segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Malemolência.

Senhoras e senhores, queridos (ou não) leitores, eis que hoje farei diferente, assim como tenho feito na vida desde a última semana. É, eu sei, pra você ai sentando na sua cadeira, com sua vida confortável, uma semana não é nada. Acredite, querido amigo, pra mim uma semana foi tudo! Hoje vou falar de mim, na primeira pessoa mesmo, e direto pra vocês, pessoas iluminadas que vem aqui de vez em quando, nem que seja pra dar uma espiadinha. Nada de texto "pra ele" ou "sobre ele". Hoje somos nós: eu, vocês e a história da minha mudança de vida. É como dizem os sábios: as vezes você precisa de um grande choque pra acordar pra vida! Bom, na verdade, eu não sei de nenhum sábio que tenha falado isso, mas falando que foi um sábio fica mais inteligente, enfim, tomei um choque daqueles bem ruins, do tipo tô passando na rua, cai um raio, arrebenta o fio de luz e ele cai na poça que eu tô passando perto e ai, puuum! O maior choque do mundo. Foi assim... Acordei, né?! Afinal, tudo que acontece, acontece por alguma razão. E alguém lá em cima, mais dia menos dia, vai ter que me dar uma explicação bem boa sobre essa onda de acontecimentos inesperados na minha vida, mas enquanto esse dia não chega, eu resolvi acatar a lição e acordar da ilusão. Fala sério, eu achei mesmo que ia casar, ter filhos e morrer do lado do meu namorado do ginásio? Jura que eu perdi noites sonhando com isso? Em que mundo eu vivo? Alou, sua louca, aqui nesse mundo, nesse planeta, amores eternos duram três meses e olhe lá! Aqui onde você vive, seu namorado, melhor amigo e melhor coisa que já te aconteceu de hoje, amanhã é a pessoa que mais te odeia na vida! Voltando ao ponto (minha mudança, caso você não se lembre), o primeiro passo pra minha grande virada foi decretado pelas minhas amigas: uma grande balada! Mas pera aí, balada? Eu sei, você tá ai pensando balada ela vai todo final de semana! Não, amigos, elas tavam falando de uma BALADA dessas com copo de vidro e tudo. Fui eu pra tal balada "de verdade". Me sentindo linda, vale ressaltar. E aí, chegamos ao segundo passo da minha mudança, acreditem, eu resolvi, sozinha, que naquela noite não cairia. Nada de chão sujo de banheiro, nada de acordar com dor de cabeça e morta de vergonha de mim: pouco álcool e muita dança, disso que eu precisava! Quanto mais eu dançava, mais eu queria dançar. O problema é que homem na night só pode ter um dispositivo que indica qual mulher tá se achando mais, e vai direto nela. Nunca sacudi tanto a cabeça negativamente na minha vida! Oi, eu só quero dançar, beijos não me liga! O segundo problema é que sempre tem um filho da puta bom de papo que te convence a dar pelo menos uma conversadinha no canto. Não é que o filho da puta era bom mesmo? Tão fofo, um sorriso tão de criancinha (não sei explicar esse meu fraco por homem com cara de criança, deve ser algum problema mental, trauma de infância, sei lá...) , tão simpático e uma voz tão de meiguinho! Então, chegou a hora do terceiro passo: ele pediu meu telefone e, pela primeira vez na vida (!!!), eu dei o número certo pra alguém que acabei de conhecer. De novo você está se perguntando de que mundo sou eu que nunca tinha dado telefone pra ninguém, né?! Bom, quando não pediam meu orkut, msn, icq e sei lá mais quais tecnologias, eu achava (continuo achando) que era/é intimidade demais dar meu telefone de cara. Sem contar, claro, na fase que minhas amigas davam telefone por aí, eu namorava e namorava sério. Com um cara só. E que já era meu amigo antes, ou seja, já tinha meu telefone quando resolveu me desenrolar. Logo, tive pouco tempo (quase nenhum) pra esse tipo de experiência. Só que o mais incrível, querido amigo, é o que está por vir: ELE LIGOU!!!!!! Nossa, anos ouvindo que caras não ligavam, que fulana esperou o ciclano ligar, esperou tanto que virou múmia e ele nunca ligou... Não imaginei que daria essa sorte logo de primeira. Mas, como eu já disse nesse blog, Deus apronta poucas e boas comigo, mas também é bom em me recompensar. A voz meiguinha, no telefone, é ainda mais meiguinha, daquelas que dá vontande de ficar junto embaixo do cobertor, vendo filme e comendo pipoca num dia frio. O papo, que na noite anterior foi brutamente atrapalhado pela música alta, pelos amigos bebados e pela hora de ir embora, fluiu leve... o que me impressionou mais ainda, levando em conta que a última coisa que eu tive nos últimos seis anos de vida foi leveza. E a vontade de conhecer mais, inteiro, de cabo a rabo, que já era uma coisa curiosa dentro de mim, virou quase uma obsessão, se não fosse tão leve, tão natural... Loucura, eu sei. Vieram as concidências: surf music, Bones, batata do Outback sem bacon, Coca-zero, não enxergar sem os óculos e ainda assim sair sem eles, praia, mar, Lua, lasanha de quatro queijos, acreditar em Deus e não em uma ou outra religião. Muita informação pra primeira ligação, falaram minhas amigas, mas era uma sede tão grande de um conhecer o outro... Então, veio o a quarta e, até agora, última mudança: sabe aquela pergunta que vocês se fizeram ali de cima "em que mundo ela vive?", pessoas assim me fazem gostar de acreditar que ruim não é o mundo, ruim são os corações de algumas pessoas que vivem nele. E, a partir de agora, enquanto eu for presenteada no meio de uma "night de verdade" com bons corações, vou sempre acreditar que se não deu certo com o namorado do ginásio, talvez dê certo com o próximo. Seja ele quem for.

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