sábado, 21 de agosto de 2010

Sobre quem se é.

E só porque a vida tá assim meio estranha mesmo, eu comecei a pensar em quem sou. Sou metade, ou talvez mais que isso, de tudo que dizem. Mimada, arredia, teimosa, fresca. Odeio pedir desculpa e quando o faço acho que a pessoa está na obrigação de me desculpar. Odeio pedir ajuda e quando peço quero ser logo atendida. Odeio o meio termo, mas ainda assim odeio extremidades. Não sei do que gosto, mas tenho uma lista com mais de mil itens sobre o que não gosto. Alias, sei também o que amo. Mas o que gosto não consigo definir. Porque amo poucas coisas e pessoas nessa vida. Poucas do meu ponto de vista. Tenho um bom número de bons amigos. Tenho meu pai e (do jeito dela) a minha mãe. Tenho a Fernanda e o Dudu que me fazem ser sempre melhor. Mas... Sempre parece que tem um espaço vazio, alguma coisa faltando. E, talvez por isso, nunca sei o que amo ou o que só gosto. Que amo muito e de verdade só me sobram quatro certezas. Não gosto de amar quem tem chance de me decepcionar e isso faz com que, ainda que eu me entregue muito, eu não me entregue inteira. Como eu disse uma vez e ecoa na minha mente até hoje: fui inteira uma vez e até hoje não consegui juntar todos os pedaços que se espalharam quando o fim inevitável chegou. Isso faz com que a entrega sempre me machuque mais que o necessário. E faz com que eu acredite que um dia tudo volta pro lugar. Mas não volta. Se nem eu voltei... Enfim, sou uma estranha tentando parecer normal, sem sucesso. Sou saudade, falta, erro, dúvida. Paz chacoalhada e vida sem movimento. Eterno retorno de tudo que nunca foi. É difícil fazer com que isso tudo saia daqui de dentro. Porque sou também orgulhosa. Mas é o que dizem: o primeiro passo é assumir os erros. Nem sei se são erros, mas com certeza não são qualidades. Apesar de te-las. Sei ser amiga. Sei acalmar uma pessoa. Sei ouvir. E sempre tenho uma história pior pra contar, fazendo assim a pessoa se sentir melhor. Mas consigo ser extramamente egísta e vingativa. A ponto de sentir medo de mim. Relendo tudo, chego a conclusão de que sou uma maluca sem cura. Mas outro defeito meu é não aceitar nunca a maluquisse. Orgulho besta que me faz ser mais doida ainda. E então penso: será que dá pra amar tanta piração junta? Você fez certo em ir embora, meu bem. Se nem eu aguento mais, imagina se eu te obrigaria a aguentar... Mas a entrega vai sempre doer e eu sempre vou questionar se enlouqueci antes ou depois de você.
Sou, mais que tudo, um milhão de perguntas sem respostas.

Um comentário:

  1. Como você consegue entrar na minha mente e escrever o que eu sinto, o que eu penso, o que eu temo?!
    Durante a nossa vida, nosso coração é esmigalhado, é dificil juntar todos os pedaços e amar de novo, é dificil querer junta-los e se permitir amar de novo; porque é nesse momento que o medo vem, sem piedade nenhuma, fazendo com que a milésima parte de toda aquela dor venha, e essa milésima parte já doi tanto, que o medo de ter ela por inteiro nos assusta, nos deixa como crianças com medo de escuro, achando que tem um monstro escondido no armário.
    São poucas as pessoas que eu me permito amar com todas as minhas partes, elas são exatamente 4, e seria capaz de morrer sem pensar duas vezes por qualquer uma delas. Esse amor, eu sei que é eterno, imutável, inabalável. Elas eu tenho certeza de que não vou deixar de amar amanhã, ou depois, ou depois. Simplesmente porque eu não conseguiria matá-lo por mais que eu quisesse, por mais que eu tentasse, por mais que eu lutasse, ele é mais forte que eu; mais corajoso que eu; mais fiel que eu!
    Mas eu não escolho quando isso acontece, ou eu minto pra mim que não, ainda não sei, ainda não cheguei a uma conclusão sobre o assunto, e talvez não chegue nunca!
    Só quero que você saiba que não é nenhuma extraterrestre, ou se é, talvez eu seja também e viemos do mesmo planeta rs
    Você pra mim e eu pra você Jess, "cê" sabe ;)
    bjs ♥

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