percam no caminho". É que só essa semana três ou quatro pessoas ficaram pra tras e, apesar de achar isso tristíssimo, não fiz nada pra que tal fato não acontecesse. É que ando cansada das lutas. E acostumei com pessoas indo embora. Acho que se pudesse, até eu iria embora de mim agora. Cansativo, né? Mas tem sido sempre assim. Essa montanha russa intensa entre ser demais ou não ser nada. Uma hora a gente surta, não tem jeito. E nesse vai e vem de sentimentos, a única certeza é que todas as certezas estão abaladas. Já não olho pra mais ninguém com a certeza do pra sempre. Acho chato que seja assim. Queria ainda conseguir ter aquela sensação patética de que alguém vai conseguir sim me amar do jeito que sou e nunca cansar de mim. Mas percebe o quanto isso soa clichê? Entende o que eu tô falando? Volta e meia eu mesma me pego cansada da pessoa que vejo no espelho. Como posso querer que outro humano nunca se canse? Tô querendo me apaixonar pelo Super Homem... Deve ser! Um cara que usa a cueca por cima da calça. Talvez seja a solução. É disso que eu tô reclamando. Dessa coisa de fazer piada ruim e não ter ninguém pra dar risada comigo. Da falta de risadas. E desse bando de gente indo embora. A gente aprende a ser inteiro, mas ai o destino vem e nos arranca muitos pedaços. Alguns ainda tentam voltar pro lugar, mas então já ficou tarde.
Não me reconheço agora. Tenho tentado muito ser outra pessoa e acho que ela tomou conta de todo meu corpo. No fundo, falo baixinho pra garotinha romantica que um dia ela encontra alguém e volta. Na superfície, digo que cansei de ser o que era. Cansei nada. Só machuquei demais. Sangrou demais esse tempo todo sendo ela. Mas a verdade é que não gosto de sombra preta e saia curta. Amanhã, talvez, eu me arrependa de dizer isso, mas a grande verdade é essa. A gente aprende a mascarar as verdades também. Quem me vê nem diz que doeu tanto. E que todo dia, antes de dormir, eu ainda permito que doa por cinco minutos. Um ritual que me rende sonhos duros. Olheiras roxas. E mil quilos de frustração.
E então, essa semana teve tanta gente indo que eu não aguentei e passei um dia inteiro sentindo dor. Foi assim hoje. Doendo por mim, pelas pessoas que se foram, pela menina que enfiei escondida no fundo na alma e por todo o resto. Porque a vida nos ensina muita coisa, mas ensina também que ser humilde e reconhecer a derrota já é um belo recomeço. Recomeço agora, com cinco ou seis pessoas a menos. Cinco ou seis pedaços de quem eu era perdidos pelo mundo. É triste que as pessoas se percam no caminho... Mas é tão pior se ficarmos implorando pra que elas fiquem.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Em um reino tão tão distante...

Eu tinha treze anos e não podia nem cogitar a idéia de como seria a vida sem meu namorado. Porque, entre muitas qualidades, meu namorado era lindo e me dava um abraço que passava a sensação de que nada poderia dar errado no mundo. A gente foi crescendo e meu namorado foi ficando sempre mais lindo e mais meu. Sorriso lindo, cabelo lindo, olhos lindos... Lindo dormindo, lindo acordado, lindo no banho, na praia, no cinema. Lindo e meu. Eu tinha quinze anos e a certeza de que ninguém, no planeta, era mais feliz do que eu. E meu namorado era o X de toda a questão. Ouvi mil vezes, de mil pessoas, que não deveria depositar toda minha fé nele. Que o tempo passaria e as pessoas poderiam mudar. Meu namorado? Imagina... Ele gosta de mim tanto quanto eu gosto dele. Dá pra saber só de olhar pra gente. Olha como ele é lindo? Podendo estar com quem quiser, ele escolheu tá comigo, sabe? Meu namorado me a-m-a. E ele continou ficando lindo, cada dia que passava mais lindo. Um dia ele ficou tão lindo que explodiu. Deu lugar pra uma outra pessoa. E com quase dezessete meu namorado virou memória e dor. Daí por diante tudo ficou um pouco cinza, mesmo que eu tenha lutado o quanto pude pra colorir todos os dias. Houveram épocas que até respirar era difícil, houveram dias em que ficar bebada era o jeito de ficar em pé. Vieram mil finais de semana trancada no quarto. Outros mil sem quase aparecer em casa. Vieram loucuras que eu nem me vejo fazendo. Veio a burrisse de quem ama tanto que fica cego. Meu namorado volta. Se eu me comportar, ele volta. Meu namorado volta se eu aprontar bastante. Meu namorado volta se eu ficar loira. Se eu ficar morena. Se eu vomitar minha alma e ficar magra. Se eu... Meu namorado nunca voltou. E nem volta. Porque meu namorado nunca foi embora. Ele mora dentro de mim. Guardado no lugar mais bonito das minhas memórias. Com o maior carinho do mundo em volta. Mas quando a gente aceita que as coisas só acontecem quando têm que acontecer, a gente entende que nem tudo vai ser sempre como a gente quer. Meu namorado não existe mais fisicamente. Mas quando eu preciso acreditar que nada no mundo pode dar errado, eu fecho os olhos e lembro do abraço dele. Meu namoro não durou pra sempre e eu, realmente, poderia ter depositado menos fé em tudo o que vivi, mas aí tudo teria sido menos mágico e toda menina de treze anos merece acreditar que encontrou seu principe encantado. Mesmo que depois ele vire lenda. Meu namorado é assim agora: a história mais linda que eu tenho pra contar. E sempre meu. No reino das boas lembranças.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Coisas (novas!) pra te dizer.

Eu gosto muito de você! Hoje de um jeito diferente do de antes. Com menos... intensidade, entende? Hoje eu gosto de você porque você é a melhor lembrança da pessoa que eu fui e eu gostava muito de ser ela. Depois que você foi embora e gostar de você passou a ser proibido, eu virei uma outra. De quem eu também gosto. Um pouco. Mas aquela era eu, essa é uma pseudo-adulta que eu ainda tenho dificuldade de reconhecer no espelho. Essa coisa de ter passado dos dezoito me deixou um pouco pirada. E ser pirada depois dos dezoito não é mais bonitinho. É só piração mesmo, e eu tenho que conviver com isso. Esse item também faz com que eu goste mais de quem eu era com você por perto. Mais nova, mais feliz....
Hoje eu já nem penso mais na sua volta, na minha volta. Ficou em um passado um pouco distante já, junto com o meu antigo eu, o seu antigo você. Ficou preso lá tras com as pessoas que fomos e hoje não lembram em nada as pessoas que somos. Pelo menos, não eu. Condenei muitas e muitas vezes a sua ida, hoje em dia até dela eu gosto. Não que se eu pudesse voltar no tempo e escolher, escolheria que você fosse. Mas se sua ida foi inevitavel, hoje eu vejo o quanto aprendi com ela. O quanto aprendi com a sua ausência. Porque você, pra mim, sempre foi o refugio dos problemas, o porto seguro da loucura que era minha vida aos 14l15 anos. E depois que você foi embora eu tive que encarar tudo de frente, sem ter pra onde fugir. Fiquei mais forte. Menos dependente, refém... Fiquei asmática nível mil também, tudo tem um preço. Mas até as minhas crises de asma melhoraram de um tempinho pra cá. Amadurecer tem algumas vantagens. O desespero de te ver cada vez mais longe passou, e quando isso aconteceu eu pude te ter um pouquinho mais perto. Eu gosto disso de poder falar com você de vez em quando. Faz a menininha que tá escondida dentro de mim dar umas piruetas de alegria. É isso que me faz gostar muito de você, ainda. O jeito como você mexe com ela... Porque eu não penso na sua volta, mas a minha menina sempre vai guardar esse desejo.
É ela - a menina que sempre vai ser apaixonada por você - que faz com que as vezes eu queira te ver, te abraçar... Te falar tantas coisas. Inclusive isso: eu gosto muito de você! Hoje sem as bebedeiras que me fizeram passar vergonha, ou sem a choradeira que me atingia cada vez que eu tentava falar seu nome. Você precisava ver como era! Ridiculo, mas inevitável.... Agora eu falo seu nome. Falo da gente e digo que toda nossa história valeu a pena. Agora eu consigo ser leve, fazer piada com você e te achar engraçado tentando me por ciumes. Eu sempre vou sentir ciumes de você, sabia? Sempre mesmo. Mas agora até isso eu sei controlar. Não passo mais a noite toda chorando de ciumes, desejando a morte alheia e coisas parecidas. Eu só sinto ciume na hora e depois esqueço. Porque você tem direito, elas tem direito... É só que você sempre vai ser um pouco meu. Eu sempre vou ser um pouco sua. Mesmo quando eu tiver marido e filhos... se eu te encontrar na rua, vou sentir que somos um pouco um do outro. Primeiro amor tem dessas coisas.
No fim das contas, você foi mais adulto que eu. Soube absorver tudo, deixar pra lá ou perdoar. Eu fiquei tempo demais parada no mesmo lugar e, olhando pra lá agora, vejo o quanto isso me fez mal. Só que eu nem sei direito quando, as coisas mudaram. Hoje em dia eu gosto muito de você, mas eu gosto muito mais de mim e das possibilidades. É isso, sabe? A vida tem infinitas delas e eu precisei aprender a estar aberta pra todas. Você sempre vai ser você na minha vida, e eu tenho certeza que sempre vou ser eu na sua. Mas as possibilidades existem e ser madura (que saco!) me fez entender que você não errou quando as abraçou.
Hoje eu acordei com vontade de te contar tudo isso, de te falar que a mulher que eu tô virando adora você, adora nossas lembranças... E que a menina desesperada e apaixonada agora tá guardada aqui dentro. Não precisa ter medo de fazer parte da minha vida mais. Tá tudo bem agora.




(Comecei esse texto em outubro passado, mas nunca me achei gente grande o suficiente pra termina-lo, hoje eu consegui. Um viva pra mim!)

sábado, 21 de agosto de 2010

Sobre quem se é.

E só porque a vida tá assim meio estranha mesmo, eu comecei a pensar em quem sou. Sou metade, ou talvez mais que isso, de tudo que dizem. Mimada, arredia, teimosa, fresca. Odeio pedir desculpa e quando o faço acho que a pessoa está na obrigação de me desculpar. Odeio pedir ajuda e quando peço quero ser logo atendida. Odeio o meio termo, mas ainda assim odeio extremidades. Não sei do que gosto, mas tenho uma lista com mais de mil itens sobre o que não gosto. Alias, sei também o que amo. Mas o que gosto não consigo definir. Porque amo poucas coisas e pessoas nessa vida. Poucas do meu ponto de vista. Tenho um bom número de bons amigos. Tenho meu pai e (do jeito dela) a minha mãe. Tenho a Fernanda e o Dudu que me fazem ser sempre melhor. Mas... Sempre parece que tem um espaço vazio, alguma coisa faltando. E, talvez por isso, nunca sei o que amo ou o que só gosto. Que amo muito e de verdade só me sobram quatro certezas. Não gosto de amar quem tem chance de me decepcionar e isso faz com que, ainda que eu me entregue muito, eu não me entregue inteira. Como eu disse uma vez e ecoa na minha mente até hoje: fui inteira uma vez e até hoje não consegui juntar todos os pedaços que se espalharam quando o fim inevitável chegou. Isso faz com que a entrega sempre me machuque mais que o necessário. E faz com que eu acredite que um dia tudo volta pro lugar. Mas não volta. Se nem eu voltei... Enfim, sou uma estranha tentando parecer normal, sem sucesso. Sou saudade, falta, erro, dúvida. Paz chacoalhada e vida sem movimento. Eterno retorno de tudo que nunca foi. É difícil fazer com que isso tudo saia daqui de dentro. Porque sou também orgulhosa. Mas é o que dizem: o primeiro passo é assumir os erros. Nem sei se são erros, mas com certeza não são qualidades. Apesar de te-las. Sei ser amiga. Sei acalmar uma pessoa. Sei ouvir. E sempre tenho uma história pior pra contar, fazendo assim a pessoa se sentir melhor. Mas consigo ser extramamente egísta e vingativa. A ponto de sentir medo de mim. Relendo tudo, chego a conclusão de que sou uma maluca sem cura. Mas outro defeito meu é não aceitar nunca a maluquisse. Orgulho besta que me faz ser mais doida ainda. E então penso: será que dá pra amar tanta piração junta? Você fez certo em ir embora, meu bem. Se nem eu aguento mais, imagina se eu te obrigaria a aguentar... Mas a entrega vai sempre doer e eu sempre vou questionar se enlouqueci antes ou depois de você.
Sou, mais que tudo, um milhão de perguntas sem respostas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tem cara de vício.

Então tem alguém que... Bom, vai ser sempre alguém. Não importa as voltas que a vida dê, os caminhos que a gente percorra. Bater de cara com aquela pessoa de antigamente vai sempre nos doer um pouquinho. Ou muito, se você for fraco como eu. Tem sempre aquela pessoa que abre a ferida - enfia o dedo nela e depois deixa aberto pra entrarem milhões de bactérias - só de (re)aparecer no nosso caminho. Já deveria ser leve, mas não é, porque nunca foi. Eu já aceitei isso tem tanto tempo. Ainda assim, é estranho e faz o estômago embrulhar. Odeio jogos, metáforas.. Sou péssima em esconder o que sinto. E aprendi a gostar do tal afastamento. Um pouquinho do de sempre, as vezes, não faz mal a ninguém. Só não aumenta a dose assim tão rápido que eu surto. E é assim que me encontro agora. Com o estômago embrulhado de raiva. De mim. E de você também. Não porque você apareceu. Pode aparecer sempre. Mas de você, um dia, ter me feito te amar tanto. E esse amor de louco ter me deixado louca por tanto tempo. Agora eu nem sei mais se é amor. Mas enjoa e faz a gente tremer de frio. A ferida antiga fica sangrando. E eu preciso me contar histórias de princesa antes de dormir, pra não pensar em nada que me deixe maluca de novo. É estranho ficar fugindo da maluquisse. Eu fugi de muitas coisas ao longo da vida. Mas sempre fiquei melhor quando as aceitei de vez. Porém, aceitar ser louca é assumir que sem você não deu... E... Bem, sei lá, eu ainda acho que devo tentar! Já tentei com outros, é verdade. Mas desse jeito só ficou pior. Ai, eu desisti e resolvi ser sozinha, só pra variar. E fui. Tava sendo. Agora não tô mais.
De tudo isso, ficou a descoberta de que amor é doença. Que faz enjoar, faz a cabeça perder o foco, faz o coração querer explodir. A descoberta de que não consigo ser leve. Mas descobri, também, que no caminho tenho muito mais pra descobrir. E se tenho que me prender em algo pra não enlouquecer, é nisso que me apego pra desapegar de nós dois. De novo. Provavelmente eu vou te deixar com medo falando disso tudo. É isso que eu faço: assusto as pessoas. Tudo bem. Essa sou eu, sempre fui. E o moleque assustado com tudo sempre foi você.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Olha o que o amor me faz....

Eu quero, sabe?! Que dê certo, que a gente se ame pra sempre e que minha vida entre, de uma vez, no eixo. Mas, assim como quem não quer nada, meu cérebro BERRA pra eu não confiar. Porque eu não sou boa com mudanças. Nem com despedidas. E já passei por muitas delas. Das duas. Meu coração tá se recuperando ainda. Vai ser pior se você cavar o buraco de novo. Eu não tô querendo ser chata, nem nada... Mas não dá pra confiar 100% nessas suas vindas. Você tem sempre tantas possibilidades pros lados. E eu sou só eu: a menina de sempre.
Resolvi dar a chance, porque todo mundo sempre soube que eu daria. Se ando um pouco alheia, arisca, distante... Liga não. É só pose. Pose de quem quer enganar o próprio coração dizendo que não vai ligar se amanhã você decidir ir de novo. Pose que eu assumo pra manter vivo o ultimo fio de dignidade que me é de direito em toda essa história. Mas é pose. Seu sorriso me derrete. E essa mensagem, que você mandou hoje, quase me fez pular e gritar dentro do onibus. Quando você achar que tem alguma coisa errada, lembra que eu sou só a menina de sempre. E ela vai ser sempre apaixonada por você!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Adultecendo.

Eu quase me esqueci de como você é bonito. Andei evitando olhar pra qualquer foto em que você estivesse. Quase esqueci de como seu sorriso é enorme. De como você é grande e impõe sua presença onde chega. Quase esqueci como o ambiente fica divertido quando você está nele. Ai veio esse, sei lá... Esse sonho louco, deja vu mal feito, flashback mal produzido. E, de repente, você tava sentado aqui na minha cama. Me dando peteleco e zoando o urso que eu chamo de filho. Olhando no meu olho e me mostrando que dá pra vida ser leve. Do nada você tava aqui, impondo sua presença no lugar onde eu passei meses lutando pra que ela sumisse. Deitado no meu travisseiro, comendo meu brigadeiro de colher e rindo de tudo. E eu que tava quase esquecendo de como sua risada é gostosa...
A gente se olha e desvia o olhar, mas você tá aqui. E eu posso não ser a mesma de antes, mas sinto tudo do mesmo jeito que sentia quando a gente começou. Nem sei quanto tempo faz. Você vai e volta tantas vezes. Não sei onde parei de contar. Mas olha, eu não tô reclamando, não. Tá gostoso esse sem fim de piadas e o mar em calmaria, só pra variar a vida. Eu gosto mesmo de você, sabe? E tudo que tende a ficar misturado com seu perfume e sua risada me faz, de fato, feliz. Então, deixa de pressa. Senta ai. Quer mais brigadeiro? Pode ir falando e fazendo graça. A vida custuma passar um pouquinho mais devagar quando você aparece e depois que eu fiz dezenove, tenho medo dos vinte.

Namorandinho.

É fácil assim agora, mas eu não quero pensar no depois. Todo mundo me manda ter cuidado, e eu sei que deveria tomar, mas ah... Ele é tão lindo e sorri tão largo e aparece na porta da faculdade tão grande e depois some tão gentil. Me cede o tempo que eu preciso pra digerir tudo e depois volta. Porque eu aceitei que ele sempre volta. E agora, quando ele quer ir embora, eu aprendi a ser leve. Vai sim, eu vou ficando por aqui pelas minhas festas, amigos e bebedeiras. Daqui a pouco a gente se cruza. Tá apaixonada? Tô. Tá namorando? Não. O que tem de olho arregalado diante dessa constatação. Porque eu sempre fui dessas que querem prender pra mostrar que tá junto. Nem sei quando ou se deixei de ser. Mas me sinto leve. E isso já é um baita de um avanço!
Pode ir e voltar, se quiser, pode brincar de rodar o mundo... Eu ainda tenho muita chopada pra ir, muito veterano pra conhecer. Mas se tiver cansado dessa vida sem base, eu abro mão dessas coisas. Porque esse nosso namorandinho me faz mais feliz que qualquer outra coisa no mundo. Mentira, seu sorriso me faz mais feliz ainda. Mas só esse sorriso que você dá quando é pra mim. Enfim, a escolha é sua, meu amor, eu tô aqui e você sabe. Pra sorrir junto, pra gritar junto, pra ser leve junto... Ainda que pra estarmos juntos, precisemos permanecer separados.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Merecido.

Passo tanto tempo escrevendo sobre a causa das dores, que minimizo quem as ameniza. Passo tempo demais reclamando que alguém errou o rumo da minha vida, que acabo esquecendo de agradecer pela quantidade de gente maravilhosa que entrou no meu caminho - mesmo sendo ele o errado. Amigos. Tenho visto tanta gente em crise com os seus. Mas a verdade é que eu sempre tive muitos. Pequena na creche, criancinha no fundamental, pré adolescente popular no ginásio e, finalmente, garota normal no ensino médio. Sempre procurei me cercar de gente que me fizesse bem. E fui feliz nessa missão. Tenho, hoje, de (bons) amigos que conheci mês passado à pessoas que estão comigo desde que me entendo por gente. E cada dia, cada um deles, me faz uma pessoa um pouco mais feliz.
Queria muito falar de cada um, mas não julgo necessário. Meu amor imenso, que tento demonstrar sempre que possível, fala por mim. Espero que todos meus amigos saibam, tenham absoluta certeza, de quanto eu sou grata por cada abraço, palavra, carinho, bronca e brincadeira. Sem vocês eu nem estaria aqui.


Marcela, Larissa, Sis, Amanda, Rodrigo
Carol's, Érika, Tchuca, Gustavo, Érica, Dudu,
Júlia, Ray, Tatah, Débora e Papi: obrigada!

sábado, 17 de julho de 2010

Dandão.

Tá tudo preto, o sono tá tranquilo. A vida sem imagem me deixa quase feliz. Respiro sem dificuldade alguma e não tenho vontade de vomitar o mundo. Tá tudo bem, e eu acabo repetindo isso pra mim mesma mais vezes do que o necessário. Mas não tem problema, nesse mundo tranquilo eu posso ser intensa e exagerada. Posso ser quem eu sempre quis e esse peso, de carregar sempre outro dentro de mim, não me deixava. Tá tudo preto.. Ou branco? Qual é a sua definição de sem cor? Enfim, a cena não chega ser cena, porque não há ninguém, não há cenário, não há... E isso me faz leve. De repente, tudo muda. Vem aquele maldito fogo que me persegue há anos. Vem um grito de socorro que faz meu coração doer. Vem a notícia que acaba comigo até no mundo onde eu não existo. Vem as lágrimas, mesmo enquanto durmo. É o pior pesadelo da minha vida, tão real, de novo, que me deixa desesperada. Mas eu acordo. Chorando, louca. Respiro porque não posso pegar o telefone. Me prometo nunca mais dormir. Só que eu durmo. Várias outras noites. E vou dormindo e o pesadelo vai virando memória apagada, fraca... Tá tudo bem mais uma vez. Nada de cor, mas também nada de fogo. Várias manhãs chegam e eu sempre acabo me perguntando quando eu vou começar a viver sem medo. Do fogo, de você. Porque é isso que eu sinto de você, medo. Muito medo. Sou a pessoa mais segura do mundo, com meu nariz empinado e minhas roupas bonitinhas. Mas se falam seu nome viro uma formiga. Nem sei o que viraria se me fosse imposta a sua presença. Só de pensar já me encolho. Te procuro em todos os lugares, sempre em guerra comigo sobre querer ou não te encontrar. Decido que não quero pois sou fraca. Depois meu orgulho vem e decide que quer, porque somos grandes. A verdade é que não sou. Com cor ou sem, e sempre fugindo de você e do fogo, me coloco no lugar que me cabe e rezo pra não te encontrar nunca mais. Nem em sonho, muito menos em pesadelo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acordei fofinha.

Já tem muito tempo que eu não minto e nem disfarço mais a falta que você me faz. Eu só acostumei a reclamar pro vento, a desabafar com meus ursos e a sempre ignorar que você existe. Porque é tudo mais fácil com você não existindo. Mas eu sou quase uma adulta agora, sabe? Tô ai pela metade do caminho de chegar lá e hoje, olhando pra tras, eu entendo a maioria das suas atitudes. Porque tudo aconteceu quando você tava virando adulto também. E eu fui uma criança boba-mimada que exigiu em todos os momentos atenção, atenção essa que você não tava disposto a me dar. Ainda assim, isso não queria dizer que você não me amava. Amava sim, hoje eu acredito nisso. Mas eu não conseguia entender que amor dá pra ser de vários jeitos e não só desse meu. Desse querer estar junto toda hora, querer ouvir a voz o tempo todo. Eu entendi, agora, tarde demais pra nós dois e ainda muito cedo pro próximo, que cada um ama como pode.
O que eu nunca vou entender é porque você nunca me colocou sentada e falou "olha, eu amo você, mas calma... Agora não dá pra ser do seu jeito, vamos tentar do meu?". Eu era maluca por você e teria feito qualquer coisa pra gente não se separar. Mas você me afastou. Como se eu fosse nada, como se não se importasse. Como se os anos juntos tivessem sido brincadeira de criança. Sabia que é assim que eu acho que você pensa? Que eu fui sua brincadeirinha de moleque? E quando você cresceu, eu tava caída e passada demais pra ficar do seu lado... É engraçado pensar assim, porque a mulher que eu tô virando ficaria bem com alguém feito você do lado... Mas como eu disse, agora eu entendo que dá para as pessoas mudarem de opnião, de pensamento. E que todo mundo tem direito de seguir a vida como deseja.
Eu espero de verdade, ainda que eu passe a maior parte do tempo tentando ignorar qualquer pensamento sobre você, que seu jeito de viver esteja te fazendo feliz. E espero também que você lembre com o mesmo carinho que eu lembro da história da gente. Porque pra mim não foi brincadeira de criança. Foi a coisa mais séria que eu senti até hoje. E vai estar sempre guardado e fazendo falta.

sábado, 3 de julho de 2010

Coisa nenhuma

Eu não sei nem o que pensar direito. Porque tava tudo bem, sabe? Eu tava andando pra frente cada dia mais. Meu coração, claro, ainda tá escondido em algum lugar do peito. Mas, aos poucos, eu tava começando a gostar das pessoas com o pulmão, os olhos, a cabeça.... Tava tudo se acertando, vinte anos depois de ter desacertado.
De repente o mundo virou de cabeça pra baixo, de novo. Porque eu sou dramática mesmo e acho que todo gesto tem um fundamento, mas não consegui encontrar explicação pra sua ultima aparição. Eu tava acostumada com "suas" aparições. Você no meu sonho me beijando e dizendo que voltou pra ficar, você no meu pesadelo me deixando sozinha no mundo pra sempre e com um buraco no peito bem maior e mais oco do que o que eu tenho agora, você no meio das minhas fotos, você metido nas minhas lembranças... Com isso eu acostumei. Pode perguntar por aí, até falar seu nome, na boa, eu já tava falando. Aceitei que você sempre ia ser parte de mim. Do meu passado.
Mas eu, definitivamente, não sei como conviver com você no meu presente. Enquanto você era só lembrança as coisas tavam se encaminhando. Mas agora você é pessoa, de novo. Pessoa do presente. E tá ali, na distancia de um cliquezinho só. Nunca tinha nem parado pra pensar em como seria se isso acontecesse. Porque, pra mim, nunca mais aconteceria. Até porque a decisão em comum foi: não somos amigos.
Ou foi disso que eu fiquei tentando me convencer nos últimos meses. Sabe, eu apaguei seu telefone de todos os lugares possíveis e me esforcei MUITO pra esquecer ele. Depois eu desenvolvi uma super-técnica: se me desse muita vontade de te mandar mensagem, eu mandava um "eu te amo. to bebada" pra Marcela, com fé nos meus santos todos de que a mensagem tinha ido pra você. Ai eu deletei seu msn, que eu ainda tinha, mesmo você estando eternamente offline. E parei de entrar no orkut dos outros pra ver o seu. Parei porque tava doendo demais.
Depois que todas minhas decisões foram postas em prática, ficou mais fácil. Você voltou a ser quem você nunca deveria ter deixado de ser: meu primeiro namorado, por quem eu fui muito apaixonada. Eu tive umas crises de saudade, de raiva, de mais saudade, de raiva e saudade - esse blog tá aqui pra provar isso - mas ter você como parte do meu passado, fez a dor intensa virar só um incomodozinho leve, que dava pra aguentar.
Mas agora o que? Passado só tem vida na cabeça e você tá vivo demais fora da minha. E pior que isso, agora eu sou uma pessoa totalmente consciente dessa vida toda. Acho que eu só volto a ser feliz nível dez no dia que der pra morar em outro planeta. Por enquanto eu volto a procurar um jeito de conviver com você, com esse peso todo que você me causa e com a saudade que tá sempre presente.

domingo, 27 de junho de 2010

A senha é...

Eu sinto falta do nariz arrastando no rosto, de uma mão apertando a do outro, do abraço sem motivo, da voz rouca no ouvido, da força que se faz só porque é com força que a gente é feliz. Sinto falta da não-solidão e depois da solidão a dois. Do pé esquentando, dos dentes mordendo, do carinho bruto. Do sorriso eu sinto falta, mas não gosto de lembrar porque dói. Tanto quanto doía quando se ia fundo demais. Eu sinto falta das dores físicas que nosso amor-demais causava. Mas não sinto nenhuma saudade da dor emocional que seu desamor trouxe. Seu cheiro se faz presente em cada momento desnecessário que até parece piada de alguém lá no Céu e, as vezes, olha que loucura, eu deito pra dormir e sinto você exatamente atras de mim, colado, encaixado… Como se nunca tivesse saído. De vez em quando, só porque ser louca não me assusta mais, eu escuto a sua voz. Eu sinto falta de fazer graça sem graça e de você achando graça, sinto saudade de você rindo da minha cara porque eu sou cega assim mesmo e me recuso a andar na rua de óculos. Falta virou palavra chave na minha vida. A senha pro melhor passado que já existiu. E quando eu tô andando na rua, sempre tenho a impressão de que vou te encontrar. Treino na minha cabeça o que vou dizer, a cara que vou fazer… Mas a verdade é que pouco importa, não vai ser você e mesmo que eu aperte o olho, não vai ter graça. Nem piada sobre índio, pipoca…. Nada, nada, nada.
Eu sinto falta de amar alguém, porque amar você é não-amar nada, nem a mim mesma.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Carma.

Aparece, enlouquece, me deixa paranóica, pirada, em surto. E some. Porque esse é você. E a louca sou eu.
Aparece, quer me beijar, quer voltar, quer outra chance. Me deixa na duvida, com medo da minha frieza. E some. Na próxima esquina beija uma qualquer pra provar que não fiquei seca por nada. E a sem coração sou eu. Esse é você.
Tantos loucos que eu não tenho nem mais reação. Tantas doideiras que eu me rendo ao mundo paralelo e esqueço da realidade. Tão viciados em briga, sexo, mais briga e um pouquinho de mentiras que eu desisti de todos os homens do mundo e sou feliz assim, sendo quem nunca fui. Já estou chegando nos sete meses e nem sinto mais falta. Porque quando dói demais a gente desmaia pra não sentir dor.
É muita loucura junta pra uma pessoa sair disso tudo ilesa, sem nenhum machucado. Mas sigo seca. E sem medo de pensar as piores coisas do mundo. Porque você me fez assim.
Não presta, não vale um centavo, não se apaixona.
Eu avisei. Todo mundo avisou.
Caiu na conversa, agora a vaga é sua.
Essa sou eu abrindo mão do carma.
Tem quase um mês que eu decidi que tava na hora de parar com o blog. Polêmica demais, gente demais se metendo onde não foi chamada e, principalmente, o povo achando que sabia tudo de mim! OI? Nem eu sei, queridos leitores, nem eu sei... Acontece que turrona que só eu, eu repensei essa história de me privar de uma coisa, que eu gosto tanto, por causa de gente que eu nunca vi.
Então, ficamos assim: estou de volta! Enquanto minha criatividade permitir e meu coração aguentar.
E vocês, claro, são sempre bem-vindos! :)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Reconstruindo.

Embora muitas coisas tenham mudado, no fundo, sinto como se eu nunca tivesse deixado de ser aquela pirralha assustada demais com o mundo, a ponto de querer ser maior e mais imponente que ele. Quando a gente é criança faz cada coisa boba.... O ruim é que atitudes sempre geram consequências e elas nem sempre vem de acordo com a idade que se tem.
Me tornei meio dura com a vida, ainda que ninguém perceba isso. Na realidade, é uma coisa minha, da qual eu não me orgulho e quase nunca deixo transparecer. Meu objetivo nunca foir ser uma frustrada sem vontade de viver. Alias, meu objetivo era o oposto disso. Sempre quis, sonhei, esperei... Viver bem, feliz e realizada. E durante muito tempo foi assim que eu me senti. Mas ai entendi o que dizem sobre experiências que não se repetem.
Tendo a pensar que fui feliz demais durante alguns anos e acabei com a minha cota pro resto da vida. Ainda que eu sacuda a cabeça e mande essa impressão embora sempre, não posso deixar de questionar: existe uma porção de felicidade guardada pra cada um? Se sim, e agora que acabou, como faz? Onde compra mais? O que se faz pra merecer só mais um pouquinho?
Tenho sido uma boa menina, ou pelo menos alguma coisa perto disso - o mais perto que eu já fui capaz de chegar. E quando olho pra tras, consigo perceber claramente momentos em que ainda que eu fosse muito feliz, não era a felicidade que me consumia. Será isso? Desperdicei meu tempo de ser feliz com outros sentimentos? Ciumes, possesividade.... Não dá pra voltar atras, e sinto muito decepcionar os crentes no lindo presságio de "criar um novo final". Já era, já foi. O final também já passou. Passou junto a minha chance de ser feliz?
Se não, cadê ela? Acho que já esperei demais e não tive nada. Sem medo de soar ingrata, ando esperando pacientemente pela manhã ensolarada depois da tempestade, e ela nunca chegou.
É isso? Existem pessoas que foram feitas pra amar uma vez só e nunca mais? Tudo bem, eu posso conviver com isso, alias, eu convivo com isso. Mas então, preciso loucamente de uma resposta: o que eu faço com o tempo que me sobra? Até pirar perdeu a graça.
Espero que chegue logo, daí de cima, alguma solução. A vida em branco anda me deixando na beira do abismo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Insensatez.

Ainda que eu seja muito leonina pra confessar, chegou a hora. Em todo esse tempo que estive sozinha, nunca me senti, realmente, sozinha. Claro, houveram momentos em que eu precisei muito de um abraço apertado e não tive. E pra que negar? Precisei, também, do amor que só se faz quando se ama muito alguém. Na parte carnal da coisa, é verdade, eu estive sozinha durante todo esse tempo... Mas emocionalmente falando, eu nunca estive sozinha, porque eu nunca te deixei ir embora de vez. E a única pessoa no mundo que faz eu me sentir não-sozinha é você. Ainda que "você" seja representado pelos menores detalhes que a minha mente tenha sido capaz de gravar, e só. Não importa. Eu nunca te deixei ir.
Em todo esse tempo, se me perguntavam do namorado, eu dava uma risadinha baixa e ficava calada. Nunca mais disse que você era o meu namorado, mas nunca disse que você não era. Porque sei lá, na minha cabeça meio pancada, você sempre vai ser meu namorado.... E vai entender isso?
O tempo já passou, é verdade. E citando uma clássica da Legião "mesmo sem te ver, acho até que estou indo bem". E eu vou bem mesmo. Nunca mais andei pra tras, percebeu? Tem quanto tempo que seu celular não toca de madrugada comigo fazendo vergonha? Sei lá, perdeu a graça saber da minha pouca importância. Ainda que você sempre vá ser importante. O ponto aqui é outro. O assunto, na realidade, é o quanto eu fui capaz de gravar cada coisinha sua, cada sorriso, cada cheiro, cara gesto.... E eles me foram suficiente durante todo esse tempo. Tem gente que acha que eu virei caso de internação. Mas eu acho até alguma beleza nisso tudo.
Houveram muitos. Milhares de quem eu nem me importei em saber o nome. E, uns dois ou três que me balançaram. Mas você sempre esteve imponente e soberano no posto que lhe era seu por direito. Tempo de casa, amor antigo.... Invetaram mil razões pra explicar. Enquanto eu não tenho explicação nenhuma pra isso. E já quase enlouqueci tentando a achar a razão. Mas desisti. Nossa aliança tá no meu dedo, o urso que você me deu não sai da minha cama e ainda tem algumas fotos suas que eu não tive coragem de apagar do computador. Ainda escuto uma música e penso em você. Mesmo quando ela fala de um amor que deu certo. E ainda deito pra dormir e organizo meu dia nos minimos detalhes, como se você fosse me ligar pra ouvir tudo. Ainda tenho surtos de te esperar na janela. Ainda penso na piada que você faria de algum acontecimento. E, pior de tudo, ainda tenho medo de ficar com alguém em algum lugar público porque você pode ver. Ainda, ainda, ainda....
E então, eu descobri! A chave pra não ser pirada, o lance pra não surtar. Isso tudo aconteceu com uma pessoa que não existe mais. E vem daí o não me sentir sozinha nunca. Quando quem você é, deixou de ser quem você foi, o meu você veio comigo. E te deixou aí sozinho com essas, pra essas.... Eu tenho você em mim. Um você que nem você tem mais. Pra mim, por mim e sempre meu.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Carlos e Manu.

Carlos vivia pra amar sua namorada. Começaram cedo e não se largaram mais. E Carlos vivia para ama-la. Se ela ficava doente, ele morria de preocupação. Se ficava ausente, ele sofria. E quando ela estava de TPM, Carlos contribuia com mimos, chocolates e longas DRs.
O fato é que nem mesmo Carlos sabia explicar o fato de virar outra pessoa. Mas ele virava. Então, sua tão carente namorada, era jogada pra escanteio. E Carlos saía escondido, arrumava mil amigos e sempre alguma menininha. Ele nunca chegou a beijar nenhuma - ou é o que diz a lenda - mas precisava delas por perto pra sentir que ainda era o Carlos. Mas Carlos não era o cara que era louco pela namorada?
Um dia, Manoela cansou de fingir que não sabia que Carlos saía. Cansou de fingir que não sabia das menininhas, dos recados, das ligações. Manoela, simplesmnte, resolveu fazer igual. O grande problema, é que Manoela havia nascido leonina. E nada do que fez foi igual. Primeiro, porque ela não queria ser hipócrita e sendo assim, nunca escondeu nada. Quando Carlos lhe vinha devotado, ela lhe era devota. E quando lhe sumia, ela não aparecia também. Os dois sairam muito. Conheceram muita gente. E Manoela também arrumou uma meia dúzia de menininhos que a ligavam, mandavam recados....
E se os amigos perguntassem "por que estão juntos, então?" a resposta era a mesma, quase ensaiada: "A gente se ama". Ninguém nunca duvidou. Carlos e Manoela se amavam. Mas Carlos virara outra pessoa, e Manoela virou também. Duas pessoas que mentiam, enganavam e no fim do dia cobravam fidelidade e respeito do outro. Carlos e Manoela, que sempre foram opostos que se completam, acabaram virandos semlhantes que se repelem.
No fim das contas, não se sabe quem foi o primeiro a trair. Carlos jura que fora Manoela, a mesma ouviu mil história de que fora Carlos.
Essa verdade nunca importou. Tanto não, que mesmo depois disso os dois ainda foram capazes de se olhar nos olhos e dizer a unica verdade que ainda tinham em comum "Eu te amo..."
Mas, então, Carlos o fez. Cometeu o unico erro que afastaria Manoela. Carlos fez e há quem diga que ele nem sabe ter feito: Carlos tratou Manoela como uma de suas menininhas.
Eles poderiam ter seguido daquele jeito, uma hora a maturidade os faria perceber que se amavam e não precisavam do resto. Era só manterem as coisas como estavam. Lá fora tem mil, mas aqui dentro só você.
Mas Carlos, sem perceber talvez, segurou diferente na cintura de Manoela e não quis lhe dar a mão pra andar na rua. E, ali, tudo estava acabado.
Ouve-se dizer muita coisa sobre os dois: que estão curados, que ele nunca ligou de verdade, ou que ela é um traidora hipócrita. Vá saber....
A certeza que se tem é que Carlos e Manoela eram um bom casal. Viviam pra se amar. Mas o destino não quis assim. Ou, talvez, os dois não tenham resistido como a vida previra que resistiriam aos obstáculos.
Manoela e Carlos são só mais um amor que deu errado, em meio a tantos outros.
E, no fundo, a prova de que só amor não basta.
Ainda que....
Bom, isso fica pra outro texto!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Acho que o Jerry se foi.

Tudo bem, assuma, as coisas estão melhorando! Mas também, é tanto remédio, tanto zelo, tanta piração... E se afastar do mundo foi bom também. Virar personagem virtual. No fundo, você precisava lembrar que se basta e que, tudo bem, que as pessoas não se dediquem a você, porque você não precisa delas. A sensação de depender das amizades, dos laços... Era tudo carência. Tudo que você precisa tem seu sangue e, esse, por mais que falhe, nunca abandona. Você sabe disso! Amigos a gente faz aqui e ali... E deixa pra tras quando chega a hora. Você mesma já deixou tantos! É o ciclo da vida e não há porque ir contra isso. Seu melhor amigo de sempre, hoje lhe diz algo? Você mesma dizia que ele era seu melhor amigo, mas sinceramente, hoje ele te diz alguma coisa? Tanta lição, tanta briga, tanto amor.... Você sabia que deveria ter mais gente pra quando o mundo de vocês desmoronasse. E você teve. Mil, milhares. Um mais importante, inteligente e carinhoso que o outro. Mas, honestamente, alguém te fez sentir melhor? Alguém parou a dor, estancou o sangue? Tem a Nanda, claro.... Mas olha aí o que dizem sobre conta sanguínea.... Seu presente te bastou, te lotou e em incontáveis momentos fez o sangue não sair como cachoeira. Mas nem a Nanda te curou.
E se você atribui o agora: finalmente melhor, dormindo e sem tantos delirios. Se você atribui isso aos remédios, é porque não reconhece o próprio valor. Você passou por todas as fases possíveis, você até inventou fases, se isso for possível. E como todo mundo sempre disse, meio da boca pra fora mesmo - porque ninguém nunca se importou a ponto de parar pra pensar na história - uma hora a tempestade passa. Não vem dizer que passou, eu tô dentro de você e sinto as mesmas coisas. Mas eu sei que, pela primeira vez em todo esse tempo, tá passando. A minha vontade de aparecer pro mundo tem voltado, mas ando pensando em mudar tudo. Quem te cerca lembra o quanto você precisou e não encontrou. E quem te ama, de verdade, continua... Não importa como. E eu acho que a gente tá crescendo, também. Porque eu já não quero sair, beber, beber, beber e não lembrar de nada. Eu quero sair pra nós duas sermos felizes. Eu quero saídas pra serem lembradas. E não noites em que saímos pra esquecer. Eu quero mais do que a gente já teve. E eu e você sabemos o que isso significa. E no que implica.
Não é pra você perder a esperança no amor, nem nas amizades. Mas é pra você lembrar, sim, que se tudo mais falhar: você se basta. E eu tô sempre aqui, no fundo de você.
E lembre-se: "Não tenha medo de se apaixonar de novo."
Ainda que lhe pareça, nem todo mundo é igual.





(São 1:21 e eu tô aos prantos vendo PS. eu te amo.
O titulo do texto e a frase entre aspas foram tirados de lá.)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um pouquinho de nunca pensei.

Quando você tem 5 anos é aceitável e até obvio que você se apaixone pelo principe encantado que chega de cavalo branco pra salvar a princesa. Com 12 é normal e 'da idade' que você seja louca pelo cantorzinho de pop, loiro, de olhos verdes e voz rouquinha. E é muito mais do que esperado que você se derreta com o fato de que ele saiba seu nome, quem é você e faça um show inteiro te olhando. Com 15, e já não tão normal assim, mas ainda dentro dos padrões, é permitido que você idolatre uma banda mexicana que saiu de uma novela. E aí, sabe-se lá porquê, se a vida te der a sorte de conhece-los e fazer (nem que seja bem pouco) parte de um pedaço deles, é esperado que você se deslumbre. Ainda mais quando é permitido que você beije, abrace, sinta o cheiro (...) do seu preferido entre os seis. Quando é permetido uma (mesmo que pequena) convivência, você tem sim, todo o direito de se sentir bem e sortuda. E tá absolutamente dentro do esperado que você goste dele (e da banda) cada dia mais.
O dilema tem sido outro. Se você tem 18 e, uma noite, em uma boate meio trash encontra alguém que lhe pareça uma mistura muito bem feita do principe encantado + o cantorzinho pop + o galã mexicano.... É normal que você se apaixone, né? Mas e se meia hora de papo depois, alguém chegar pra você e te contar que ele é aquele da tv? Você ainda pode nutrir sentimentos?
Amor platônico? "Mas eu conversei com ele...." Esse fato faz deixar de ser platônico? Alias, amor? Dá pra ser "encantamento platônico"?
Sempre tive essa tendências por encantamentos... Mas, geralmente, do mesmo jeito que encanto, desencanto e fim de papo. O problema é o-fulano-conhece-fulano-que-conhece-ele. Eu também conheço! Sei até a música preferida dele em boates (ahaha, não resisti!). Mas chegam sempre muitas novas informações... E o tal do encantamento vai crescendo, crescendo... Se tornando grande a ponto de ser comparado com uma coisa tão antiga e que sempre me foi tão grande. O encantamento vai tomando forma e o começo do horário nobre vira sagrado. E mil planos vão sendo feitos e o mundo vai girando, girando e sempre dando um jeito de nos colocar meio perto.
Talvez seja pra ser.



(Eu juro por Deus que esse é o texto mais "viagem" da minha vida. Mas precisava falar. rs Ninguém precisa entender, nem gostar. Sei que tá difícil de engolir mesmo.)

domingo, 25 de abril de 2010

A rotina da pele....

Tudo era pele, sempre.
Beijo, mãos, suor e pele.
Puxa pra si desesperado, pra ter certeza que ainda é sua.
Morde, assopra, arrepia e investe mais.
É minha, é minha. Pra sempre.
Pega pela nunca e machuca. Doeu? Nunca.
Marcas roxas, vermelhas... Sempre marcas.
É minha. Pra confirmar que é.
Arrepia até a alma.
Os dois juntos são bons.
Quer dor?
E vai, e faz, e fala e puxa o cabelo.
Quer que pare?
Pra que, pra ir embora?
Não, continua.
E mais suor.
É amor? É o que? É tudo junto.
O amor mais bonito que já se fez, a melhor qualquer coisa que já se provou.
E arranha, porque arranhar alivia tensão.
E grita sem poder e vem a sensação tão boa que quase beira a loucura.
Mas não termina.
Os dois juntos são bons, terminar agora não combina.
Continua, investe mais e puxa o cabelo de novo.
O vidro embaça.
Quer que pare?
Tá achando que vou pedir pra parar?
E pega, e faz, e puxa, e grita, e geme, e não para nunca.
Forte, devagar, tortura que parece não ter fim.
Levanta, encosta na parede e continua.
Pelo que arrepia, mão que tortura, língua que invade.
Delirio que faz sair da Terra.
E só porque nada é perfeito logo chega, bem baixinho e devagar:
"Eu te amo...."
É amor mesmo. E faz falta.
Mas é sua, pra sempre sua.

sábado, 24 de abril de 2010

(Inter)pessoal.

Eu gosto de gente que faz eu me sentir gente. Ainda que eu insista, persista e quase persiga gente que faz eu me sentir... Nada. É diferente. Só não sei verbalizar essa diferença. Um amigo, pra virar meu amigo precisa primeiro querer muito ser meu amigo. Meu gênio é ruim, meu signo não é dos melhores e, pra piorar, a primeira vista eu sou orgulhosa quase beirando antipátia. Pra me conhecer, pra fazer parte da minha vida, sem dúvida nenhuma, o ponto principal é o quanto se quer isso. O segundo é paciência. Nem sempre eu sou boa no que faço, quase nunca eu sou coerente e raramente eu não levo uma pessoa pro caminho contrário do que os outros julgam o certo. Mas há quem diga que virar meu amigo é um bom negócio. Sigo tendo fé nessas pessoas e sempre me esforçando pra compensar o trabalho que vivo dando.
Mas pra ser objeto de minha adoração... AHH, ai, sim, é fácil! Basta ignorar. Basta não reparar na minha presença, fazer pouco caso da minha existência... E tudo aquilo que os livros de auto-ajuda ensinam. Eu, com certeza, sou público alvo de pesquisa pros autores de auto-ajuda. E vai explicar uma leonina correndo tanto atras? Virando noites e noites.... Vai explicar uma leonina no fundo do poço!!! Cá estou. Explicação eu não tenho, mas o fato é fato e ninguém muda.
Tive dois namorados que considero terem sido sérios. Um era exatamente eu. Os amigos sabiam, as famílias sabiam e nós dois sabíamos! Eu de calça, ele de saia... Tanto faz. Foi meu parceiro mesmo, meu melhor amigo o tempo todo em que esteve comigo. Ainda que não tenha sido muito tempo. Hoje, é uma das pessoas que mais tem o meu carinho na vida. Por tudo que passamos e superamos. Um querido sem tirar nem por.
O outro.... Era o oposto de mim, até então. Ele ajuizado, eu sem juizo. Ele focado, eu sem foco. Ele interessado, e eu sempre com sono. E como minhas atitudes foram julgadas! "O que você fez foi errado, Jéssica. Isso não se faz. O menino era louco por você, engoliu o mundo e o orgulho inteiros pra ficar contigo. Você errou e a culpa foi toda sua." Foi mesmo? Toda minha? Só eu errei? Tempos depois, olhou-se pra tras. "A gente não vai mais machucar um ao outro, tá?" Parou de provocar? Parou de querer fazer doer? Parou? Esse é você parando? "Eu não quero te fazer sofrer" Aquele era você não me fazendo sofrer? E aí... Tudo virou amargura. Asma de amargura, insônia de amargura, dez quilos de amargura. Berotec, Revotril, soro na veia pra combater amargura. E sempre essa vontade de vomitar tudo pra ver se a amargura sai junto.
Se ainda tem amor? Talvez tenha, num cantinho, escondido pela frustração e camuflado na saudade... Mas ainda que o mesmo exista, nada desfaz o que eu virei. Nada cura essa doença de querer voltar no tempo só pra não carregar por tanto tempo a culpa.
E a história não tem moral nenhuma não. É só pra mostrar que pela lei dos encontro, nem todo mundo que chega, chega com uma boa bagagem e deixa uma boa herança. Cabe a nós, e só a nós, o seguir em frente.
Ai, então, que o bicho pega.

Indormível.

Como se já não bastasse todo o resto, agora, amar, tanto assim, me tirou a única e última coisa que ainda me mantinha sã. Antes eu passava pela vida dormindo e foda-se. E quando o sono não vinha, sempre tinham meus milhões de remedios, e se um não desse jeito, todos juntos, com certeza davam. Eis que agora.... Ahhh, agora! Dormir é missão impossível! Pois é, logo eu, que amo dormir, logo eu que troquei praia por cama, night por cama, shopping por cama... Uma vida inteira pra ficar na cama... Agora, não consigo ficar nem duas horas seguidas na mesma.
A sensação é de que eu nunca mais vou dormir. Claro que eu sei que nunca mais é muito tempo, mas ainda assim, essa falta de sono tem me deixado louca. Mas pior que isso é ter tanto tempo livre, com a cabeça desocupada. Uma madrugada inteira, enrolando na cama, e sem dormir é de deixar uma pessoa maluca... Ainda mais se essa pessoa tem o pensamento mais solto da vida e deixa ele ir onde quiser, mesmo que seja local proibido.
Amar desse jeito já me levou de mim mesma, já me transformou em outra, e já quase me matou de falta de ar mais de cem vezes. Mas eu nunca estive tão perto de cometer uma chacina, como estou agora.
Alguém me apaga, pelo amor de Deus! Alguém me bota pra dormir 72 horas seguidas e eu juro, juro, juro que tento ser uma pessoa melhor!

domingo, 18 de abril de 2010

Trancos e barrancos.

Eu queria te dizer que parece que tudo ficou cinza desde.... Desde muito tempo. Eu queria te dizer que eu vivia reclamando de você, mas agora eu reclamo muito mais sem você. Te dizer que minha vida tem sido lembrar de tudo e eu já acho até que nem tô lembrando de coisas reais. Porque daqui, da onde eu tô olhando pra tras, absolutamente tudo que a gente viveu me parece lindo e maravilhoso. Não éramos assim. Nunca fomos um casal perfeito. Ou talves fossemos... Mas a verdade é que eu daria meu mundo inteiro pra tirar a prova, pra voltar lá e descobrir. Eu daria qualquer coisa pra te ter aqui. Pra poder senitr saudade de você e te ligar... Sem culpa, sem medo e sem sua frieza. Eu daria o que tenho e o que não tenho pra não sentir saudade de você e pra você não precisar ser frio comigo.
Todo dia é um começo novo, mas que sempre acaba sendo a continuação mal sucedida. Todo dia as coisas vão melhorar, e quando o dia termina elas estã iguais. E eu sempre espero, por um milagre, acordar e... Não sentir nada. Mas meu milagre nunca chega, porque nem isso eu mereço. Já tem gente achando que eu surtei mesmo. Já tem gente me achando completamente pirada. E aos poucos eu chego lá mesmo... Porque viver só de lembrança enlouquece qualquer ser humano.
Mas eu preciso ser forte e me manter bem, me manter sã, manter aparências. Ninguém gosta de gente triste e se eu me deixar ser quem eu sou.... Vou ser a pessoa mas triste que já existiu. Porque é assim que eu me sinto. Com toda a tristeza do mundo no peito. Antes eu ainda tinha certeza de que você me amava também... Mas, agora, eu tenho certeza de que eu virei nada pra você. E isso é pior que soco no estômago.
Eu te amo tanto, tanto, tanto...
Que daqui a pouco eu só vou saber falar isso.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dom.

Eu vivia me perguntando "porque diabos eu fiz isso?" ou, pior ainda, perguntando aos outros "jura que eu fiz isso?" e eu sempre me prometia que na próxima não ia ser assim. Até que um dia, depois de sumir, deixar todo mundo maluco e chegar em casa sabe-se lá como, eu resolvi levar a promessa a sério. Nunca mais porres desastrosos de pegar telefone, passar vexame ou coisas vergonhosas. Eis que.... nunca me lembro de nada! Resolvi atribuir o fato ao meu inconsciente que, espertinho que só ele, registrou que dia de festa é dia de vergonha e no dia seguinte, deleta tudo! O problema é que o caso vem se agravando:
Fulano foi é? Lembro não...
Mordi quem? Lembro não.
Liguei? Liguei nada!
Como meu telefone quebrou?? Sei não.
Agora, começo a estudar um jeito de praticar esse meu dom com o passado:
Amor? Sei disso não...
Saudade? Que isso?
Dias felizes, comemorações, viagens? Vivi nada disso não...
Primeiro beijo? Primeiro abraço? Primeiro 'eu te amo'?
Nunquinha! Não era eu, de jeito nenhum!
Já namorou? Se namorei nem me lembro!
Aos poucos, vai dando certo... Já sai até um 'argh' garganta a fora quando escuto falar. Hoje me peguei até achando defeito! DE-FEI-TO!!!!!
Finalmente, alguma parte de mim que funcione. E logo a que todo mundo achava que eu nem tinha. Valeu, amigo Cérebro!!!

domingo, 4 de abril de 2010

Desamor.

Amor. Respeito. Paciência. Quando nenhum dos três sobrevive, o que vira? O que vem? Qual o próximo passo? Ninguém quer se odiar. Ninguém compartilhou momentos felizes pra depois virar ódio e só ódio. O que temos, então? Um enorme nada. Nem carinho... Nem bem-querer. Nada. Relacionado a esse pensamento, passei por duas situações completamente diferentes. Na primeira (ou ultima) - a ordem vai ser sempre meio confusa pra mim - troquei o que era certo e novo pelo muito, muito, muito duvidoso de sempre. Machuquei quem nunca mereceu, abri mão de experiências lindas, afastei pessoas que deveriam, por direito, serem minhas até hoje e fiz dois corações sangrarem. Arrependimento? Nunca vai ser a palavra certa, mas se o tempo voltasse... Ahhh, se o tempo voltasse! Não volta. Na segunda - ou na sempre primeira - me machuquei, machuquei as famílias relacionadas, envergonhei quem, de fato, não merecia e fui até, um pouco, ingrata. Porém, nada disso foi sem razão, nada aconteceu sem um porquê que explique absolutamente tudo. Na primeira (ultima) o tempo agiu bem. Curou os machucados, tapou os buracos, e tudo virou história pra contar pros netos. "Sabe aquele amigo da vó que você viu nas fotos? Foi tão importante durante um tempo". Só bem-querer, só carinho, só amizade e sempre o sentimentozinho de que nada apaga o que foi vivido, apesar das inumeras mancadas (assumidas, agora, mais de um ano depois). Já na segunda (primeira, vocês já entenderam a ordem e a bagunça) só o que o tempo fez foi não agir. E o grande amor virou nada. Virou buraco vazio, sem ar, sem... nada. Pouco importa como tá, onde tá, e porque tá. Pouco importa o que sente, ou não sente. Pouco importa e pronto. E o resto de respeito que havia ficado, evaporou.
Por que eu catuquei as duas ferias agora? Me peguei escrevendo sobre um deles, e o que saiu foi "querido". Quando pensei no outro: ...................................................................................... Nada. E isso me pareceu ironico e sem fundamento. E me provou que o tempo ajuda, mas o que faz amor, respeito e paciência continuarem vivos mesmo depois que uma relação acaba é o fato da pessoa que você conheceu no começo, não se deixar morrer - ou regredir - ao longo do tempo, ou seja, o carater de antes, continua no depois. O que me levou, mais uma vez, a conclusão de que o segundo (ou primeiro?) caso não merece, nem precisa, que eu gaste tanto tempo assim filosofando. O porquê de tanta insistência, nem a ciência explica.

terça-feira, 30 de março de 2010

Surpresa.

- Um presente? Uma nova chance? O que você é, me diz?
- Pra que você precisa de resposta pra tudo? Deixa a gente ser.
- Não consigo ser, sem saber o que tô sendo.
- Você vai aprender comigo.
- Você não tá entendendo, eu tô ruim pra caramba de jogo. Não sei mais nada disso. Já tem tanto tempo desde o ultimo.
- Eu não quero jogar com você. Eu só quero que você seja.
- Eu tenho certeza que você vai se arrepender. Até o melhor cara que passou pela minha vida, se arrependeu.
- Se eu me arrepender vai ser no futuro. Para de pensar nele. Aqui e agora, Jéssica, só isso que eu quero.
- E porque esse olho azul, me diz? Para de me olhar assim.
- É só admiração.
- Ninguém me admira, você tá completamente enganado comigo.
- Você vai bater nessa tecla quantas vezes? Eu tô aqui dando a cara a tapa por você, agora, nesse minuto, você tem duas opções: entra nessa comigo e tenta ou vira as costas e me deixa aqui. Eu vou insistir e até vou ser chato, se você escolher pela segunda.
- Eu ainda acho que você vai se arrepender.
- E então?
- Só promete que vai sempre tentar me olhar desse jeito, tá?! Mesmo quando eu tiver muito errada, ou quando você se arrepender e virar meu amigo. Alias, promete que aconteça o qe acontecer, a gente não vai nunca virar estranho um pro outro. Isso dói.
- Já foi fácil um dia, lembra? Sem dor.
- Quase sempre eu esqueço.
- Então, o que eu prometo, é que daqui pra frente nada mais vai doer tanto. Quando a gente divide o peso, tudo melhora.
- Já sei o que você é: uma nova chance embrulhada pra presente!


"....o mundo se abriu quando você entrou,
eu vou fazer por merecer...."

sábado, 27 de março de 2010

Thinking Of You.

Eu queria ter muito mais fotos suas - nossas. Eu queria ter todas, na verdade. Pra que em noites como essa, eu pudesse ficar aqui, olhando, olhando, olhando... E sentindo essa falta gostosinha que me dá de você, as vezes. Não é aquela dor desesperada, que me fez apagar a maioria das nossas fotos e me faz topar qualquer negócio que me dope. É uma saudadezinha calma, de todas as coisas boas que a gente viveu, e que não se importa nem um pouco, em como tudo entre a gente acabou. É só a saudade que eu poderia sentir todos os dias, e não me faria doer. Saudade saudável, digamos assim. Lembraças que me fazem sorrir e não querer cortar os pulsos. Sem lágrimas. E me faz gostar de amar você, até. Mesmo que seja assim, tão de longe, há tanto tempo.
Já faz tanto tempo, também, que eu entendi que tudo que podia acontecer entre a gente, já aconteceu. E que só o que eu vou ter de agora, até o pra sempre, são essas lembranças tão boas das crianças apaixonadas que nós fomos. Mas normalmente, eu não tô assim, tão calma, tão querendo paz. Geralmente, tudo que eu quero é a reviravolta do mundo, que vai fazer nossos caminhos se cruzarem, mais uma vez. Todo dia, tudo que eu peço quando acordo e antes de dormir, é que Deus sacuda todo o destino e te bote, logo, na minha frente. Mas hoje, agora, por incrivel que pareça, tudo que eu quero é que, logo, chegue a época em que eu possa pensar em você, desse jeito que eu tô pensando agora, todos os dias. Sem dor nenhuma, sem espinhos, sem sentimentos ruins. Só com esse sentimentozinho de "que bom que ele foi quem me ensinou a amar assim". Eu não preciso negar nada aqui, ainda tem esse nó grande na minha garganta, mas hoje, nem ele tá doendo tanto.
Eu não quero que pensar em você não me provoque nada. Eu não quero lembrar de você e sentir vento. Essa coisinha arranhando na garganta, tá boa. É sinal de que foi importante, de que tá marcado e de que nada, jamais, vai ser igual. Eu te amo sim, e amo muito. Mas eu não quero mais que esse amor machuque, me faça chorar, me faça doer. Não quero mais negar esse amor também. Nem quero não poder olhar pra nada que seja você. Não quero continuar sem ouvir rádio, sem ouvir música antiga, sem andar pelos lugares de antes. Não quero mais evitar a praia, Búzios, a lagoa. Quero que tudo isso me faça ficar bem, com bons sentimentos.
Desculpa por todos os dias que eu fui louca. Por todos os inconvenientes. Por todo constrangimento. Quase sempre é difícil e dói. E quase sempre, tudo que eu mais tenho vontade de fazer é pegar o carro e ir ai correndo, ajoelhar e implorar. Eu não tô promentendo nada, quase sempre - também - isso tudo é maior que eu e eu não posso prometer por uma coisa pela qual não respondo. Mas eu tô tentando.
Olha, Amor, você foi a melhor coisa que eu tive. O melhor sentimento que eu senti. O melhor beijo que eu dei. O melhor abraço que me abraçou. O melhor cheiro que eu senti. O sorriso mais bonito que eu vi. O carinho com a ponta do nariz que ninguém sabe fazer. O maior amor do mundo, que ninguém, nunca sentiu. Mas tudo que eu quero, hoje, é te ver feliz. E eu sei, eu sei, eu sei.... Que você tá. Não vou (tentar) mudar nada. Pelo menos, não hoje.
"You're the best
And yes I do regret
How I could let myself let you go
Now the lesson's learned
I touched it I was burned...
Oh, I think you should know"

segunda-feira, 22 de março de 2010

Caminho.

Eu não sei como, porquê ou quando deixou de ser bonito pra virar isso. Eu não sei direito em que curva eu errei a mão e fui pra direção contrária. Meu coração foi pra um lado e todo o resto, pra outro. Também não consigo enxergar, ainda, em que parte da estrada eu desisti de tentar acertar e comecei a só seguir o caminho. Deixei de viver e virei expectadora da minha vida. Talvez tenham sido as aulas matadas na livraria. Ou então, vai saber, todas as noites que passei insone, catatônica... Ou em todas as manhãs seguintes a essas noites, manhãs pras quais eu não despertava, e só abria o olho depois das três da tarde. Eu nunca vou saber quando tudo virou passado e eu continuei insistindo. Mas também nunca vou saber quando tudo virou vodka, Revotril, carneirinhos, música sem letra e insônia.
Não consigo me lembrar quando o menino virou homem. Um homem que todo mundo vê, adimira e quer por perto. Porque por mais que eu tentasse, só enxergava o menino. E por mais que eu me esforçasse, só me vinha este. Em cada hora do dia, em situações completamente diferentes... Sempre o menino. Que homem? QUE HOMEM.... Tava ali, bem na minha cara. E só eu ainda não tinha visto. E, então, só porque eu quero muito e quero mesmo que acabe, vem alguém. Não sei quantas vezes eu vou ter que ensinar pro cupido que quanto mais gente aparecer, mas eu vou me esconder lá tras. Não sei quanto cara bom eu ainda vou ter que machucar com a história manjada de não tá pronta pra isso e blablabla....
Mas chega de me machucar tentando, chega de achar que eu sou pedra fria e sem nada dentro. Chega de me culpar por tudo. Tudo que aconteceu, teve uma razão de ser. Um dia, com certeza, eu vou descobrir a lição. Por enquanto, eu tô tentando voltar a ser quem decide pra que lado da estrada eu vou. Tentando parar de assistir e voltar a protagonizar. Sozinha, sem dor. Sem muros, também. E sem mágoa. Mas como disse alguém que sabe muito dessas de amar alguém: "Todas as vezes que eu te vi, nesses ultimos quatro ou cinco anos, eu me apaixonei por você". Como eu tiro uma pessoa do mundo? De vista, pelo menos... Como????

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sem titulo.

Eu tenho sede de ouvir todas as músicas, ler todos os livros, conhecer todos os lugares. Fome do mundo e de gente. E essa é a sensação mais nova na minha vida, em anos. Essa vontade toda de fazer o que eu não fiz antes, de ser quem eu nunca pensei que seria. Um querer surreal de crescer. Mas eu também sinto medo. Medo de pular pra fora da bolha. De pegar no volante do carro, e assim, assumir de vez que sou adulta. Medo de toda as novas chances, novas possibilidades. Medo até do que nem chegou ainda. Medo de quem me olha, e de quem não olha também. E, principalmente, muito medo dessa sensação de ter, mais uma vez, o coração aberto pra jogo. Aberto pro que (quem) quer que venha, seja isso bom ou ruim.
E no meio de tanta duvida, tanta vontade e tanta novidade, pesadelos terriveis... Que me predem lá tras e me assustam. Repito pra mim que é só mais um teste da vida. Que pra ver se eu tô pronta pra andar pra frente, ela me joga lembranças de lá tras. Mas eu tô. Eu sei que tô. E, além do mais, isso são só pesadelos. Não tem nada de vida real nisso. Por mais que eu tenha comparado a vida real a um pesadelo, por diversas vezes, ela é muito melhor que tanto fogo, tanta dor e agonia.
E só isso que eu tenho. A vida. Com tudo que ela pode me dar. Superar, encarar, andar pra frente e me deixar levar por todas as nova coisas, é só uma opção. A melhor delas, mas ainda assim, não a unica. Ainda que seja a que eu escolhi. Doer é consequência do processo. Ser feliz, um dia, é resultado dele.

domingo, 14 de março de 2010

Pesadelo.

Tá tudo bem, logo de manhã minha irmã tá sentada na mesa, falando mais que o homem do gás - como sempre - e o dia segue normal. Academia, casa da minha vó.... Eis que não sei de onde, nem atraves de quem, surge a notícia: você (sempre você) tava numa casa em uma cidadezinha que eu nunca ouvi falar, e nem sei se existe, e buuum! A casa pegou fogo.
Só o que eu consigo me lembrar é de muuuuuito desespero e de acordar milhares de vezes com o meu próprio choro. E, em todas as vezes, voltar pro mesmo pesadelo. Agonia, agonia. Como você tá? Com quem você tá andando? Se você for pra uma casa, numa cidadezinha que ninguém conhece, toma cuidado. Por favor, por favor... Cuida de você. E dor, quanta dor. Te perder pro resto já é ruim. Imagina te perder pra vida.
Era tão real, e a dor tão forte, que no meio do 'sonho' eu tava abraçada com a sua mãe. Que apesar de todos os pesares e milhares de argumentos contra mim, com certeza é a pessoa que ia sentir toda aquela minha dor, multiplicada por mil. Por favor, por favor, se não é por mim, toma conta de você por ela. E por favor, cuidado com fogo. E com cidadezinhas desconhecidas. Mas o pesadelo só ia ficando pior, e quando chegou a hora de te dizer tchau, a sua namorada aparecia. E eu tinha que sofrer queitinha, num canto, calada e esquecida. Porque eu nem deveria tá ali, quem era eu??? Nenhum dos seus amigos sabia, ninguém ali me conhecia. Era só eu e muita dor.
E que desespero me dá, agora, só de lembrar. Que caroço na garganta de não poder te ligar e ver se tá tudo bem. Que falta de ar só de pensar em nunca mais na vida, ver você. Nem que seja de longe, igual aquele dia que eu passei por você e não pude falar.
Eu não vou mais ficar triste pela sua ausência na minha vida. Mas, por favor, se tem alguém aí em cima que não queira me ver louca, faz esses sonhos pararem. Faz essa simulação da total ausência dele acabar. Eu não quero, não preciso e dói. Muito. Muito mesmo.
Cuida de você, não morre. O resto, eu aguento. Mas cuida de você.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Seca.

Nem ciumes, nem dor, nem saudade, nem falta de ar. Nem alegria, nem euforia, nem felicidade, nem amor. Assim, sendo nada. Sendo um poço vazio e escuro. E quanto mais se cava, menos se acha. A boca até seca, diante de tanta poiera. Mas é só isso. É o que se ganha por tanto ser muito, ser inteira, intensa e entregue. Você vira nada.
E, dizem por aí, que depois do nada, sempre vem alguma coisa. Veio, sim. Na primeira vez que ele veio me buscar, minha vó se encantou, porque ele abriu a porta do carro. Na segunda, meu pai mandou eu tomar cuidado pra não me envolver. Na terceira, minha vó se apaixonou de vez, porque ele se lembrou de trazer chocolate do lugar onde foi passar um final de semana. Na quarta, eu mandei ele embora. Simples. Pra que tanto lenga-lenga?! Pra que deixar o coitado, tão lindo, ficar abrindo porta de carro e trazendo chocolate, se eu sou um poço seco, vazio, incapaz de dar água outra vez?! Pra que?! Pra que deixar a pobre da minha vó encantada por mais um garoto que passa pela minha vida, se ele não vai ficar?! Dramaaaaatica, meu pai disse. Mas só cego não via o medo estampado na testa dele, cada vez que eu avisava que fulano tava vindo me buscar. Eu via, nos olhos do meu pai, a cena se repetindo. Ele não merece a filha catatônica, dos ultimos meses, de novo. Não merece e não vai ter. Se alguém aqui tem que se sentir mal, que seja eu, sozinha. Meu pai pode achar sim, que tá tudo bem. Que eu tô amando o inglês, que eu adoro ficar quarenta minutos pedalando e mais uma hora levantando e abaixando ferro, naquela academia. Que essas saídas todas, não são só pra ficar bebada e não pensar e sim pra comemorar. Só quem precisa ver tudo com a crueldade da realidade sou eu. Esse foi o meu projeto. Ser normal por fora. E eu tô conseguindo. Mas ninguém pode me obrigar a ser como antes por dentro. Nem eu mesma conseguiria. Sem dor. Sem felicidade. Seca. Dura. Empalhada. Sem esperar nada. Sem querer nada. Um dia depois do outro. Uma hora, acaba.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pra ser forte.

Começo usando as palavras da Tati: "Eu treinei viver sem você". Mas ao contrario dela, eu nunca consigo me acostumar. Treinei e treino todos os dias, todo dia é sempre um ensaio de como seria o dia seguinte se eu, finalmente, aprendesse, num passe de mágica, viver sem você. Mas todo dia dói tanto. E o tempo todo parece que falta um pedaço. Conversando com um amigo, que tentava a todo custo entender esse amor todo que eu tenho por você, surgiu a palavra "fortaleza". Sai do bar pensando nela, cheguei em casa pensando nela, fui dormir pensando nela e até hoje não a esqueci. Fiz de você a minha unica fortaleza. Fiz do amor da gente o unico lugar no mundo onde eu seria eu. Desabou. E agora? Até quando? Pra sempre? Todo dia eu sinto sua falta, falta da fortaleza, falta de mim. O tempo todo eu inxo de esperança e murcho de tristeza. E quando eu chego perto de me acostumar, você surge de algum jeito. Nunca é você, mas tem sempre você no meio. Sejam os seus amigos perguntando por você, seja a sua foto no orkut de alguém, seja arrumar o meu armario pra não pensar em você e achar aquele cartão lindo que você me deu quando eu achei que tivesse cansado. Você tem mil jeitos diferentes de surgir, mas nunca é você. E é triste também, ouvir sobre você por ai. Mas triste ainda, passar por você e não falar. É triste o tempo todo. E quando eu sou quase feliz, eu me culpo e volto a ser triste. Tem muito tempo que eu não sei o que é ser inteira feliz. Tem muito tempo que você não é meu inteiro. E toda hora eu quero ir ai e gritar que você tem que voltar. Mas toda hora eu lembro que você já foi e que o caminho não tem volta. Porque se tivesse, você teria voltado. Já tem tanto tempo... E eu viro um poço de esperança frustrada e meu humor fica um saco e quase ninguém me aguenta. Virei uma rabugenta, sabia?! Não, não sabia e nem tem que saber. Eu que tenho que mudar, eu que tenho que desinxar e não murchar. Eu que tenho que viver sem fortaleza, sendo só uma garota normal. Eu que tenho que fazer meu coração voltar ao normal. Mas é tão dificil e dói tanto... Mas todo mundo consegue. Você, que me amava tanto assim também, conseguiu. E pode ser que demore, tem muito amor ainda, mas uma hora de tanto treinar, eu acostumo. E viver vai ser fácil, vai ser bom. Sem dor, sem buraco, sem choro... Sem você surgindo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

S A U D A D E. V A Z I O. D O R.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Se deixar viver.

Coitadinha, ficou doida. Viajando no mundo que criou pra si.
Coitadinha, pra que tanta música esquisita?!
Ahhh, tadinha, olha como ela tá, ouve a voz dela.
Ah, coitadinha, tá tão triste. Tão sozinha.
Coitadinha, é de partir o coração.
E o mundo não se move, a vida não acontece, o dia não clareia, a chuva não passa. Cadê o sol brilhante que todo mundo fala que vem depois?! Cadê a vida linda que vem depois?! Cadê tudo que vem depois?! Todo mundo vive falando, e eu vivo escutando.. Mas cadê?! Já não tá muito depois, não?
Ah, mas que se foda, ela tem que aprender.
Tanto fez, que ela tem que aprender.
Não foi pelo amor, vai ser pela dor.
Aprende, vaca.
E estampado no rosto só um grande "cadê?"
Não tem mais lágrima, não tem mais sangue.
Só tem dor, cadê e vazio.
Companheiros que parecem eternos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Meditação.

Chega, incha, alegra e vai.
Doença que cura, alegria que esmera e sorriso que murcha.
Pulmão, estomago, mas pra que coração?!
Já foi, já passou. Virou mantra.
Harih Oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooommmmmmmmmmm!

domingo, 3 de janeiro de 2010

E Ã M

A gente sempre é menos do que quer ser. Sempre se sujeita menos do que quer se sujeitar e sempre parece com o que não quer parecer. Olha eu aqui, cópia cuspida e escarrada de você. Com as mesmas sardas nos rosto, o mesmo bico de teimosia e o mesmíssimo nariz empinado mostrando pro mundo o orgulho besta que nos assalta. E se você não vai me procurar, que seja, eu também não vou. E se tiver que ter acabado dezoito anos depois de começar, eu vou sobreviver. Que o décimo nono ano comece sem as agonias e confusões de sempre. Que comece limpo, puro, livre... Dói, mas eu já disse, daqui a pouco não vai doer mais. E se eu aguentei uma vez, a segunda não me derruba. Sou forte. Igual a você, também. Infelizmente, você me culpa. Eu não te culpo, nem culpo ninguém. Fizeram a gente assim, tortinhas, erradinhas e orgulhosas. Fizeram isso da gente. Gratidão eterna pela metade de tudo que eu sou. Gratidão eterna pela vida que me deu. Mas ainda que grata, não por isso vou pro fundo do poço pela sua ausência. Aprendi com você e com ele, como não devo ser em certos momentos e exatamente como tenho que agir em outros. Tô virando adulta e o caminho agora é meu. Desculpa pelas lágrimas, pela dor, pela decepção, e por nunca, nunquinha ter conseguido despertar o amor em você. Eu te amo. Mas aprendi - sozinha, porque você nunca esteve no lugar que tinha que estar, por mim - que quando amor começa a doer demais a gente tem que se livrar dele. Mais uma dor, mais uma separação... Tô virando especialista em dizer adeus. Pra você, é só o pior deles. Felicidades.