sábado, 30 de maio de 2009

Quebra-cabeça.

Eu tomo bronca dos meus amigos, escuto sermão do meu pai e bom, depois da sua mais nova gracinha, até minha tia que sempre foi sua fã incondicional, me dá puxão de orelha. Deixa ele pra lá, menina. Eu bem que tento, mas não dá. Vai viver a vida, você é tão novinha. É, eu bem que quero, mas não dá. Não dá por que? É sem graça. E então, mas esporro, mais sermão, mais puxão de orelha. Eu acordo pra baixo, igual acordei hoje. Passo o dia com um caroço de lágrimas na garganta, me entalando. E o único jeito de chorar é escrever. Aqui estou, de novo, em frente ao computador, traduzindo sentimentos indraduzíveis. Tentando montar, pela que digo ser (mas nunca é) a ultima vez, o quebra-cabeça da gente. Tentando adivinhar que peça se perdeu e literalmente quebrando a cabeça pra descobrir onde ela tá. Eu quero achar essa maldita peça e juntar os pedacinhos da gente, sermos nós de novo. Sem passado, sem preocupação. Cansei de ser eu sem você, mas cansei de ser eu com você pela metade. Quero o nós inteiro de novo. Quero tanto que ignoro a verdade, que me foi jogada na cara em uma das broncas: tô tentando consertar o que já se consertou sozinho e foi embora. Não tá faltando uma peça do quebra-cabeça, tá faltando metade dele. Porque essa metade resolveu que era hora de ser a metade de outro jogo, ou o inteiro de um jogo particular. O fato é que não se dá pra montar um quebra-cabeça de mil peças, se só tiver quinhentas delas. Você perde muito tempo encontrando os encaixes com as peças que tem na mão, mas uma hora ou outra as peças de lá vão fazer falta. E eu sei disso tudo, eu mesma já passei esse sermão em alguém, mas quando é com a gente, é muito fácil ignorar esse padrão e continuar torturando o cérebro e, nesse caso, o coração numa batalha onde não existe vencedor. Assumir a derrota seria muito mais fácil e na altura que estamos do jogo, nada vergonhoso. Mas meu espirito leonino não deixa, fica me pertubando que eu tenho que tentar até o fim. Quando é o fim? 'Quando ele não aparecer mais' alguma coisa grita dentro de mim, e eu quero responder que essas aparições são só por pena, orgulho.. qualquer coisa que não merece que eu as valorize. Mas só o que sai é 'tá bom, vou tentar, só mais dessa vez'. Nunca é a ultima vez, nunca dá certo e o quebra-cabeça continua desfalcado, sem esperanças de um dia ser inteiro de novo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pseudo-soneto padronizado.

Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.


Sempre isso. Sempre repetindo os mesmo erros, caindo nas mesmas armadilhas. Me iludindo com as mesmas coisas. E sempre encontrando o fundo do poço. Não sei se sou burra demais, ou se tudo é tão ruim quanto parece ser quando você se vai, mais uma vez. Não consigo entender se é pura maldade ou se pra você tudo é tão confuso quanto me parece. Quem mais perde sou eu. Tempo, vida pra viver, amor economizado. Quando a gente resolve brincar com o fogo, só quem sai queimada, machucada, sem vontade de se expor pro mundo sou eu. Você já sai se mostrando. Almejando a próxima conquista. E eu fico aqui, cuidando das cicatrizes. O problema é que você volta antes que elas sumam. E eu fico nesse padrão ridiculo, só alternando a sequência de sentimentos:


Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.


Quando vai acabar? Ninguém sabe.

Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.

Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.
Agonia. Tristeza. Vazio.
Euforia. Entusiasmo. Decepção.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Olhos de ressaca.

São cinco e meia da manhã e ela tá parada em frente a mim. Me encarando com o olhar frio, morto, borrado de rímel... Acabou de pôr pra fora todo alcool que ingeriu a noite inteira e isso já faz dela uma pessoa menos pior, mas ainda assim ela tem esse olhar. Encaro tanto aqueles olhos que não tenho noção do tempo passando, me sinto presa neles, querendo desvendar como ela, logo ela, se tornou uma mulher de olhar quase calculista. Vejo atraves da geleira, acompanho passo a passo tudo que ela tenta não mostrar pra mais ninguém. Vejo a dor, o sofrimento, tudo que aconteceu até aqui, mas ainda assim me intriga o fato de terem conseguido acabar com a alegria até dela. Lógico, ela é muito melhor atriz do que sua outra face, passou a noite inteira bebendo, dançando, jogando charme .. sendo ela mesma. Mas não me convenceu dessa vez. Tinha alguma coisa diferente. E esse olhar.. Talvez ela tenha entendido toda gravidade da coisa e agora já não faz sentido beber tanto, dançar tanto, se jogar pra tantos outros. Talvez o sofrimento seja tão grande que finalmente a afetou. E isso definitivamente não é bom. Eu amadureci, mas era reconfortante saber que a tinha. Mas agora, até ela entrou na onda... Quase dói saber que alguém tão alegre, tá sentindo tanta dor. Cambaleamos juntas até a cama, ao deitar o mundo dela gira. Pra mim não faz muita diferença, meu mundo é virado e desvirado o tempo todo, mas pela primeira vez na vida, ela sente as coisas sairem do controle e quase se desespera. Faz um trato com si mesma que vai assumir a situação, encarar tudo de frente ela mesma e não só aparecer na hora da diversão, mas o medo a invade. Posso imaginar agora como está o seu olhar.. É assustador perceber que perdeu o controle da sua própria vida, que o seu destino tá nas mãos de qualquer outra pessoa que não seja você, e ela finalmente entendeu que eu e ela estamos na mesma situação. Ela insiste, diz que é mais energética que eu e que tomaria atitudes completamentes diferentes das minhas, mas eu a lembro que ela nunca apareceu na frente dele. Ameaçou aparecer uma vez, mas ele chegou e ela se encolheu. O mistério é esse. A única pessoa capaz de intimida-la é logo quem, agora, ela tem que enfrentar, pra nós duas sermos felizes. Eu desisti faz muito tempo, mas ela não é de desistir. Então chegamos a um acordo, no dia seguinte ela assume tudo, se der certo, tudo bem. O Sol nasce e o celular pisca anuciando uma mensagem inesperada. E cadê ela? Encaro o espelho de novo, como de madrugada, e só o que vejo são meus olhos sonhadores... Ela se foi de novo, me deixando encarar a dor sozinha. Mostrando mais uma vez que ninguém é capaz de acabar com ela. E que eu e ela, apesar de habitarmos o mesmo corpo, somos definitivamente pessoas diferentes.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uni-duni-tê.

Me apaixonei terrivelmente. Pela voz, pelo cheiro, pelo jeito de andar. Pelo jeito de menino, pela orelha minúscula, pela mão gigante. Por cada toque, cada abraço, cada sorriso, cada beijo. Me apaixonei pelo medo de se despedir de vez, e de sempre dar um jeito de estar presente, mesmo querendo mostrar que não quer estar. Por cada defeito. Pelo dedão do pé que é praticamente do tamanho dos meus cinco dedos juntos. Tanto carinho, tanta brutalidade. Me apaixonei, ué, vou fazer o que? Acho lindo a cara amassada quando acorda, o bico gigante quando é contrariado, os pelinhos no rosto que insiste em chamar de barba. Morro devagar cada vez que vai embora, e ressuscito feliz cada vez que ameaça voltar. O único problema é que ninguém pode viver morrendo o tempo todo, ninguém pode viver de ameaças. E aí, eu tive que me apaixonar pelo medo. Mas esse não gostou da minha adoração e me faz chorar, perder o ar, a voz, a pose. E então tentaram me apresentar o tempo, mas nesse caso quem não gostou fui eu. Metido a dono da verdade, maior e melhor que todos. Sou mimada sim, e não é esse tal de tempo que vai me mudar! Mas aos poucos a voz, o cheiro .. foram andando daquele jeito que eu gosto tanto pra longe, pra muito longe. Fiquei com o maldito do medo, sem voz, sem ar, com mil lágrimas presas na garganta e, ainda por cima, tendo que ter fé no tempo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os estranhos.

Eu virei uma estranha. E sou tratada como tal. Nossa conversa mais séria, em um ano, foi por e-mail. Você não me vê online no msn, quando eu quero que você veja que estou ali, preciso te chamar. E aí você nem vê a minha foto linda de morrer que tá na exibição. Você nem tem meu número gravado no celular, não deve saber onde foi parar aquele porta-retrato que eu te dei e deve odiar olhar pra qualquer parte da sua casa que lembre de nós dois. Você virou um estranho. Os sonhos pra nós dois se desfizeram. Aquele ar de moleque sumiu de você. As brincadeiras bobas em horas erradas, resolver tudo com um beijo e uma noite boa, ver filme infantil no cinema domingo .. tudo isso faz parte de quem você não é mais. Se somos estranhos um pro outro, por que ainda existe tanto amor? Por que minha garganta fecha quando eu penso em nunca mais te ver? Por que você insiste em aparecer, volta e meia, com a sua versão antiga? O tempo e as porradas nos transformaram em adultos totalmente diferentes das crianças inconsequentes que se envolveram sem pensar no mundo que estava em volta. Sua risada rouquinha e gostosa marcava a melhor hora do meu dia. E quando o assunto acabava, vinham sempre as suas piadas. Portugues, índio, argentino, pontinho, tomate... seu repertório era incrivelmente vasto, mas incrivelmente ruim. Só que eu ria e ria muito. E mais ainda quando você ria junto. Eu sinto tanta saudade. Mas saudade do que já foi e, mesmo que você quisesse, nunca mais vai ser. Porque eu te vi crescendo e quis crescer também, só que a gente cresceu tanto que o amor puro e infantil de um pelo outro não cabe mais na gente. É como aquela roupa que a gente gosta muito, que não dá mais de jeito nenhum, mas fazemos questão de deixar guardada num cantinho escondido e escuro do armário. Só pra, uma hora ou outra, olhar pra lá e lembrar dos bons momentos. O ruim é que ao contrário de uma roupa antiga, que tras lembranças boas .. olhar pro passado desses dois estranhos que a gente foi, faz doer e muito.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Look who's back...

É fácil ser essa garota. É fácil ter o cabelo liso e brilhoso. É fácil ter os melhores-amigos-da-Terra, ter sempre opções de balada, e ter sempre, sempre quem pague a bebida. É fácil escapar dos noventa e oito carinhas caindo matando no msn, é fácil arrumar bem rápido uma desculpa pra não poder sair com cada um deles, e é fácil, muito fácil dormir sabendo que sempre existem opções. É fácil desenterrar uma roupa antiga do armário e no dia seguinte ver que setenta garotas desenterraram as delas também. É fácil encher a cara de blush, o olho de lápis preto e sair por aí sorrindo e mostrando pro mundo tanta beleza alegre, que ficou guardada tanto tempo. É fácil fazer cara de safada mordendo o copo e ganhar qualquer cara. Entrar na balada sem nem ter que mostrar a identidade falsa, ser a única menor da galera que consegue comprar bebida numa boa. É fácil ser essa garota porque passei muitos anos realmente sendo. Não é difícil dar bons conselhos pra uma amiga perdida, cuidar de outra como se fosse uma filhinha fofa e saber que a outra vai estar no lugar de sempre se eu precisar que passem a mão na minha cabeça. É fácil ser mimada, ser o centro das atenções e levar sempre as coisas do meu jeito. É sempre assim: o mundo gira, gira, mas para exatamente onde eu quero. É divertido ser malvada também. Planejar vinganças que sempre são bem sucedidas, ser irônica, e até meio vaca. É divertido estar por cima. E saber que por mais que o fundo do poço chegue, a minha mola-super-poderosa vai sempre me jogar pro topo, sem se importar em quantas vezes eu vou cair. E é fácil, divertido demais rir da cara das outras, porque enquanto eu não quis meu lugar de volta tudo bem pra elas. Mas minha vó já diz "quando essa menina cisma com alguma coisa..." Pois é, cismei!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Bendito fruto entre os caras.

Desde o dia que eu assumi a minha fossa, penso em como seria se eu fosse diferente. Se eu fosse como uma dessas meninas que não escrevem declarações no profile, e vivem na night. Dessas que não estão nem aí pro que tão falando delas. Mais ou menos como aquela garota meio suspeita que viajou com você e seus amigos no carnaval. Eu não gostei dela assim que eu vi, sem motivo, sem explicação. Ok, talvez as coisas que escutei sobre ela tenham me ajudado, mais ainda assim, eu não podia julgar, já que o que ouvi era a opnião dos outros. Mas julguei, amarrei a cara todas as vezes que ela chegou perto. Pô, pera aí né, era uma menina no meio de quatro caras. Que que isso, minha gente? Mas sabe do que eu lembrei hoje, pensando pela milésima vez o que eu posso fazer pra sair desse estado infernal? Eu já fui dessas. Eu já fui a garota que todo mundo falava mal e era feliz mesmo assim. Eu já fui a garota que as garotas amarravam a cara quando chegava. Eu já fui pivô de muita briga de amigos meus com suas namoradas inseguras. Eu já fui o bendito fruto entre os homens milhares de vezes. Eu saia pra beber só com homens as onze de uma quinta-feira, eu matava aula só com homens pra sentar no bar e ver o jogo do Brasil. Eu era sempre a que ia de onibus com os meninos, porque era mais divertido. Eu era sempre a que entrava no mercado com um deles pra comprar bebida, porque o pessoal do mercado quase nunca desconfia de um casal. E eu deixei de ser essa garota. Deixei de ser porque supostamente você não gosta de garotas assim. É assim que eu vivo a minha vida há séculos, o tempo inteiro tentando ser a garota pra você. E me frustrando cada vez mais. Privando minhas vontades, mudando minhas escolhas. E você cada vez mais longe. É difícil ser a apaixonada sofrida o tempo todo. Mas é ainda mais fácil do que ser a parte do casal que seguiu em frente. Porque quando eu amecei ser essa, perdi muito mais e fui muito mais julgada do que fui a minha vida inteira por todas as outras meninas que não estavam no meu lugar, no meio dos meninos. Então, quando a vida me impõe que eu tenho que ser, de novo, a pessoa que eu era, eu viro as costas pra ela e me tranco no quarto. Só que hoje eu percebi. A vida tá passando lá fora, meus amigos que antes me chavavam pra qualquer coisa, inclusive pra um pé-sujo as onze de uma quinta, fizeram novas amigas. Daqui a pouco vai ser mais difícil me lembrar de ser quem eu sou, e mais difícil de acreditar que eu consigo ser essa, de novo. Então, agora me encontro em uma crise absolutamente ridicula, onde eu calculo o que vai me doer mais quando eu perder: eu ou você. E o pior é que a resposta, ridicula, tá na ponta da minha língua, mas por enquanto, eu me recuso a deixar ela se pronunciar.

domingo, 10 de maio de 2009

É e não é.

Eu digo que não, e depois digo que sim. Eu me nego a correr atras hoje, e amanhã se for preciso rastejo. Hoje falo que vou ser forte, amanhã assumo minha fraqueza mandando uma mensagem. O tempo todo assim, o tempo todo na linha da bipolaridade. Um sentimento que consegue fazer tão bem e tão mal. Um não querer louco de querer. Sou eu odiando por tanto amar. Sou eu dizendo que quero aprender e chorando pela dor que aprender causa. Sou eu tão calada, tão quieta que quem me conhece percebe o grito, o apelo gigante que meu silêncio representa. O tempo todo chorando ouvindo um pagode ridiculo, ou me forçando a agitar com uma música sem letra. Forçando a barra que tô bem, e depois mostrando pro mundo o quanto tô mal. O tempo todo, todo, todo sofrendo. E querendo fingir que não sofro.
Dói demais e eu tenho que sorrir. Dói demais e eu tenho que viver. Dói demais e eu tenho que manter a pose, o cabelo, as roupas... Tenho que continuar no jogo, não posso ceder e ser de novo quem vai atras, por mais que meu coração grite loucamente que se eu não tomar a iniciativa, tudo ficará do jeito que tá. É difícil quando você não entende se é amada ou odiada. É difícil trabalhar sentimentos com esse tipo de pessoa. Eu não quero, só que não sei como ficar sem. Eu brinco com uma, com outra... Digo que a fila já andou, e de noite quando sou eu e o quadro de fotos com seu par de olhos me encarando, é que eu, mais uma vez, me dou conta que eu ainda estou parada no mesmo lugar. O resto da fila já foi embora, eu tô sozinha, completamente sozinha. Alguém me consola, diz que cinco anos não são cinco dias, vai ser difícil superar isso mesmo, mas amor tem dessas coisas, quando eu menos esperar, aparece outro que vai me valorizar. Já apareceram outros, outros muitos que me valorizaram (ou não) eu eu só fiz amar mais. Alimentar mais o mesmo sentimento doentio.
É tão difícil que chega parecer fácil. Tão cruel que chega parecer bonito. E tão devoto que chega parecer despojado. Mas o tempo inteiro sou só eu, demonstrando desajeitadamente, que amor tem dessas coisas mesmo... quando a gente acha que superou, vem o vento e tras mais ainda do mesmo amor pro coração.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É tudo isso que você está pensando. E um pouco mais.

Meu bem, não é nada disso que você está pensando! Essas todas de cabelos lisos e maquiagem carregada, essas todas com carro e dinheiro, essas todas com corpos esculturais ou magérrimas, são todas minhas amigas, meu amor. Não fica assim, não precisa ter ciúmes. Você tem Gustavo, não tem? Ele não é só seu amigo? Por que você pode ter um amigo homem sem nunca ter tido nada com ele e eu não posso ter amigas? Não, meu amor, você é única na minha vida, eu nunca vou desejar nenhuma delas. Que? Você acha mesmo que eu fui pra cama com alguma das minhas amigas? Você não me conhece mesmo. Eu sou seu, minha lindinha, só seu. Toma aqui esse presentinho, fica quietinha, vai. Não, da onde você tirou isso? Eu jamais te esconderia uma coisa dessa. Você me contou a verdade e eu te contaria também. Eu sou realmente só sou. Por isso eu fiquei tão triste ao saber que você não era só minha, mas tudo bem, eu superei. O importante é que nos amamos. Hãn, te olhar no olho? Tô olhando, fala, meu xuxuzinho. Prometo, prometo que não comi e nunca pensei em comer nenhuma dessas meninas. Agora toma esse outro presentinho e não pensa mais nisso. Nossa, amor, você tá linda com esse vestido. Ah, minha bebezinha, claro que não. Você é mais linda que todas elas. Juro. Agora vamos. Chegamos, meu amor, é nesse bar. Namorada, Fulana, Fulana, essa é a minha namorada. Vou pegar um Red Bul, se comportem!
Que houve meu amorzinho, pera aí, você tá chorando? Que que a Fulana te falou? A verdade, que verdade? Tá bom, vamos embora. Agora que já estamos em casa, me diz minha lindinha o que houve? O QUE? ELA TE CONTOU ISSO? Piranha. Não, linda, não é nada disso que você tá pensan.. Tá bom, não precisa gritar. Vou contar a verdade. Pode perguntar, minha linda. Não, não foi na nossa cama. Onde? Pra que você quer saber onde? Tá, no meu carro antigo. Quando? Não, você não precisa saber quan.. NÃO GRITA! Seis meses atras. Por que não contei? Ah, meu amor, eu sofri tanto quando soube de você, não quis que você sofresse também. Uma vez s.. ELA TE CONTOU ISSO TAMBÉM? Tá bom, quatro. Agora, toma esse presentinho, será que você pode me desculpar, eu te desculpei. Mas eu fiz isso pra te proteger, gatinha. Não vai, eu te amo...
"ENROLA SEU AMOR E ENFIA NO CÚ DESSA VADIA, NA PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ DORMIR COM ELA. E NÃO SE PREOCUPA, VOCÊ NÃO VAI PRECISAR MENTIR TANTO, PORQUE EU NÃO VOU ESTAR INTERESSADA EM SABER."
E assim os dias vão passando. Eu sem ela, ela sem mim.

domingo, 3 de maio de 2009

Verdade seja dita.

É tudo tosco. Sem graça, sem vida. Me dá uma vontade de gritar! Gritar pra essa porra dessa garota sentada na minha frente no cursinho que alça de silicone é brega, escroto, ridiculo demaaaaaaais. Vontade de berrar pra esse mala sentado do meu lado que tenta a todo custo puxar papo comigo que por baixo dessa bonitinha superarrumada e supermaquiada tem uma louca psicótica que surta do nada e tem vontade de matar metade do mundo. Desiste, gato, antes que seja tarde, vai ali naquela brequinha de alcinha de silicone que tu ganha mais. Eu quero gritar pra alguém me salvar, pra me levarem daqui, pra me tirarem dessa porra de vida, dessa porra de curso, dessa merda de vida! Sooooocoooorrooo!! Mas eu não consigo. Eu sinto tanto nojo do que o mundo virou que não consingo reunir forças nem pra me revoltar alto. Guardo a revolta calada dentro de mim e vou inxando... Em um desespero só meu e sufocante. A Jéssica normal, amiga da galera, vai sumindo. Dando, de novo, espaço pra maluca. Aos poucos eu volto a afastar tudo e todos de mim, protegida de novo pela minha boa e velha bolha, só que dessa vez sem colocar ninguém pra dentro.
E eu quero berrar, mas sinto nojo de abrir a boca. Quero amar, mas sinto nojo de todos os caras. Quero sorrir, mas sinto novo de todo mundo, então só o que eu consigo é armar a minha rotineira cara de nojentinha. Então, eu vejo nego passando por mim e revirando o olho. Ahhh, eu tenho uma vontade de mandar todo mundo pra puta que pariiiiiu! Tá maluca? Revirar o olho pra mim, minhas roupas lindas e meu cheirinho doce de Victoria Secret? Tá louca, sua vaca-mal-vestida? Eu uso sutiã de renda e você alcinha de silicone, e você vem querer revirar o olho pra mim? Enfia esse olho virado no meio do seu cú! Essa porra de moleque chato que você baba desde o início das aulas não para de me pertubar e eu só congo ele. Coooongo teu sonho de consumo, sua vaca! Por causa de gente assim que eu sinto cada vez mais nojo do mundo. Só que no fim, todos tem alguém; E eu sou só uma nojentinha de estomago fraco pro mundo, roupas lindas, cheirinho bom, ar de superior e sozinha no mundo. É tudo muuuuuuuuuito tosco!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Rompendo o silêncio.

As vezes a gente cansa. Eu dei murro demais na ponta da mesma faca, chegou a hoa de cansar de ferir o mesmo lado e tentar achar facas novas. Ou só curar as feridas pra depois tentar de novo. Só queria dizer que... As vezes, a gente cansa.