sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Juramento.

Eu choro, e não como uma criança que não ganhou o que queria. Choro como a mulher que me tornei, depois que você apareceu. Choro com o corpo que te deseja, com a mente que te chama e com o frio que só passa com o seu calor. Choro pelo, inevitável, fim. Pela, abominante desconfiaça e, mais que tudo, choro por ter que aprender a viver sem você. Choro pelos dias que passaram, pelos sorrisos que dei, pelas tardes de carinho .. de que valeram, se o fim é desse jeito? Choro, por isso, e por mais uma dúzia de coisas que você, com essa venda que te colocaram, não enxergaria. Choro por você, e logo você, não conseguir mais ler meu olhar. Choro pela cor dos seus olhos agora mudarem ao meu lado e pelo seu carinho ter virado repúdio. Choro porque sei que nunca mais volta a ser como antes, por mais que você tente, por mais que eu tente. Nada vai ser como antes. Me criticam por chorar, me criticam pelo orgulho, me criticam por querer mostrar o quanto estou bem. Me criticam pelo seu erro e pelo meu erro. Me criticam na sua frente, e na minha te criticam. Outro motivo pra chorar, cade as amizades de antes? Essa relação me mostrou que elas, na pratica, nunca existiram. Choro pelas amizades, pelas saídas, pelos extinção do seu olhar me adimirando. Choro pelo ódio na sua voz, pela tentativa frustrada e por quão absurdo é pensar em como vai ser o daqui pra frente. Choro e não tenho vergonha de chorar. Sou mulher, sou mimada, sou complexa e tenho necessidade de você, se não te tenho o que me resta fazer? Chorar. E eu choro, como se meu choro fosse limpar minha alma, como se o sal que sai do meu corpo, fosse capaz de tirar de perto de mim todo esse mundo feio e ruim, pelo qual você se deixou levar e, eu não quero ser devorada. Choro pra ver se faço desse lugar um rio e a maré te tras de volta pro lugar que você nunca devia ter saido. Choro, sem medo, sem receios, e pior, sem arrependimentos. Talvez se eu me arrependesse não estivesse chorando, mas não me arrependo e choro por ser assim, tão orgulhosa e durona. Choro pelos seus olhos que nunca vão ler isso, choro pela dor que carrego, choro pela praia amanhã, que sem você será fria, nublada e sem graça. Choro pela festa, que sem você, será como se a não tivesse música. Choro pelo porre que estar por vir, porque sem você cuidando de mim, nenhuma bebida tem o mesmo sabor, e ai, será um porre perdido. Choro por essa chuva caindo, que me faz sentir tanta saudade que até dói o peito. E choro, por pensar onde você está. Choro por tudo e, choro mais ainda por não ter vontade de parar. Choro o tempo todo e não paro enquanto você não jurar que nunca mais vai me deixar.

Um comentário:

  1. Chorar não é sinal de fraqueza, chorar significa que a gente é forte por assumir que se sente fraco às vezes, como todo mundo.
    Antes eu pensava que chorar faria as pessoas rirem de mim, por isso não chorava; hoje eu sei que chorar faz com que elas se preocupem comigo, e ainda assim não choro. Na verdade choro sim, só quando não tenho escolha... quando estamos minha cama e eu, e ninguém mais; nessa hora eu permito que as lagrimas venham, mas aí elas não querem parar e isso me dá raiva, raiva delas, raiva de mim, raiva de tudo, porque quando começo, eu choro, e choro e choro.
    Mas chorar faz parte, crescer faz parte, a dor faz parte; pra que um dia as outras dores não precisem aparecer, ou que apareçam, mas com menos intensidade. Porque uma hora ela pára, tem que parar!

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