quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

I wanna be free, but I can't.

Durante muito tempo eu fui a namorada de alguém. Começou quando eu ainda era bem novinha e achava que namorados ideias eram projetos de principe, que ao me darem o primeiro beijo, fariam de mim a princesa de um conto sem igual. Mas o principe virou sapo em menos de um ano e toda a magia foi embora quando eu arrumei as caixas de mudança pra outro bairro. Com o tempo, veio um pouco (bem pouco) de maturidade, e eu percebi que não precisava ser principe desde que fosse bonito, popular e gostasse de mim. Arrumei. Mas o encanto acabou, simplesmente, porque tinha de acabar, e eu parti pra próxima tentativa. É raro alguém de antigas escolas ou lugares que eu frequantava antigamente não se referir a mim como 'a Jéssica do fulano', pois eu, realmente, a maior parte dos meus quase dezoito anos fui a namoradinha, ficantezinha, peguetezinha de alguém. Era raro e doloroso ficar sozinha. Porém, pra conseguir conquiatar o que meus quase treze anos julgavam ser o namorado ideal, tive que me concentrar em, se não ficar sozinha, esconder do povo os meus rolos. Foram três meses de o que houve?, não tá ficando com ninguém por que?, que milagre! Mas eu consegui atingir o objeto de desejo e desde então, eu virei a namorada, finalmente, séria dele. Anos sendo a namorada de alguém, aprendendo o jeitinho dele, como gostava, como queria...Só que mais uma vez o tempo veio atrapalhar as coisas, e aos dezesseis anos o conceito de idealidade deixou de ser aquele mesmo dos treze. Ou talvez o objeto tenha mudado, quem vai saber?! O ponto é que: seja pelos meus medos de ficar sozinha, ou pelos meus instintos que atraem homem mesmo sem eu querer, antes mesmo de me ver solteira o coração já avistava um bom alvo. E, mais uma vez, lá estava eu, sendo a namorada do fulano. Meus amigos não se espantaram, minha família não se espantou, a única grande espantada ali era eu, que o tempo todo tentava chegar numa teoria de porque nunca ter conseguido passar mais de 3 meses sem ser a alguma coisa de alguém. Bom, querendo ou não, essa semana que vai entrar me tras o primeiro mês, depois de cinco anos, sem ser absolutamente nada de ninguém. E isso sim, espanta a todos! Meu balanço disso? Não tenho. Só o que eu sei é que isso, que deveria ser uma coisa boa diante de toda história, me trouxe uma grande crise de asma e levou embora a minha voz. Porque meu corpo é assim, quando tá muito tempo sem se sentir de alguém, reclama. Um amigo, hoje quando ligou pra bater papo e ouviu o fio de voz que me resta, deu gargalha e cantou "I wanna be free, buuuuut I can't baby". O que me provou que mesmo que eu queira, nunca vou conseguir não ser nada de ninguém, porque nas palavras dele: eu sou viciada demais em romances, melodramas e problemas. Ótima teoria, péssima hora pra me apresentar a ela. Agora, essa dor de garganta que duraria uns três dias, durará uma semana, porque eu assim que eu deitar a cabeça no travisseiro vou me deprimir ao pensar que a maturidade dos quase dezoito não me trouxe nada além da vontade de não ser de todo mundo, como facilmente era antes dos treze, e sim ser de um só e justo esse um é o que não me quer mais. I wanna release this sense, baby.

Um comentário:

  1. A vontade de ser de qualquer outra pessoa some, quando a vontade de ser de apenas um aparece. hm

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