quinta-feira, 26 de março de 2009

A Outra.

Tô com mania de Jason Mraz. E de música eletrônica. Os dois por sua causa. É, juro! Jason Mraz porque eu tenho certeza que daqui uns dois meses você vai baixar várias músicas dele no E-mule e vai ser seu novo artista favorito. E eletrônica porque me lembra a sua agitação. E Búzios. Que me lembra você. Que me lembra coisas boas. Sábado tem balada. Balada nada a ver com você. Um funk boladão. Só pra eu libertar a Outra, tomar umas cervejas baratas, fechar a noite com uma caipirinha na mão e pendurada em algum amigo do flerte mais duradouro da minha prima. Eu não saio pra balada ainda, desde o Carnaval, sabia? Sei lá, eu achei que você ia se tocar que eu sou mesmo o amor da sua vida e ia me catar, e se eu tivesse lindinha, quietinha na minha casinha, tudo seria mais fácil. Todo mundo sabe que quando eu volto pra balada, é porque desisti mais um pouco de você.Coloco de novo a máscara de mulher fatal, que só engana os trouxas que chegam querendo beijar e me beijam pensando que eu sou a Outra com o nome da minha amiga que tiver mais perto. Alias, a Outra é uma versão minha que, nossa, se fosse de verdade, ia dar um trabalhão. Mas sou só eu, com mais uma roupa, de quem perde as tardes de terça e quinta enfiada em um curso de moda. Só pra ter um diploma de moda. A Outra não passa de mim mesma, esquecendo que sou de um cara só, e me rendendo a outros playbas por aí. Mas nenhum combina, nenhum encaixa. Geralmente, é beijo e tchau! Pra que eu vô puxar papo, dá msn, telefone? Não sou eu ali embaixo daqueles quilos de porpurina, nem naquele vestido superdecotado. Não sou eu, é a Outra. A Outra dança até o chão como se fosse a coisa mais fácil do mundo, rebola que só ela, sorri pra todos seres do sexo oposto e chama atenção. No dia seguinte, sobro eu, dolorida, de ressaca e fazendo contas de quantos beijos essa desmiolada deu. Da última vez que eu soltei essa louca desvairada, não satisfeita em beijar um número de caras razoavelmente grande, encerrei a balada nos braços de um ex. Derrooooota pra Outra, ressaca moral pra mim! Sábado ela vai ter mais uma chance. O lado bom da Outra é esse, depois que ela vai embora, eu passo uns dois meses me divertindo com tudo que ela aprontou em dois dias. A verdade é que a Outra me liberta. Não liga de tirar os óculos vesga pra um carinha na micareta, não liga de fazer competição de quem-beija-mais com as amigas em choppada, dá toco no bonito, faz alegria do feio. Depois volta no bonito e pega também. A Outra é só alegria, só sorrisos, só cervejas e cigarros de menta. Só chão, chão, chão.Enquanto eu, eu sou Jason Mraz e coração. Mas não sábado. E quem sabe, dependendo do comportamento da doida, eu deixe a Outra solta mais que um final de semana, talvez até você se tocar que eu sou mesmo o amor da sua vida e resolver me catar.

2 comentários:

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  2. AAAAAAAAAAY CARMEN!!
    Dizem que quando a bebida entra, a verdade sai... Mas acho que isso é o maior caô!
    quando a bebida entra a gente se permite ser tudo aquilo que não seria sem ela, e quem disse que essa é a gente?
    A gente é aquela que as pessoas amam, as pessoas que nos amam de verdade, sabe?
    A outra é só a carmen, uma personagem que a gente cria quando quer fugir da gente, de tudo.

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