segunda-feira, 2 de março de 2009

Sol.

Quando nós somos pequenos, somos ensinados a amar a mamãe, amar o papai, a titia, a vovó e para os mais carentes, amar até o cachorrinho (coisa que eu nunca aprendi), enfim nos ensinam que o maior e melhor sentimento que podemos ter por alguém é o amor. E enquanto se é criança amar é fácil, amar é leve, feito bola de sabão, feito comer brigadeiro na colher. Amar para as crianças é normal e simples. Crescemos e nos deparamos com um novo tipo de amor, amor este que nos consome por dentro. Como é bom sentir o primeiro amor nos invadir a mente, o corpo, os gestos e a alma. E vem alguém e diz que é Pop Love, coisa de pré-adolescente entusiasmado. Maior bobeira! Se com dois, três anos já sabemos que amar a mamãe é o mais importante da vida, o obvio é que com doze, treze nos seja apresentado o amor por outro. Outro esse que não tem ligação de sangue, não tem ligação familiar nenhuma. Só de alma. Encontro de almas. Foi assim com nós dois. Duas almas pequenas e escondidas em um cantinho do corpo, pra ninguém perceber que existiam, se encontraram e lá estava o primeiro amor. Primeiro meu, primeiro seu. O caminho até aqui não foi simples, não foi leve. Se pude comparar o amor pela mamãe com uma bola de sabão, me atrevo a comparar o nosso com o Sol. Grande, maior que tudo que conhecemos. Quente, capaz de fazer nosso sangue ferver em dois segundos. Egoísta, sua simples presença tira de foco qualquer outro sentimento que possa ter dentro de nós. Grande, quente e egoísta. Nosso amor. Nosso jeito de amar. Um querer louco de ter um só para o outro. Uma vontade absurda de vivermos trancados, só nós dois, em qualquer lugar. Quer casar? Eu caso, é só me olhar com esses olhos de ursinho pedindo carinho. Quer fugir? Se você abre um sorriso, eu fujo até pro lugar mais frio do mundo, logo eu que odeio frio. Quer um filho? Mais só um? Eu coloco no mundo com a maior alegria que existe, pelo menos, cinco cópias suas. Assim idênticos a você. Com a pele morena, o cabelo bagunçado, o sorriso de comercial de pasta de dente e os olhos. Por favor, Deus, que meus filhos tenham aqueles olhos! Tão marronzinhos, tão bonitinhos, tão pequenos e expressivos. Por favor, por favor! E quando você me olhou, às quatro e meia da manhã, na beira da praia e disse, com a voz mais linda e rouca de quem ta morrendo de vontade, que sentiu minha falta e que nada mais seria do jeito que estava sendo, eu senti. Senti o amor dando espaço pra adoração. Adorar um sentimento maior que tudo, é o que diz o Aurélio, o amor e o carinho ainda estão aqui, mas desde aquela madrugada o que eu sinto por você é quase sufocador. Eu fico o tempo todo repetindo pra mim mesma que não posso perder o ar a cada sorriso, nem posso passar a tarde olhando pra nossa foto. Ar, ar, ar. E você grudou a boca no meu pescoço, e eu me entreguei. De novo, sem ar, sem medos. Por que eu não sinto medo com você? Então, voltamos a ser eu e você. Eu, você e nosso Amor Sol. Que ferveu nosso sangue e tirou de nós a capacidade de pensar. Tanto que estamos, de novo, entregues um ao outro, mesmo depois de tanto tempo, de tantas feridas, de tantos tropeços e tombos. Eu, você. Eu e você. Separados apenas pela distância da sua casa à minha. Mas unidos pelas nossas almas, que desde o dia que se encontraram não saíram do lado uma da outra.

Um comentário:

  1. a praia, o mar... e as histórias pra contar a partir disso.
    O primeiro amor é mesmo como o Sol, que consegue iluminar cada parte do mundo, do nosso mundo. Por mais que a gente tente se esconder, ele consegue nos achar, nos aquecer. E olha quem tá falando isso, a pessoa que menos gosta de sol no mundo todinho.
    AAAAAAAAAH o sol, ele volta, mesmo que um dia seja cheio de tempestades, nuvens carregadas e trovões; a gente sabe que no dia seguinte ele vai voltar pro lugar dele. Que na verdade, ele continuou ali o tempo todo ~ mesmo com a tempestade, as nuvens carregadas e os trovões ~. AI O SOL, O AMOR.

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