quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uni-duni-tê.

Me apaixonei terrivelmente. Pela voz, pelo cheiro, pelo jeito de andar. Pelo jeito de menino, pela orelha minúscula, pela mão gigante. Por cada toque, cada abraço, cada sorriso, cada beijo. Me apaixonei pelo medo de se despedir de vez, e de sempre dar um jeito de estar presente, mesmo querendo mostrar que não quer estar. Por cada defeito. Pelo dedão do pé que é praticamente do tamanho dos meus cinco dedos juntos. Tanto carinho, tanta brutalidade. Me apaixonei, ué, vou fazer o que? Acho lindo a cara amassada quando acorda, o bico gigante quando é contrariado, os pelinhos no rosto que insiste em chamar de barba. Morro devagar cada vez que vai embora, e ressuscito feliz cada vez que ameaça voltar. O único problema é que ninguém pode viver morrendo o tempo todo, ninguém pode viver de ameaças. E aí, eu tive que me apaixonar pelo medo. Mas esse não gostou da minha adoração e me faz chorar, perder o ar, a voz, a pose. E então tentaram me apresentar o tempo, mas nesse caso quem não gostou fui eu. Metido a dono da verdade, maior e melhor que todos. Sou mimada sim, e não é esse tal de tempo que vai me mudar! Mas aos poucos a voz, o cheiro .. foram andando daquele jeito que eu gosto tanto pra longe, pra muito longe. Fiquei com o maldito do medo, sem voz, sem ar, com mil lágrimas presas na garganta e, ainda por cima, tendo que ter fé no tempo.

Um comentário:

  1. o teeeeeeeeeempo.. maldito tempo pra quem não tem paciencia como eu... e bendito tempo que mantém a esperança de que um dia dê certo.
    Porque a esperança é o que mantém a firmeza, mts vezes. Esperar que se for pra ser, vai ser! Independente de tudo, independente de todos... um dia VOLTA!
    é o tempo, maior inimigo, e maior amigo. parece até alguém que eu conheço. rs

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