terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cortando laços - todas as coisas que eu não diria te amando loucamente.

Eu comecei a pensar nesse texto depois da terceira tequila da tarde/noite. Mas eu tinha jurado pra mim mesma que não cairia de bêbada dessa vez, então, antes de sair de casa pra ir pra mais uma noite de bebedeira na casa da Ana, bati um pratão de macarrão com queijo, que minha vó fez pra ver se tirava a cara de tristeza que eu tava. Três tequilas não me derrubaram. E enquanto eu via minhas amigas, uma por uma, caindo na mão do palhaço, eu ia arrumando cada palavra que eu quero que fique guardada aqui. Já passou de meia noite, e depois que passou eu fiquei tão aliviada, quase como se eu tivesse saido da maior crise de asma da minha vida. Ar leve e puro! Passou da meia noite, o que significa que daqui pra frente nenhum dia, até agosto, me fará pensar tanto em você. E o que me consola é que, com certeza, em agosto eu já vou ter feito o que minha cabeça cada dia que passa insite mais para que eu faça, em agosto já vou ter chutado o balde. E aí, dia nenhum da porra do mês do desgosto vai me lembrar você, e me fazer ficar tão na merda como eu fiquei ontem (já passou da meia noite). Eu já tô ensainado falar isso tem um tempo, e como agora ficou mais que provado que os laços bonitinhos que restavam entre nós, foram cortados, não tem porque guardar pra mim: desde o primeiro diazinho que eu olhei no teu olho, desde o primeiro mole que eu te dei, desde a primeira vez que você segurou a minha mão...eu sabia que não podia esperar tua consideração. Mesmo quando você parou na minha frente e fez um pseudo-discurso lindo falando que queria muito ser meu namorado, mesmo nas madrugadas que eu era acordada por uma mensagem fofa falando que me queria na sua cama...eu sabia que quando o efeito pasasse, eu não poderia esperar nada de você. Mesmo quando nós voltamos da minha casa de praia, e estávamos mongolóides de tanto amor pra dar um pro outro, mesmo quando eu te olhei e vi que você tava sendo verdadeiro...eu sabia que não podia esperar, de você, um único grãozinho de consideração, quando o final chegasse. O tempo todo, mesmo em meio a tanta euforia, uma parte de mim se preparava pra esse final tosco. Você, o tempo todo, me acusa, me culpa e já cuspiu na minha cara que eu tenho que ir dormir com o peso de ter afundado a nossa relação - como se você precisasse me falar isso-, mas quem se mostra um grande babaca aqui, é você. Ok, minha babaquisse eu reconheço e assumo. Mas cadê agora o seu papel de grande vitima? Mostrando pro mundo que na última vez que você me beijou já tinha outra no jogo? Você disse, jurou, repetiu um milhão de vezes que se sentia muito culpado por ter me feito sofrer antes, e não se importa agora de me fazer sentir uma dor noventa e oito vezes pior. Palmas. Palmas pra outra babaquisse!
É como a Tati disse: "Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você."
Quando eu te encontrar, e meu estomago insistir em doer, eu vou convênce-lo de que ele dói de repulsa. Quando minhas pernas ficarem fracas e quase me derrubarem, eu vou falar pra elas que é só essa mania que o chão tem de me atrair pra ele. Quando meu corpo todo insistir em tremer, eu vou anotar mentalmente um recadinho pra marcar um médico, essa tremedeira sem motivo não é normal. E se as lágrimas me invadirem quando eu te ver com qualquer fulana que não seja eu, eu vou só até o banheiro lavar meu olho, porque esse maldito rímel que eu comprei errado me dá uma irritação danada. Se o ar faltar, é esse tempo maluco que uma hora tá calorzão, outra hora frio, assim não há asmática que aguente! Se a luz sumir da minha frente, é a bebida. Nada, nenhum efeito que você causar em mim vai ser justificado pela sua presença. A sua presença, a partir do momento que eu vi toda nossa relação ser tacada no lixo igual um chiclete que você cansa de mastigar, se tornou pequena e insignificante. Pode aparecer com a Coisa, com a Favelada, com a Fulana, com a senhora Eu-passo-óleo-de-cozinha-na-cara...com qualquer uma. Pra mim, você vai ser só mais um zé com uma piranhazinha, sem conteúdo e de cabelo alisado, do lado. Não vai ser fácil, pelo contrário, vai ser o maior esforço que eu já fiz em quase dezoito anos de vida, mas com certeza vai ser a minha maior vitória ver que eu consigo encarar tudo sem acabar em um hospital tomando clicose, ou desmaiada no meio de um bar. Ontem, eu saí da casa da Aninha sóbria, e no dia que eu te ver, só uma pessoa vai sair mal. Você. Porque te conhecendo como eu conheço, nenhuma partezinha do seu eu-inseguro vai adimitir o fato de eu estar tão superior a qualquer situação. Pode deixar, eu facilito as coisas pra você deixando trancado no armário qualquer um desses decotes de vadia que eu tava usando por sua causa. Quando a gente se reencontrar, vou ser eu, as minhas amigas e todo esforço que eu fiz pra ser mais eu e menos você. Aí a gente vê se o amor era grande, ou nem nisso você conseguiu me enganar.

Um comentário:

  1. Auto controle é o primeiro passo pra sanidade. É dizer ao cérebro, ao coração, ao estômago, as pernas, que se está no controle, e se esforçar para se manter firme.
    As vezes é muito dificil, o coração sangra, o estômago se movimento como se houvessem nele milhões de pequenos monstrinhos, suas pernas ficam bambas, e tudo ao mesmo tempo. Me pergunto se eles não se unem pra fazer isso pra acabar com a minha moral, pra falarem: "A gente tá no controle, e não você!". Será que eles podem ter vontade própria? Se têm não deveriam ter, afinal eu deveria ter controle sobre eles, pelo menos na teoria.

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