terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cortando laços - todas as coisas que eu não diria te amando loucamente.

Eu comecei a pensar nesse texto depois da terceira tequila da tarde/noite. Mas eu tinha jurado pra mim mesma que não cairia de bêbada dessa vez, então, antes de sair de casa pra ir pra mais uma noite de bebedeira na casa da Ana, bati um pratão de macarrão com queijo, que minha vó fez pra ver se tirava a cara de tristeza que eu tava. Três tequilas não me derrubaram. E enquanto eu via minhas amigas, uma por uma, caindo na mão do palhaço, eu ia arrumando cada palavra que eu quero que fique guardada aqui. Já passou de meia noite, e depois que passou eu fiquei tão aliviada, quase como se eu tivesse saido da maior crise de asma da minha vida. Ar leve e puro! Passou da meia noite, o que significa que daqui pra frente nenhum dia, até agosto, me fará pensar tanto em você. E o que me consola é que, com certeza, em agosto eu já vou ter feito o que minha cabeça cada dia que passa insite mais para que eu faça, em agosto já vou ter chutado o balde. E aí, dia nenhum da porra do mês do desgosto vai me lembrar você, e me fazer ficar tão na merda como eu fiquei ontem (já passou da meia noite). Eu já tô ensainado falar isso tem um tempo, e como agora ficou mais que provado que os laços bonitinhos que restavam entre nós, foram cortados, não tem porque guardar pra mim: desde o primeiro diazinho que eu olhei no teu olho, desde o primeiro mole que eu te dei, desde a primeira vez que você segurou a minha mão...eu sabia que não podia esperar tua consideração. Mesmo quando você parou na minha frente e fez um pseudo-discurso lindo falando que queria muito ser meu namorado, mesmo nas madrugadas que eu era acordada por uma mensagem fofa falando que me queria na sua cama...eu sabia que quando o efeito pasasse, eu não poderia esperar nada de você. Mesmo quando nós voltamos da minha casa de praia, e estávamos mongolóides de tanto amor pra dar um pro outro, mesmo quando eu te olhei e vi que você tava sendo verdadeiro...eu sabia que não podia esperar, de você, um único grãozinho de consideração, quando o final chegasse. O tempo todo, mesmo em meio a tanta euforia, uma parte de mim se preparava pra esse final tosco. Você, o tempo todo, me acusa, me culpa e já cuspiu na minha cara que eu tenho que ir dormir com o peso de ter afundado a nossa relação - como se você precisasse me falar isso-, mas quem se mostra um grande babaca aqui, é você. Ok, minha babaquisse eu reconheço e assumo. Mas cadê agora o seu papel de grande vitima? Mostrando pro mundo que na última vez que você me beijou já tinha outra no jogo? Você disse, jurou, repetiu um milhão de vezes que se sentia muito culpado por ter me feito sofrer antes, e não se importa agora de me fazer sentir uma dor noventa e oito vezes pior. Palmas. Palmas pra outra babaquisse!
É como a Tati disse: "Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você."
Quando eu te encontrar, e meu estomago insistir em doer, eu vou convênce-lo de que ele dói de repulsa. Quando minhas pernas ficarem fracas e quase me derrubarem, eu vou falar pra elas que é só essa mania que o chão tem de me atrair pra ele. Quando meu corpo todo insistir em tremer, eu vou anotar mentalmente um recadinho pra marcar um médico, essa tremedeira sem motivo não é normal. E se as lágrimas me invadirem quando eu te ver com qualquer fulana que não seja eu, eu vou só até o banheiro lavar meu olho, porque esse maldito rímel que eu comprei errado me dá uma irritação danada. Se o ar faltar, é esse tempo maluco que uma hora tá calorzão, outra hora frio, assim não há asmática que aguente! Se a luz sumir da minha frente, é a bebida. Nada, nenhum efeito que você causar em mim vai ser justificado pela sua presença. A sua presença, a partir do momento que eu vi toda nossa relação ser tacada no lixo igual um chiclete que você cansa de mastigar, se tornou pequena e insignificante. Pode aparecer com a Coisa, com a Favelada, com a Fulana, com a senhora Eu-passo-óleo-de-cozinha-na-cara...com qualquer uma. Pra mim, você vai ser só mais um zé com uma piranhazinha, sem conteúdo e de cabelo alisado, do lado. Não vai ser fácil, pelo contrário, vai ser o maior esforço que eu já fiz em quase dezoito anos de vida, mas com certeza vai ser a minha maior vitória ver que eu consigo encarar tudo sem acabar em um hospital tomando clicose, ou desmaiada no meio de um bar. Ontem, eu saí da casa da Aninha sóbria, e no dia que eu te ver, só uma pessoa vai sair mal. Você. Porque te conhecendo como eu conheço, nenhuma partezinha do seu eu-inseguro vai adimitir o fato de eu estar tão superior a qualquer situação. Pode deixar, eu facilito as coisas pra você deixando trancado no armário qualquer um desses decotes de vadia que eu tava usando por sua causa. Quando a gente se reencontrar, vou ser eu, as minhas amigas e todo esforço que eu fiz pra ser mais eu e menos você. Aí a gente vê se o amor era grande, ou nem nisso você conseguiu me enganar.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Hoje.

Cada centímetro de mim tá doendo muito hoje. Uma dor tão forte, tão massacrante, que sair dessa cama e tentar viver o dia de hoje, me parece um ato impossível. Quase um suicidio. Eu não quero viver hoje, hoje o que eu quero mesmo são gotinhas mágicas, que me façam dormir até que o dia acabe. Dói, e você nem sabe o quanto. Porque é assim que são os homens, não foram feitos pra entender nossas dores. Alias, eu nem sei se você sabe que ainda dói. Eu voltei a ser a bobinha que vai atras e de quem você nem se despede. Tudo esquecido em uma semana! Eu queria ser forte assim, ter essa grandiosidade...mas eu sou fraca, do pior tipo de fraqueza, a fraqueza que só prejudica a mim mesma. Jurei que não iria chorar, jurei que não iria sofrer, e nem tomaria mais porres pensando em afogar toda essa dor, mas só no que eu penso agora são em lágrimas e uma garrafa de tequila. Eu sinto sua falta cada minutinho do dia, cada segundinho que eu passo respirando, eu tô sentindo falta de você. É, essa saudade absurda já é tão presente em mim quanto o ato de respirar. Porque de tudo, só o que me sobrou e que ainda me une a você é isso, a saudade. Eu sinto que se eu deixar de sentir sua falta, você vai inteiro embora, nada mais meu. E isso seria ainda mais dolorido do que o dia de hoje. O unico companheiro que eu tenho hoje é o cigarro, ele não me engana, uma hora ou outra, vai acabar. Já o nosso nós, seria pra sempre. Eu sei, minha culpa. Sempre minha culpa. Desculpa. Mas hoje, eu não quero sentir mais culpa, hoje eu só quero ficar aqui e sentir cada pedaço de mim doendo de saudade, doendo de vontade de ficar do seu lado. Doendo de ciumes ao pensar em quem vai tá com você hoje. Inveja do vento, do sol, das formigas...inveja de qualquer um que possa chegar perto de você. Hoje sou eu, minha dor e minhas lágrimas. Só isso. Mas se eu pudesse voltar atras...É, mas eu não posso. Vou sofrer quietinha, nada de estragar seu dia, de novo, com meus lamentos. Minha culpa, eu sei. Só que mesmo sofrendo tanto, tanto, tanto assim, uma parte bem grande de mim consegue ser saudável o suficiente pra desejar que todas as suas partes sejam felizes. Porque eu não mereço, mas você merece tudo de melhor, hoje e sempre.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Tempo, tempo, tempo ...

Aos poucos eu vou me acostumando com a idéia. Não é tão ruim assim. Vivi anos sem isso, sem essa droga que tem se feito necessária em minha vida. E vivi bem, pra ser sincera. Minha maior droga sempre foi o amor, amar alguém, me sentir amada...qualquer coisa que fosse relacionanda a esse sentimento, me deixava entorpecida o suficiente pra nunca ligar muito pra quem era o meu "traficante". Mas, sem querer, no meio do meu caminho atravessou um sorriso de menino lindo e um par de olhos tão misteriosos que quase botava pra fora o meu coração, cada vez que eu tentava decifra-los. Só que, hoje e durante cada dia que vivo, tento me convecer de que não preciso deles pra ser feliz. Sou feliz com o carinho dos meus irmãos, a risada debochada da minha mãe, a superproteção do meu pai. Sou feliz com minhas músicas, meus textos, meus seriados de tv (que tiveram um aumento significativo na lista, desde que entrei nesse rehab). Sou feliz com cada uma das coisas, com as quais sempre vivi e sempre me foram suficientes. Seus olhos e seu sorriso não vão tirar meu foco, estou totalmente focada e empenhada em ser feliz com o que tenho. Assim que minha voz voltar, e meu sistema imunológico voltar a ser algo perto de normal, pode apostar que dar a volta por cima não vai ser tão difícil quanto eu fiz parecer que seria. Tem que ser fácil sair pra beber sem desmaiar ou terminar a noite te chamando, tem que ser fácil deixar o cigarro pra tras, tem que ser fácil manter meu celular por perto conseguindo conter o impulso de te ligar. Não te ter em nenhum dos meus campos de visão favorece, mas eu sei, que querendo ou não, uma hora vamos nos rever. Isso que dá termos esse laço tão estreito que nos impõe os mesmos programas sociais. Só que eu espero, sinceramente, que as borboletas sosseguem no meu estomago no momento que eu tiver de te encarar, e que meu coração não me trai sequer uma vez e bata normalmente quando você chegar tão perto que eu possa sentir seu perfume. Não é fácil pra um viciado ver a droga e resistir a ela, mas eu me coloquei em tratamento intensivo, e juro, só o que vou querer quando estiver cara a cara com você é colocar em prática tudo que fui capaz de absorver nesse período. Não terãos outros cara - novos ou antigos - por um bom tempo. O que eu preciso mesmo, é me curar de dois vicios ao mesmo tempo, e ensinar ao meu corpo que ele pode perfeitamente funcionar bem sem precisar pertencer a um cara. As unhas vermelhas, a pele do rosto coberta de maquiagem - sempre ela, me salvando de parecer enferrujada demais com essas malditas sardas que não param de nascer - o cabelo cada dia mais bonito, tudo isso indica que eu tenho plenas condições de voltar a ter uma boa vida, uma vida sem vícios. É animador receber tantos convites pra sair e saber que quando eu realmente quiser, terei algumas opções de festas, bares e bons lugares pra freguentar. Outra coisa que esse vicio não me tirou, bons amigos. Depois que assumi essa doença horrivel, pude ver que meu circulo de amizades é muito maior do que eu pensava ser enquanto só tinha olhos pra minha droga. Meus amigos de antes, de anos atras, ainda estão ali no mesmo lugar, prontos pra me acolherem e isso é tão reconfortante quanto uma dose de você. Te ver voltando não me assusta tanto quanto eu pensei que assustaria, porque eu finalmente pude começar a entender que minha vida só é ligada a sua porque eu quis assim, e a partir do momento que eu digo que não quero mais, as coisas tomam o rumo que eu decidir que elas devem tomar. Amanhã, meu rehab acaba, e talvez ainda essa semana, eu tenha que provar pra mim e pros outros, que uma semana de exclusão, fez bem a mim e aos meus exagerados sentimentos. Eu tô bem, tudo vai ficar bem. A dor de me sentir dependente ainda não sarou, mas é como dizem: o tempo não cura nada, mas tira o incurável do foco. Meu foco mudou, logo, logo isso tudo sai do caminho e a cena muda. E eu consiga sorrir verdadeiro, e passar um mês inteiro sem precisar de médicos ou remédios.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

I wanna be free, but I can't.

Durante muito tempo eu fui a namorada de alguém. Começou quando eu ainda era bem novinha e achava que namorados ideias eram projetos de principe, que ao me darem o primeiro beijo, fariam de mim a princesa de um conto sem igual. Mas o principe virou sapo em menos de um ano e toda a magia foi embora quando eu arrumei as caixas de mudança pra outro bairro. Com o tempo, veio um pouco (bem pouco) de maturidade, e eu percebi que não precisava ser principe desde que fosse bonito, popular e gostasse de mim. Arrumei. Mas o encanto acabou, simplesmente, porque tinha de acabar, e eu parti pra próxima tentativa. É raro alguém de antigas escolas ou lugares que eu frequantava antigamente não se referir a mim como 'a Jéssica do fulano', pois eu, realmente, a maior parte dos meus quase dezoito anos fui a namoradinha, ficantezinha, peguetezinha de alguém. Era raro e doloroso ficar sozinha. Porém, pra conseguir conquiatar o que meus quase treze anos julgavam ser o namorado ideal, tive que me concentrar em, se não ficar sozinha, esconder do povo os meus rolos. Foram três meses de o que houve?, não tá ficando com ninguém por que?, que milagre! Mas eu consegui atingir o objeto de desejo e desde então, eu virei a namorada, finalmente, séria dele. Anos sendo a namorada de alguém, aprendendo o jeitinho dele, como gostava, como queria...Só que mais uma vez o tempo veio atrapalhar as coisas, e aos dezesseis anos o conceito de idealidade deixou de ser aquele mesmo dos treze. Ou talvez o objeto tenha mudado, quem vai saber?! O ponto é que: seja pelos meus medos de ficar sozinha, ou pelos meus instintos que atraem homem mesmo sem eu querer, antes mesmo de me ver solteira o coração já avistava um bom alvo. E, mais uma vez, lá estava eu, sendo a namorada do fulano. Meus amigos não se espantaram, minha família não se espantou, a única grande espantada ali era eu, que o tempo todo tentava chegar numa teoria de porque nunca ter conseguido passar mais de 3 meses sem ser a alguma coisa de alguém. Bom, querendo ou não, essa semana que vai entrar me tras o primeiro mês, depois de cinco anos, sem ser absolutamente nada de ninguém. E isso sim, espanta a todos! Meu balanço disso? Não tenho. Só o que eu sei é que isso, que deveria ser uma coisa boa diante de toda história, me trouxe uma grande crise de asma e levou embora a minha voz. Porque meu corpo é assim, quando tá muito tempo sem se sentir de alguém, reclama. Um amigo, hoje quando ligou pra bater papo e ouviu o fio de voz que me resta, deu gargalha e cantou "I wanna be free, buuuuut I can't baby". O que me provou que mesmo que eu queira, nunca vou conseguir não ser nada de ninguém, porque nas palavras dele: eu sou viciada demais em romances, melodramas e problemas. Ótima teoria, péssima hora pra me apresentar a ela. Agora, essa dor de garganta que duraria uns três dias, durará uma semana, porque eu assim que eu deitar a cabeça no travisseiro vou me deprimir ao pensar que a maturidade dos quase dezoito não me trouxe nada além da vontade de não ser de todo mundo, como facilmente era antes dos treze, e sim ser de um só e justo esse um é o que não me quer mais. I wanna release this sense, baby.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nada de (novos) caras.

Eu chego no bar toda atrasada, todos me olham, esperando que eu dê explicações...mas eu simplesmente sento e peço uma cerveja. Não me importo com os olhares, nenhum deles é o seu. Minha cerveja chega e uma ponta de alguma coisa que poderia ser alegria, se você tivesse aqui, me invade. Pelo menos ela, a querida e sempre aliviante cerveja, não viaja sem um tchau. Já fazem alguns dias que você foi, e até esse momento - sentindo o alcool subir minha cabeça e finalmente me fazer relaxar um pouco - era como se eu tivesse morrido outra vez. Já morri tantas vezes desde que você apareceu...Mas mesmo morta, o tempo todo eu estive ali, disposta a ressusitar quantas vezes você desejasse. Talvez o mal tenha sido esse. Morrer e voltar tantas vezes por causa de uma pessoa indigna. Quer dizer, não que você seja indigno, mas todo esse meu sentimento por você, ah esse sim, meu bem, não é nada digno. Dignidade, a ultima coisa na qual você deve ter pensado antes de partir e me deixar aqui com aquelas palavras duras martelando na minha cabeça.
De repente, chega um cara, amigo da amiga de um dos meus amigos, e do nada essa amiga senta do meu lado e pergunta sobre meu namorado. Falo sem muito ânimo que além de não ser mais meu namorado, a essa hora você tá no meio de um monte de água, e o que é pior, deixou qualquer lembrança minha aqui, em terra firme. Então, ela diz que o tal cara - agora dou uma olhada e raparo nele, cabeça raspada, olhos iguais aos do meu pai, aquele mel quase verde, e forte, muito forte...eu babaria por ele há um tempo atras, hoje ele só me parece mais um cara que não é você - disse que achou a loirinha de roxo muito linda. Olho pra minha blusa, roxa. Opa, loirinha de roxo, eu? Digo que não, nada de caras nos próximos muitos meses, já bastam aqueles que eu beijei numa tentativa frustrada de te esquecer, mas acabei a noite onde? No seu braço. Ela insiste um pouco, mas eu sou irredutível. Nada de caras. Cerveja, cerveja, cerveja...Ela sim é bem vinda. Alguém no outro canto da mesa grita por Tequila, posso sentir meus olhos brilhando. Já tomei tantas cervejas, que essa alegria falsa, dentro de mim, me fez ficar tão feliz com duas tequilas quase quanto eu ficaria ao te ver agora. Começo a lembrar da ultima vez que misturei tantas coisas assim, mas já tô alta demais pra ser prudente. Só o que me interessa é que quanto mais alcool eu ponho pra dentro de mim, parece sobrar menos espaço pra você. E então, o tal cara surge do meu lado, olhando de perto ele parece ser tão diferente de como você era comigo e como é bonito, Deus. Mas eu resisto as três investidas. Não quero homem, hoje eu só quero ficar muito bebada e esquecer do mar, dos barcos, de você e da vida. Continuo bebendo, mas agora eu tô na pista de dança do bar, nada muito grande e eu rebolo mais contidamente, comparado a ultima vez que dancei essas mesmas musicas. Não me importo de ser uma das unicas aqui, tô tão leve...Outro cara, por Deus, será que quanto menos eu desejar mais caras irão surgir? Se ainda fosse você, mas não é, então rala. E quanto parei pra pensar em quantos pés na bunda eu dei hoje, lembro de pelo menos quatro, mas a Dani diz que foram sete. Então, ok, sete caras. Pela primeira vez, em quase um mês, eu venho pra night e saio como cheguei, sem um homem. Mas não pela primeira vez, saio completamente desmaiada.
Quando consigo retomar meus 5 sentidos, vejo o teto rodando. Olho embaixo do cobertor e tô com outra roupa, que não é minha. Opa, esse teto não é meu, essa não é a minha casa. Mas relaxo ao olhar em volta, Dani, Carla, Cela...todas ali! Tento a todo custo me lembrar do final da noite de ontem, mas nada me vem. A não ser um cara lindo de olho meio claro me pegando no colo depois que eu cai. Nem me dou ao trabalho de pensar porque cai, ando caindo tanto ultimamente que voce com certeza faria piada disso. Vejo a Cela se virando e não resisto a cutuca-la, ela me olha e pergunta se tô bem, sinto, pela primeira vez, a escola de samba que resolveu ensaiar pro carnaval bem dentro da minha cabeça, mas sorrio falso e digo que tá tudo ok.
Ela começa a contar. Desmaiei enquanto dançava, precisamente depois de muitas cervejas e da quinta tequila - não tinham sido duas? - Antes disso já chamava todos os homens dali pelo seu nome. Não vomitei, disse que não vomitaria se você não tivesse ali, então a unica opção foi me levarem ao hospital. Ótimo, além de asmatica paranóica, agora meus médicos irmão me ver como alcolatra. Não ligo. Ela continua contando, fala que chamei por você o tempo todo, que quase pegará o telefone e te ligará ela mesma, mas não sabia se eu reagiria melhor ou pior, digo que pior, com certeza. E que quando voltamos pra casa, botei pra fora de mim tudo o que me deixava daquele jeito, tequilas, cervejas e você. Cela diz que nunca me ouviu falar tantos palavrões. Dou risada imaginando a cena e me preparo pra levantar, mas caio de volta na cama ao sentir toda pressão do mundo na minha cabeça. Resolvo dormir mais uma vez, a Cela se levanta. Acordo sentindo um cheiro horrivel de café, café forte pra você ficar boa logo, diz minha amiguinha quase quem em oferece uma bala. Faço cara de nojo e me recuso. Nunca tomei café na vida. Não vou fazer mais esse sacrifício por sua causa.
Reparo na música de fundo...alguma coisa com 'just take it easy, no stress'. Levanto-me sentindo finalmente a melhora que esperava, tomo um banho gelado com aquelas palavras na minha mente. E resolvo que a partr de hoje, o dia-pós-segundo-pior-porre-da-minha-vida, seja em relação a você ou a qualquer outra coisa, eu vou apenas relaxar e não me estressar. Beijo as meninas e vou pra praia. Sabe quem eu encontro? Meu grande conforto, e que irônia, seu pior pesadelo. E nele, o pé na bunda já foi dado, mas dizem que se ganha pela insistência não é mesmo? Sem contar que se tem uma pessoa no mundo que eu conheço mais que você, essa pessoa é ele. E ele nunca iria embora sem dar tchau.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Tudo é verão, e o amor se vai num barquinho pelo mar.

Pelo tchau não dado, pelas palavras ensaiadas e não ditas. Pela noite silenciosa em cima do seu sono, pela agonia de te ver ir. Pelo coração apertado, pelas lágrimas contidas, pelo carinho da sua mãe, pela agonia de ver a todos e não te ver. Pela sensação horrorosa que essa semana vai me causar, por todo ar que vai me faltar e por todo alcool que eu vou consumir. Pela volta silenciosa, pelo feliz aniversário não comemorado como planejado, pelas férias que perderam a graça. Pelo seu olho, pela sua boca, pelo seu corpo. Por tudo que você tem de homem e por tudo que você tem de menino. Pelo beijo, pelo abraço, pelo puxão de cabelo. Pelo litoral brasileiro e por Búzios. - Búzios, sempre meu refúgio. Ironico como eu vou me esconder da dor de não te ter perto, justo onde todos os cantos me lembrarão uma única pessoa, você. - Pela saudade do seu corpo no meu, pelos sonhos arrepiantes com você, e por não conseguir um segundo dos meus dias deixar de pensar em você. Por você, por mim ... por nós dois, eu tô aqui. Aqui pra falar que apesar do adeus ter vindo com jeito de beijo, ele foi entendido. E que o barquinho que tá te levando pra longe, um dia te traga de volta.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

It's so hard for me to breathe.

- Então, fica combinado assim. Vai lá viver a vida, se sentir vontade de voltar, eu vô tá aqui.
- Eu vô, mas tô avisando que talvez não volte.
- Tudo bem, vai lá. Eu vô tá sempre aqui.
- Tchau.
- Tchau,
(...)
- A senhorita teve algum aborrecimento?
- Dei adeus.
- Mas a senhorita tava chateada?
- Não.
- Não?
- Não, pra ficar chateada eu precisava ter coração pra magoar. Mas ele levou.
- O Daniel, da 7 gotas de Revotril pra ela.
- Eu tô sem ar, não quero calmante, quero ar.
- Olha, Jéssica, eu, você, seu pai e possivelmente esse cara que tanto te magoa sabemos que seu ar só vai embora quando você tá muito mal.
- Não quero chapar, quero respirar. Revotril não.
- É melhor pra você.
- Melhor pra mim é ele vir aqui agora.
- Isso não é possível.
- É, eu sei. Se ligarem é capaz dele mandar vocês me matarem.
- Então, toma o Revotril e descansa, assim que amanhecer você volta pra casa.
- Eu não consigo respiraaaaaaaar. Tá difícil de entender?
- E você, tá difícil de entender que cara nenhum merece que você fique toda furada e passando madrugadas no hospital?
- Tá bom, cadê o Revotril?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Circo voador.

Eu sou melhor que tudo isso. Eu tenho que ser melhor do que sair por ai, com essas minhas amigas que você não gosta, beber até o olho não abrir, rebolar até a perna doer e beijar outros caras só porque achei alguma coisa neles que fosse parecida com alguma coisa sua. Quando o beijo vem, nunca é igual o seu. É só mais um beijo, de um cara que eu nunca mais vou ver na vida e que só teve vontade de me beijar porque gostou daquele decote gigante - que faz a minha pinta no peito esquerdo aparecer - que eu botei só porque sei o quanto você gosta dos meus decotes e da minha pinta. Esses caras, provavelmente, nem repararam na minha pinta e nunca vão poder reparar, não quero nunca mais olhar nenhum deles. Nem os nomes me interessam. Só o que me interessa é que nenhum deles foi capaz de tirar você da minha cabeça, um segundo que fosse. Incompetentes! Ou a sua competência que é muito grande? Foda-se, deveria aparecer e logo um cara que me fizesse esquecer de você, pelo menos, durante o beijo. Mas eu já beijei um bom número de caras e esse tal ainda não apareceu. Não sei o que dói mais: a sensação de que você nem se preocupa em achar alguém que te faça me esquecer - porque você fez isso sozinho - ou essa coisa que ficou entalada na minha garganta depois que eu soube que bem ali, onde estávamos eu e você, você beijou outra. E se eu tivesse visto? Provavelmente, eu teria ido direto pra um hospital, sem ar, ou de tão bebada que ia ter que ficar pra esquecer. Ainda tem isso, além do alcool voltar a ser uma parceria constante na minha vida, o cigarro voltou. Meus pulmões fracos de asmatica te odeiam cada vez que essa fumacinha aliviante os invade, mas eu só consigo me lembrar mais ainda de você quando vou pegar o isqueiro, porque acender meus cigarros tinha virado uma função sua, e agora eu vivo me queimando pra faze-lo sozinha. Eu me embebedo por você, eu me queimo por você, eu rebolo igual uma vadia e beijo um monte de caras por você...e ainda assim eu só te amo mais. Eu odeio qualquer um que me fala o seu nome, porque o seu nome, pra mim, é uma coisa só minha. Eu falo quando tiver condições de falar. Mas seus olhos intrigantes não saem um minuto do meu pensamento, e isso chega a me dar desespero. Então, eu lembro que a minha foto ainda tá na sua carteira, me da uma vontade louca de ter uma sua também, e é isso que eu faço, escolho uma foto bonitinha sua, imprimo e guardo em um cantinho da carteira que só eu vou achar. Agora você vai estar comigo, onde quer que eu vá. Só que pensando bem, eu não preciso da sua foto, eu tenho tão bem decorado cada uma das suas linhas, que seu retrato nunca sai por completo da minha cabeça. Ele só se transforma, as vezes, ele passa a ser um video, e nesse video você me dá um abraço, diz adeus e desce a rua. Eu vou correndo atras, mas já é tarde, você se foi. As lágrimas chegam sem pedir permissão, me invadem em uma onda que eu não consigo controlar...É essa a minha rotina, e por mais massoquista que seja pensar dessa forma, quando eu te disse sim, já sabia que esse seria o final. Você disse que foi sempre você quem saiu sofrendo das outra relações, mas nessa nossa história eu já estava tão entregue, que podia prever cada uma dessas ondas de lágrimas. Ainda sim, aceitei! Aceitei me jogar desse penhasco, que eu não posso me salvar sozinha. Preciso desses caras, que um, só um, desses malditos caras se atire atras de mim e me salve. Me salve de mim, de você...Me salve da minha vida sem você. Socorro! Eu tento gritar, mas eu já estou tão proxima do chão, que quem tá lá em cima só escuta um fiozinho da minha voz, e cá entre nós, não é qualquer cara que se atira em um penhasco por um par de peitos - que nem valem tanto a pena - e um cabelo bonito. Eu estou vendo o final chegar, posso sentir a dor de cair sozinha, pela primeira vez, me invadir. Meu tombo passa a ser em camera lenta, ou seja, ainda me restam esperanças....Um cara vai aparecer, vai me pegar no colo no último segundo, quando meus fios de cabelo já tiverem tocando no chão...Ele vai chegar correndo e me tirar desse buraco escuro e feio que eu me taquei quando te disse esse maldito sim, e ele vai trazer de volta pra mim a sensação boa que é sorrir! Mais que porra, já tô eu fantasiando de novo...quem eu quero enganar?! Só vou sorrir quando o cara for você, essa é a sensação que me consome segundo após segundo. E o chão do penhasco vai chegando, chegando. Eu vou caindo, caindo...E eu, vou me dando conta que pensar que posso ser melhor do que isso que tenho sido é pura besteira, porque eu só sou uma pessoa melhor, tendo você...por mais triste e mais fraco que seja assumir isso: nenhum batidão, nenhum chãchãochão, nenhum cara, nenhum porre, nenhum cigarro...nada nesse mundo, me faz ser melhor do que eu sou quando tenho você.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Flores, cores, amores. - Ah, o verão!

Eu sempre gostei de coisas coloridas, por anos a fio quem olhava pra cor rosa, lembrava de mim! Mas, de repente, minha vida virou um tal de preto no branco. E, como boa futura/atual estudante de moda, eu sabia que preto no branco tava na moda, mas depois de hoje, eu sinceramente, resolvi que o colorido também tá na moda.
Afinal, Jéssica, é verão e é o verão a estação das flores, das cores e dos amores. Problema desse cara se, bem no verão, ele te dispensou. Você que não pode ficar infurnada nesse quarto mais um dia, né. O ano só tem oito dias e você já engoliu doze livros, isso é coisa de gente normal, Jéssica?! Bota ai, o vestido coloridão que você comprou, mas nunca teve coragem de usar, solta esse cabelo que tá lindo de morrer, passa um blush bem leve e vai pra rua, minha filha! Vai viver, enquanto você pode fazer isso.
E eu fui, eu sai na rua, e sabem o que eu descobri?! Pasmem, tô viva. Tô viva e chamo atenção. Cheguei em casa me sentindo outra, porque depois de oito dias acordando depois das duas da tarde, hoje eu acordei as onze, botei o biquine colorido, deixei o preto pra outro dia - apesar dele ser lindo - e peguei sol...meu cabelo ficou mais claro, minhas bochechas tão rosinhas e eu tô numa felicidade contagiante. Depois de um dia de músicas felizes, sol, cerveja e piscina, percebi que não vale a pena virar quem eu nunca gostei de ser, por uma coisa assim tão inevitável. Não que seja pequena, não que tenha deixado de fazer diferença na minha vida...mas nada pode ser maior que eu. E hoje, vestida no meu vestido colorido, com o cabelo solto, queimada de praia e andando de havaianas por ai, te liguei pra marcar a tal conversa que os dois tanto adiaram. Não se assuste quando em reencontrar, você provavelmente tá esperando uma versão de mim acabada, mais gorda e sem cor. Só que esse oito dias e essa dieta de livros levaram embora quatro quilos meus, e eu nem precisei da ajuda de uma amiga minha. E o dia de hoje, trouxe pra minha vida as cores, que você levou quando começou a ir embora. Ainda sou eu, só que sou eu aceitando a vida sem você.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Jogos de amor são pra se jogar.

Ele não pode amar, faz parte da granda charada que ele sempre foi. Ele não pode amar nada, além dele mesmo. Ele não pode adimirar outra imagem perfeita, se não a dele. Não pode gostar de alguém, tanto quanto gosta de si. Ele tem aqueles olhos de mistério só pra seduzir, e aquele sorriso grande e tão branquinho pra dar o arremate final ao feitiço. Você vai ama-lo, mas ele não pode amar. Ele vai te olhar profundamente nos olhos, dizer que sente muito por tudo, e que queria, do fundo do coração, que as coisas fossem diferentes, e de tão intenso que é aquele olhar, você não vai ouvir metade das palavras que saem daquela boca que parece que foi desenhada. E mesmo depois dele ter jogado toda a verdade, do jeito sedutor e malandro dele, na sua cara, você só vai conseguir ama-lo ainda mais. Mas não se iluda, o carinho no seu rosto, o jeito que ele te abraça na frente de todo mundo, os olhares que ele te dá e você quase derrete, mas finge que não vê...nada disso é sinal de que ele te ama. É só mais uma mania misteriosa que ele tem, de querer que o mundo veja que alguém é dele. Você é dele, porém ele, jamais será seu. Por um único motivo, que você conhecia desde o primeiro minuto, ele não nasceu pra ser de ninguém. Esse sentimento que você tem, de que depois de tanto tempo, ele é sim seu, é pura bobagem, esquece. Se você continuar com isso na cabeça, daqui a pouco ele dá um jeito de te mostrar, mais uma vez, que ele não é de ninguém. Charadas são assim, grandes brincadeiras que enquanto todo mistério não é revelado, tornam-se curéis e dolorosas. E desde o começo, a primeira coisa que você ouviu sobre ele foi: ele é uma charada. Mas você aceitou brincar, qual é, vai dizer que você não sabia que iria se apaixonar?! Você se conhece, e conhece esse seu coração de manteiga, então não mete essa de que nem imaginou que se envolveria, porque qualquer tolo sabia que você se entregaria. Você aceitou todas as regras desse jogo, e agora quer mudar a maior e mais importante de todas elas? Não, minha queria, ele não pode amar. Você pensa que talvez ele não possa te amar, mas não se torture tanto, ele não pode amar, absolutamente ninguém, que não seja o ser humano que ele vê refletido no espelho. A verdade é dura, e te machuca, mas não é nada mais que a verdade, e você sabe disso. Então, se permita sair, sorrir e amar, porque não amar?! Um dia, mais cedo ou mais tarde, o coração que todos julgam que ele não tem, vai doer. Doer, porque apesar de não amar, ele não suporta perder algo importante, e você, sem dúvida, é importante. Então, viva. Quando o coração dele doer, você decide se entra na brincadeira de novo, ou se faz seu próprio jogo.

Vento, ventania...

Madrugada de ventania, meu pavor. E tinha que ser logo agora, que eu tô sem você. Que eu não posso mais te ligar as quatro da manhã pedindo uma palavra de segurança, que eu não posso esperar de você mais nada, nada além de uma carinha sorrindo. Que raiva dessa carinha! Se você soubesse o que eu sinto quando você me manda uma dessas, nunca mais mandaria. Não enquanto estivermos nessa. E a pergunta que não quer calar...vamos sair dessa? A noite foi horrivel, minhas olheiras tão piores do que nunca, e eu nem vejo mais tanta graça do meu cabelo estar super lindo, pra quem eu vou exibi-los?! Você não me olha mais. Ai, eu mais uma vez, perdi metade do meu dia dormindo, porque enquanto eu durmo, pelo menos eu esqueço toda essa tristeza esmagando meu coração, e quando eu acordei, depois de um pesadelo horroroso, não resisti a tentação de te ligar. Lá estava sua vozinha de quem tá sempre com sono, e meu coração veio na boca só de ouvir. Mas dessa vez, você estava realmente dormindo, e eu me envergonhei de por ter ligado. Espero que você não retorne a ligação, porque eu liguei pra falar que isso tudo é absurdo demais pra continuar como tá, e que eu vou me arrumar e sair daqui na hora, e você vai descer e ter uma conversa digna comigo. Demais pro meu orgulho de mulher leonina, então, não retorna. Porque se você retornar, eu juro, juro por tudo, que eu vou ai, e que você vai ter que olha no meu olho e dizer que acabou o amor, que acabaram as chances. Sabia que no dia que você foi embora, eu subi no elevador, entrei em casa, olhei pela janela e quando te vi descendo a rua, desci correndo a escada e a rua, porque eu queria te dar, pelo menos, o ultimo beijo, mas quando eu cheguei lá na esquina...você já tinha ido. Sabia? O que? Você não me imagina fazendo isso? Mas foi exatamente isso que eu fiz. Tá ventando de novo, ventado desse jeito que eu morro de medo, cade você?! Eu tô com medo, tô carente...preciso de carinho, do seu carinho. Porque carinho, se eu gritar que tô precisando, não é muito difícil arrumar, mas eu quero o seu carinho. Vamos fazer um acordo? Você me faz carinho e eu prometo, que não te beijo. Só quero encostar no seu peito, e sentir você passando a mão no meu cabelo. Dessa vez, eu juro, não vou reclamar que ele vai ficar feio, porque o calor da sua mão, faz ele ficar oleoso. Pode enrolar, desenrolar, bagunçar...hoje ele é todo seu, se você quiser. É que eu tô, realmente, precisando...precisando de você. Precisando saber da sua vida, saber se seu coração ainda é meu. Ah, que orgulho o que, liga logo, o celular tá do meu lado, e eu até já pensei na roupa que vou usar, se eu for mesmo ai. Então, liga logo! Tô esperando, tá?! Porque pra te ver, e acabar de vez com essa tristeza, eu encaro até esse medo ridiculo que eu tenho do vento.