segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pedido.

Você foi minha primeira grande decepção, sabia?! Eu acreditava em você de olhos fechados, acreditava nos seus poderes, no seu amor desmedido, e até na sua cara de bonzinho. Eu amava você, amava essa época do ano e amava tudo que vinha de você. Eu sempre colocava uma roupa linda e ficava comportadinha, quietinha, toda inha te esperando chegar. E quando você chegava, aaaah, que alegria! Era só festa, só sorrisos, só magía. Depois você ia embora, a mágica acabava, mas eu sempre tinha a certeza que logo, logo você tava de volta. É, Papai Noel, o senhor foi o primeiro a me dar indícios de que não se deve confiar em homem nenhum. Nem mesmo em um senhor, de barba e cabelos brancos! No ano em que eu já tinha revelado o mistério, nada foi igual. Aquela mentira toda não fazia sentido nenhum. E todos os outros natais perderam a graça. E então, quando eu já era grandinha o suficiente pra não emburrar mais a cara pelo fato do senhor ser uma mentira, eis que recebo o maior e mais significativo presente de natal da minha vida. Mas acabou também. Agora, Papai Noel, estou dando ao senhor mais uma chance de se acertar comigo. Quero ser feliz. Só isso. Esquecer essa dor, apagar as mágoas. Ser feliz. Não fui uma santa esse ano, mas não dei tanto trabalho como nos outros. E se serve como argumento a meu favor, tenho planos de ser ainda melhor ano que vem. Tá na sua mão, Papai Noel, por favor, por favorzinho - como eu escrevia quando era criança - me ajuda nessa, vai!

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