terça-feira, 20 de julho de 2010

Merecido.

Passo tanto tempo escrevendo sobre a causa das dores, que minimizo quem as ameniza. Passo tempo demais reclamando que alguém errou o rumo da minha vida, que acabo esquecendo de agradecer pela quantidade de gente maravilhosa que entrou no meu caminho - mesmo sendo ele o errado. Amigos. Tenho visto tanta gente em crise com os seus. Mas a verdade é que eu sempre tive muitos. Pequena na creche, criancinha no fundamental, pré adolescente popular no ginásio e, finalmente, garota normal no ensino médio. Sempre procurei me cercar de gente que me fizesse bem. E fui feliz nessa missão. Tenho, hoje, de (bons) amigos que conheci mês passado à pessoas que estão comigo desde que me entendo por gente. E cada dia, cada um deles, me faz uma pessoa um pouco mais feliz.
Queria muito falar de cada um, mas não julgo necessário. Meu amor imenso, que tento demonstrar sempre que possível, fala por mim. Espero que todos meus amigos saibam, tenham absoluta certeza, de quanto eu sou grata por cada abraço, palavra, carinho, bronca e brincadeira. Sem vocês eu nem estaria aqui.


Marcela, Larissa, Sis, Amanda, Rodrigo
Carol's, Érika, Tchuca, Gustavo, Érica, Dudu,
Júlia, Ray, Tatah, Débora e Papi: obrigada!

sábado, 17 de julho de 2010

Dandão.

Tá tudo preto, o sono tá tranquilo. A vida sem imagem me deixa quase feliz. Respiro sem dificuldade alguma e não tenho vontade de vomitar o mundo. Tá tudo bem, e eu acabo repetindo isso pra mim mesma mais vezes do que o necessário. Mas não tem problema, nesse mundo tranquilo eu posso ser intensa e exagerada. Posso ser quem eu sempre quis e esse peso, de carregar sempre outro dentro de mim, não me deixava. Tá tudo preto.. Ou branco? Qual é a sua definição de sem cor? Enfim, a cena não chega ser cena, porque não há ninguém, não há cenário, não há... E isso me faz leve. De repente, tudo muda. Vem aquele maldito fogo que me persegue há anos. Vem um grito de socorro que faz meu coração doer. Vem a notícia que acaba comigo até no mundo onde eu não existo. Vem as lágrimas, mesmo enquanto durmo. É o pior pesadelo da minha vida, tão real, de novo, que me deixa desesperada. Mas eu acordo. Chorando, louca. Respiro porque não posso pegar o telefone. Me prometo nunca mais dormir. Só que eu durmo. Várias outras noites. E vou dormindo e o pesadelo vai virando memória apagada, fraca... Tá tudo bem mais uma vez. Nada de cor, mas também nada de fogo. Várias manhãs chegam e eu sempre acabo me perguntando quando eu vou começar a viver sem medo. Do fogo, de você. Porque é isso que eu sinto de você, medo. Muito medo. Sou a pessoa mais segura do mundo, com meu nariz empinado e minhas roupas bonitinhas. Mas se falam seu nome viro uma formiga. Nem sei o que viraria se me fosse imposta a sua presença. Só de pensar já me encolho. Te procuro em todos os lugares, sempre em guerra comigo sobre querer ou não te encontrar. Decido que não quero pois sou fraca. Depois meu orgulho vem e decide que quer, porque somos grandes. A verdade é que não sou. Com cor ou sem, e sempre fugindo de você e do fogo, me coloco no lugar que me cabe e rezo pra não te encontrar nunca mais. Nem em sonho, muito menos em pesadelo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acordei fofinha.

Já tem muito tempo que eu não minto e nem disfarço mais a falta que você me faz. Eu só acostumei a reclamar pro vento, a desabafar com meus ursos e a sempre ignorar que você existe. Porque é tudo mais fácil com você não existindo. Mas eu sou quase uma adulta agora, sabe? Tô ai pela metade do caminho de chegar lá e hoje, olhando pra tras, eu entendo a maioria das suas atitudes. Porque tudo aconteceu quando você tava virando adulto também. E eu fui uma criança boba-mimada que exigiu em todos os momentos atenção, atenção essa que você não tava disposto a me dar. Ainda assim, isso não queria dizer que você não me amava. Amava sim, hoje eu acredito nisso. Mas eu não conseguia entender que amor dá pra ser de vários jeitos e não só desse meu. Desse querer estar junto toda hora, querer ouvir a voz o tempo todo. Eu entendi, agora, tarde demais pra nós dois e ainda muito cedo pro próximo, que cada um ama como pode.
O que eu nunca vou entender é porque você nunca me colocou sentada e falou "olha, eu amo você, mas calma... Agora não dá pra ser do seu jeito, vamos tentar do meu?". Eu era maluca por você e teria feito qualquer coisa pra gente não se separar. Mas você me afastou. Como se eu fosse nada, como se não se importasse. Como se os anos juntos tivessem sido brincadeira de criança. Sabia que é assim que eu acho que você pensa? Que eu fui sua brincadeirinha de moleque? E quando você cresceu, eu tava caída e passada demais pra ficar do seu lado... É engraçado pensar assim, porque a mulher que eu tô virando ficaria bem com alguém feito você do lado... Mas como eu disse, agora eu entendo que dá para as pessoas mudarem de opnião, de pensamento. E que todo mundo tem direito de seguir a vida como deseja.
Eu espero de verdade, ainda que eu passe a maior parte do tempo tentando ignorar qualquer pensamento sobre você, que seu jeito de viver esteja te fazendo feliz. E espero também que você lembre com o mesmo carinho que eu lembro da história da gente. Porque pra mim não foi brincadeira de criança. Foi a coisa mais séria que eu senti até hoje. E vai estar sempre guardado e fazendo falta.

sábado, 3 de julho de 2010

Coisa nenhuma

Eu não sei nem o que pensar direito. Porque tava tudo bem, sabe? Eu tava andando pra frente cada dia mais. Meu coração, claro, ainda tá escondido em algum lugar do peito. Mas, aos poucos, eu tava começando a gostar das pessoas com o pulmão, os olhos, a cabeça.... Tava tudo se acertando, vinte anos depois de ter desacertado.
De repente o mundo virou de cabeça pra baixo, de novo. Porque eu sou dramática mesmo e acho que todo gesto tem um fundamento, mas não consegui encontrar explicação pra sua ultima aparição. Eu tava acostumada com "suas" aparições. Você no meu sonho me beijando e dizendo que voltou pra ficar, você no meu pesadelo me deixando sozinha no mundo pra sempre e com um buraco no peito bem maior e mais oco do que o que eu tenho agora, você no meio das minhas fotos, você metido nas minhas lembranças... Com isso eu acostumei. Pode perguntar por aí, até falar seu nome, na boa, eu já tava falando. Aceitei que você sempre ia ser parte de mim. Do meu passado.
Mas eu, definitivamente, não sei como conviver com você no meu presente. Enquanto você era só lembrança as coisas tavam se encaminhando. Mas agora você é pessoa, de novo. Pessoa do presente. E tá ali, na distancia de um cliquezinho só. Nunca tinha nem parado pra pensar em como seria se isso acontecesse. Porque, pra mim, nunca mais aconteceria. Até porque a decisão em comum foi: não somos amigos.
Ou foi disso que eu fiquei tentando me convencer nos últimos meses. Sabe, eu apaguei seu telefone de todos os lugares possíveis e me esforcei MUITO pra esquecer ele. Depois eu desenvolvi uma super-técnica: se me desse muita vontade de te mandar mensagem, eu mandava um "eu te amo. to bebada" pra Marcela, com fé nos meus santos todos de que a mensagem tinha ido pra você. Ai eu deletei seu msn, que eu ainda tinha, mesmo você estando eternamente offline. E parei de entrar no orkut dos outros pra ver o seu. Parei porque tava doendo demais.
Depois que todas minhas decisões foram postas em prática, ficou mais fácil. Você voltou a ser quem você nunca deveria ter deixado de ser: meu primeiro namorado, por quem eu fui muito apaixonada. Eu tive umas crises de saudade, de raiva, de mais saudade, de raiva e saudade - esse blog tá aqui pra provar isso - mas ter você como parte do meu passado, fez a dor intensa virar só um incomodozinho leve, que dava pra aguentar.
Mas agora o que? Passado só tem vida na cabeça e você tá vivo demais fora da minha. E pior que isso, agora eu sou uma pessoa totalmente consciente dessa vida toda. Acho que eu só volto a ser feliz nível dez no dia que der pra morar em outro planeta. Por enquanto eu volto a procurar um jeito de conviver com você, com esse peso todo que você me causa e com a saudade que tá sempre presente.