sexta-feira, 18 de março de 2011

A regra deveria ser...

É tudo uma fraude e cada dia eu tenho mais certeza. Porque olha, a vida te dita mil regras ao longo do caminho: Se tiver frio, coloque um casaco. Se tiver quente, beba água. Se tiver sol, beba água e (já dizia Pedro Bial) use filtro solar. Se quer emagrecer, faça exercícios. Se quer mudar o mundo, funde uma ONG. Se quer ganhar dinheiro, trabalhe duro. Então, por favor, alguém me explica em que parte a porra da vida se esqueceu de falar "se você quer que eu passe por você serena e pacífica, não se apaixone por aquele homem lindo que eu vou colocar no seu caminho e , principalmente, não me entregue nas mãos dele. Poque sabe o que vai acontecer, querida? Ele vai embora um dia e eu vou virar um inferno, você nunca mais vai saber o que é paz".
Desde pequena a gente é criada pra ser uma mãe de família que se dedica ao lar e ainda (malditos tempos modernos) trabalha duro no escritório, tatuam em nós, mulheres, que o futuro e que a vida só terão sentido se tivermos ao nosso lado um homem que nos ame, nos satisfaça, nos entenda e nos dê lindos filhos. Um homem que seja tão lindo que faça suas amigas sentirem inveja, mas que te ame tanto a ponto de nem olhar pra elas. Um homem que seja frio e calculista no trabalho, mas quente e espontâneo em casa. Que ame a mãe, mas que saiba que o lugar dela não é morando com vocês. Que ame futebol, mas prefira passar um sábado inteiro no ar-condicionado vendo filme agarradoem você. Que babe muito na filha mulher porque ela é exatamente uma cópia sua e que seja o maior exemplo de hombridade que seu filho homem possa ter. Nos fizeram acreditar que só a vida do comercial de margarina é boa e satisfatória.
E isso resultou em nada mais que frustração. Porque, me desculpem a sinceridade, hoje em dia tá mais fácil achar um emprego bom do que um homem bom. Tá mais fácil escolher o doador de esperma sem doença nenhuma e apostar na maternidade independente, do que escolher o pai certo pros seus filhos. Hoje em dia, infelizmente, é mais fácil nem conhecer o amor. E isso, claro, frustra. Me frustra, frustra a vizinha do andar de cima, frustra a celebridade bonitona que dá entrevista falando que foi o cara que saiu de casa, frustra a empresária bem resolvida que tá saindo de outro casamento porque outro cara não aguentou a pressão de ser economicamente inferior a ela. Falta de amor frustra. E dói. Em um mundo onde é cada vez mais difícil de se ver amores eternos ou, pelo menos, grandes amores, é triste que ninguém tenha nos avisado que o mais fácil seria se nós não nos entregassemos ao primeiro cara que nos olha nos olhos e nos jura amor eterno. Porque, bom... O amor não vai ser eterno. Ele vai cansar, ou o encanto vai acabar, ou o amor não vai resistir as bonitonas da faculdade que ele vai encontrar pelo caminho, ou... Qualquer coisa. Não vai ser eterno. E a única coisa triste nisso tudo é que nós ainda tenhamos essa esperança. Porque se nós desde o começo nos envolvessemos com alguém sabendo que aquilo seria eterno no tempo que durasse, nossas vida seriam plenas, realizadas e completas. Teriamos nossos filhos e depois, se resultasse em separação, o ex-casal continuaria amigo pra dar uma vida feliz as crianças, as lembranças da vida juntos não iriam doer. O primeiro namorado não seria, na vida de ninguém, uma ferida eterna e incurável. O primeiro namorado seria uma grande e maravilhosa lembrança. E todos os homens que passasem por nós seriam sempre boas e agradáveis histórias.
Então, o mais óbvio e mais sensato é que quando ensinarem as filhas a colocar o casaco, beber água, passar filtro solar... Ensinem também a não acreditar em tudo que os homens dizem e, principalmente, a não se entregar achando que tudo vai ser pra sempre. E aos filhos, se puderem, ensinem um pouco de dignidade. Mesmo em ummundo onde mulheres são mais independentes e menos cegamente romanticas, homens de boa índole cairiam perfeitamente bem.

Um comentário:

  1. você é você, ne? HUAHAUH
    nem precisa do meu comentário pra saber que o texto tá maravilhoso!

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