segunda-feira, 28 de março de 2011
Surtando. (Ou "pra não surtar")
Não quero precisar fingir, não quero precisar forçar. Não quero não querer nada. O peso de já ser adulta, quase sempre, pesa demais. E eu não gosto. É difícil porque todo mundo espera que agora eu me jogue na vida, mas toda vez que eu para pra pensar... Só consigo sentir vontade de me encolher. Me fechar. Me enrolar no cobertor e nunca mais sair da minha cama. Cresci tendo pessoas pra chamar de minhas, e agora... Não tenho nada. Ou tenho. Essa sensação idiota de que não tenho nada. É complicação demais. E eu nem consegui sair dos quinze anos ainda... "Lei do eterno retorno". Não para nunca? CHEGA!
quinta-feira, 24 de março de 2011
Um conceito mais velho que o mundo.
O cabelo sempre da maneira mais bonita possível, as roupas sempre de acordo com o que se devia, as unhas sempre feitas e ela sempre no mundo da Lua. Era assim que ela era. Vivia entre textos, músicas, livros e mundos irreais.
Amou muito um dia, depois desistiu. Confiou muito também, depois aprendeu que não devia.
A vida inteira fora julgada como boba fútil, não ligava. Tinha o que queria, sempre que queria. O resto não importava.
Conheceu o bem e o mal de perto. Nunca escolheu entre um dos dois. Vivia na linha fina e sem nenhuma estabilidade que os dividia. Não era boa, nem má. Era ela. Só o que conseguia ser. Mentiu pra fugir da dor, mentiu pra fazer doer em outro, mentiu pra se divertir. Se arrependeu e chorou. Chorou com dor, chorou por fazer outro doer, chorou pela falta diversão ou por aprender que diversão demais também cansa. Vivia entre o caos e o paraíso. Nunca foi estável. Branda. Calma. Embora tenha tido seus momentos bicho do mato.
Uns sempre vão lembrar do sorriso largo e da risada escandalosa. Outros das lágrimas que chegavam a lhe tirar o ar. Ela queria paz, mas não sabia conviver com a mesma.
Brigou com o espelho, amou o espelho, declarou guerra contra ele. E nunca mais sossegou. Se amou e se odiou diversas vezes por dia. Depositou todas as frustrações na conta de um amor que já nasceu pra dar errado, depois só desistiu dele e do que ele lhe causara. Não quis mais saber. Amou de novo? Diz que sim. Mas nunca vai ter certeza porque desistiu antes da hora.
Uma como tantas mil outras. Uma entre um milhão. Cheia ou seca. Colorida ou em duas cores. Sorrindo ou chorando. Amando ou odiando. Fazendo o bem ou o mal.
Sempre com a maquiagem exagerada e borrada. Sempre sendo só o que ela consegue ser.
Deu trabalho. Dará mais.
Ainda existe. Ainda é vista como boba. Ainda tem a personalidade fútil.
E ainda dá risada de quem julga que ela é só isso ou de quem a deixa no passado com medo do futuro.
Amou muito um dia, depois desistiu. Confiou muito também, depois aprendeu que não devia.
A vida inteira fora julgada como boba fútil, não ligava. Tinha o que queria, sempre que queria. O resto não importava.
Conheceu o bem e o mal de perto. Nunca escolheu entre um dos dois. Vivia na linha fina e sem nenhuma estabilidade que os dividia. Não era boa, nem má. Era ela. Só o que conseguia ser. Mentiu pra fugir da dor, mentiu pra fazer doer em outro, mentiu pra se divertir. Se arrependeu e chorou. Chorou com dor, chorou por fazer outro doer, chorou pela falta diversão ou por aprender que diversão demais também cansa. Vivia entre o caos e o paraíso. Nunca foi estável. Branda. Calma. Embora tenha tido seus momentos bicho do mato.
Uns sempre vão lembrar do sorriso largo e da risada escandalosa. Outros das lágrimas que chegavam a lhe tirar o ar. Ela queria paz, mas não sabia conviver com a mesma.
Brigou com o espelho, amou o espelho, declarou guerra contra ele. E nunca mais sossegou. Se amou e se odiou diversas vezes por dia. Depositou todas as frustrações na conta de um amor que já nasceu pra dar errado, depois só desistiu dele e do que ele lhe causara. Não quis mais saber. Amou de novo? Diz que sim. Mas nunca vai ter certeza porque desistiu antes da hora.
Uma como tantas mil outras. Uma entre um milhão. Cheia ou seca. Colorida ou em duas cores. Sorrindo ou chorando. Amando ou odiando. Fazendo o bem ou o mal.
Sempre com a maquiagem exagerada e borrada. Sempre sendo só o que ela consegue ser.
Deu trabalho. Dará mais.
Ainda existe. Ainda é vista como boba. Ainda tem a personalidade fútil.
E ainda dá risada de quem julga que ela é só isso ou de quem a deixa no passado com medo do futuro.
sexta-feira, 18 de março de 2011
A regra deveria ser...
É tudo uma fraude e cada dia eu tenho mais certeza. Porque olha, a vida te dita mil regras ao longo do caminho: Se tiver frio, coloque um casaco. Se tiver quente, beba água. Se tiver sol, beba água e (já dizia Pedro Bial) use filtro solar. Se quer emagrecer, faça exercícios. Se quer mudar o mundo, funde uma ONG. Se quer ganhar dinheiro, trabalhe duro. Então, por favor, alguém me explica em que parte a porra da vida se esqueceu de falar "se você quer que eu passe por você serena e pacífica, não se apaixone por aquele homem lindo que eu vou colocar no seu caminho e , principalmente, não me entregue nas mãos dele. Poque sabe o que vai acontecer, querida? Ele vai embora um dia e eu vou virar um inferno, você nunca mais vai saber o que é paz".
Desde pequena a gente é criada pra ser uma mãe de família que se dedica ao lar e ainda(malditos tempos modernos) trabalha duro no escritório, tatuam em nós, mulheres, que o futuro e que a vida só terão sentido se tivermos ao nosso lado um homem que nos ame, nos satisfaça, nos entenda e nos dê lindos filhos. Um homem que seja tão lindo que faça suas amigas sentirem inveja, mas que te ame tanto a ponto de nem olhar pra elas. Um homem que seja frio e calculista no trabalho, mas quente e espontâneo em casa. Que ame a mãe, mas que saiba que o lugar dela não é morando com vocês. Que ame futebol, mas prefira passar um sábado inteiro no ar-condicionado vendo filme agarradoem você. Que babe muito na filha mulher porque ela é exatamente uma cópia sua e que seja o maior exemplo de hombridade que seu filho homem possa ter. Nos fizeram acreditar que só a vida do comercial de margarina é boa e satisfatória.
E isso resultou em nada mais que frustração. Porque, me desculpem a sinceridade, hoje em dia tá mais fácil achar um emprego bom do que um homem bom. Tá mais fácil escolher o doador de esperma sem doença nenhuma e apostar na maternidade independente, do que escolher o pai certo pros seus filhos. Hoje em dia, infelizmente, é mais fácil nem conhecer o amor. E isso, claro, frustra. Me frustra, frustra a vizinha do andar de cima, frustra a celebridade bonitona que dá entrevista falando que foi o cara que saiu de casa, frustra a empresária bem resolvida que tá saindo de outro casamento porque outro cara não aguentou a pressão de ser economicamente inferior a ela. Falta de amor frustra. E dói. Em um mundo onde é cada vez mais difícil de se ver amores eternos ou, pelo menos, grandes amores, é triste que ninguém tenha nos avisado que o mais fácil seria se nós não nos entregassemos ao primeiro cara que nos olha nos olhos e nos jura amor eterno. Porque, bom... O amor não vai ser eterno. Ele vai cansar, ou o encanto vai acabar, ou o amor não vai resistir as bonitonasda faculdade que ele vai encontrar pelo caminho, ou... Qualquer coisa. Não vai ser eterno. E a única coisa triste nisso tudo é que nós ainda tenhamos essa esperança. Porque se nós desde o começo nos envolvessemos com alguém sabendo que aquilo seria eterno no tempo que durasse, nossas vida seriam plenas, realizadas e completas. Teriamos nossos filhos e depois, se resultasse em separação, o ex-casal continuaria amigo pra dar uma vida feliz as crianças, as lembranças da vida juntos não iriam doer. O primeiro namorado não seria, na vida de ninguém, uma ferida eterna e incurável. O primeiro namorado seria uma grande e maravilhosa lembrança. E todos os homens que passasem por nós seriam sempre boas e agradáveis histórias.
Então, o mais óbvio e mais sensato é que quando ensinarem as filhas a colocar o casaco, beber água, passar filtro solar... Ensinem também a não acreditar em tudo que os homens dizem e, principalmente, a não se entregar achando que tudo vai ser pra sempre. E aos filhos, se puderem, ensinem um pouco de dignidade. Mesmo em ummundo onde mulheres são mais independentes e menos cegamente romanticas, homens de boa índole cairiam perfeitamente bem.
Desde pequena a gente é criada pra ser uma mãe de família que se dedica ao lar e ainda
E isso resultou em nada mais que frustração. Porque, me desculpem a sinceridade, hoje em dia tá mais fácil achar um emprego bom do que um homem bom. Tá mais fácil escolher o doador de esperma sem doença nenhuma e apostar na maternidade independente, do que escolher o pai certo pros seus filhos. Hoje em dia, infelizmente, é mais fácil nem conhecer o amor. E isso, claro, frustra. Me frustra, frustra a vizinha do andar de cima, frustra a celebridade bonitona que dá entrevista falando que foi o cara que saiu de casa, frustra a empresária bem resolvida que tá saindo de outro casamento porque outro cara não aguentou a pressão de ser economicamente inferior a ela. Falta de amor frustra. E dói. Em um mundo onde é cada vez mais difícil de se ver amores eternos ou, pelo menos, grandes amores, é triste que ninguém tenha nos avisado que o mais fácil seria se nós não nos entregassemos ao primeiro cara que nos olha nos olhos e nos jura amor eterno. Porque, bom... O amor não vai ser eterno. Ele vai cansar, ou o encanto vai acabar, ou o amor não vai resistir as bonitonas
Então, o mais óbvio e mais sensato é que quando ensinarem as filhas a colocar o casaco, beber água, passar filtro solar... Ensinem também a não acreditar em tudo que os homens dizem e, principalmente, a não se entregar achando que tudo vai ser pra sempre. E aos filhos, se puderem, ensinem um pouco de dignidade. Mesmo em ummundo onde mulheres são mais independentes e menos cegamente romanticas, homens de boa índole cairiam perfeitamente bem.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Conversas com o espelho.
Parte 1
- Mas se não foi amor, foi o que?
- Pra que você precisa saber se o verbo foi conjugado no passado?
- Porque eu tenho necessidade de respostas.
Disse a menina que aos dezenoves anos, ainda não sabia nada.
- Mas se não foi amor, foi o que?
- Pra que você precisa saber se o verbo foi conjugado no passado?
- Porque eu tenho necessidade de respostas.
Disse a menina que aos dezenoves anos, ainda não sabia nada.
domingo, 13 de março de 2011
Saturday Night.
"Maybe in five or ten yours and mine will meet again. Straighten this whole thing out."
Outro dia numa conversa bobinha com um conhecido de antigamente surgiu a frase "vocês estão separados faz séculos e eu ainda falo de vocês pras pessoas como se fossem um casal. Não acustumo de jeito nenhum". Na hora ri e tentei deletar, ando assim: toda me previnindo pra não precisar remediar. Deletei? Claro que não. Cheguei em casa, coloquei meu pijama e na hora de dormir tal frase ficou sambando na minha frente ao som da bateria do Salgueiro. Lembrava dele falando, dos amigos em volta rindo e concordando. Engraçado estranhar essa reação das pessoas. Num dia não muito distante eu fazia parte do grupo que não conseguia falar daquele casal como um ex casal. Passou.... Mas tanta gente ainda ergue a sobrancelha quando eu digo "ex" ao corrigir os amigos. Não é birra, gente, é só a verdade.
O tempo passa. Aquele casal, aquelas duas crianças, aquele relacionamento... Nada disso existe mais. As crianças cresceram, mudaram de rumo. Eu faço Direito e tenho unhas grandes, quem iria imaginar? É assim mesmo: a vida acontece diante dos olhos da gente e, vez em quando, o processo é mais rápido do que o nosso entendimento.
Fiquei muito tempo presa em uma idéia fixa. A vida aconteceu e eu tava lá, acorrentada em vontades que eram só minhas. Entendo quem ainda estranha o fato do casal, na verdade, ser um ex casal. Eu achei que nunca fosse encarar essa realidade. Mas com muitos solavancos eu aprendi: é mais fácil ACEITAR o destino do que ir contra ele. Hoje o buraco vai sendo ocupado por coisas e pessoas que me fazem feliz. Porque, no fundo, é só isso que eu quero... Felicidade.
As duas crianças que um dia andaram de mãos dadas e juraram que iam subir ao altar, hoje se encontram guardadas em uma caixa na parte superior do armário. Sem mágoas, sem rancores. Só me deixando livre pro que vem, me tirando das costas o peso da culpa que só eu carregava. A gente cresce. Todo mundo amadurece. E todo dia eu repito em frente ao espelho "vai que o caminho é esse".
Aceita, cresce e tem fé no que ainda vem.
Outro dia numa conversa bobinha com um conhecido de antigamente surgiu a frase "vocês estão separados faz séculos e eu ainda falo de vocês pras pessoas como se fossem um casal. Não acustumo de jeito nenhum". Na hora ri e tentei deletar, ando assim: toda me previnindo pra não precisar remediar. Deletei? Claro que não. Cheguei em casa, coloquei meu pijama e na hora de dormir tal frase ficou sambando na minha frente ao som da bateria do Salgueiro. Lembrava dele falando, dos amigos em volta rindo e concordando. Engraçado estranhar essa reação das pessoas. Num dia não muito distante eu fazia parte do grupo que não conseguia falar daquele casal como um ex casal. Passou.... Mas tanta gente ainda ergue a sobrancelha quando eu digo "ex" ao corrigir os amigos. Não é birra, gente, é só a verdade.
O tempo passa. Aquele casal, aquelas duas crianças, aquele relacionamento... Nada disso existe mais. As crianças cresceram, mudaram de rumo. Eu faço Direito e tenho unhas grandes, quem iria imaginar? É assim mesmo: a vida acontece diante dos olhos da gente e, vez em quando, o processo é mais rápido do que o nosso entendimento.
Fiquei muito tempo presa em uma idéia fixa. A vida aconteceu e eu tava lá, acorrentada em vontades que eram só minhas. Entendo quem ainda estranha o fato do casal, na verdade, ser um ex casal. Eu achei que nunca fosse encarar essa realidade. Mas com muitos solavancos eu aprendi: é mais fácil ACEITAR o destino do que ir contra ele. Hoje o buraco vai sendo ocupado por coisas e pessoas que me fazem feliz. Porque, no fundo, é só isso que eu quero... Felicidade.
As duas crianças que um dia andaram de mãos dadas e juraram que iam subir ao altar, hoje se encontram guardadas em uma caixa na parte superior do armário. Sem mágoas, sem rancores. Só me deixando livre pro que vem, me tirando das costas o peso da culpa que só eu carregava. A gente cresce. Todo mundo amadurece. E todo dia eu repito em frente ao espelho "vai que o caminho é esse".
Aceita, cresce e tem fé no que ainda vem.
Assinar:
Postagens (Atom)