sábado, 18 de abril de 2009

Sempre igual.

Hoje eu me peguei desenhando a entrada do seu prédio. Fiquei pensando nas milhares de sensações que aquela mesma entrada me causou, diversas vezes, durante anos. Lembrei da primeira vez que eu pisei ali, logo no comecinho, e tudo ainda era tão estranho e eu tava tão sem jeito.. Lembrei de depois, quando chegar naquele portão era sinal de uma tarde feliz de pizza, filme, suspiros e muitos, muitos sorrisos. Lembrei também da última vez que eu passei ali, e não foi pra encontrar você. E foi nesse dia que, pra mim, ficou marcado o nosso fim. Eu passei pela sua portaria, entrei no seu elevador, toquei a sua campainha e quem me recebeu foi o seu pai. Com a minha camera na mão e só. Nem sinal de você, nem sinal do seu perfume. Você tava na rua, com as pessoas que te interessavam. E eu, bobinha, saí de casa crente que ia te fazer uma surpresa, que você ia abrir seu sorrisão lindo quando me visse. Mas ao inves disso eu ganhei dois beijinhos do seu pai, e a ultima memória do seu apartamento, visto do lado de fora da porta da sala. Passei de novo pela sua portaria, com o choro entalado na garganta, entrei no carro e tive certeza que não voltaria ali tão cedo. Já vai fazer um ano. Eu fico me perguntando por que eu sou tão burra, por que mesmo tendo passado pelos piores momentos da minha vida por sua causa, eu ainda insisto em te querer de volta? Por que eu me entrego tão fácil, com os olhos fechados e deixo sempre você fazer comigo o que quiser? Chegar e partir com a mesma facilidade. Eu deveria odiar isso. Eu deveria me dar valor, não é isso que falam? Mas é só você aparecer pra todo esse papo de livro de auto-ajuda evaporar da minha mente, só sobra espaço pra você e quando eu me dou conta, tô de novo agarrada no seu pescoço, igualzinha a cena da nossa última foto. Só depois que você vai embora de novo, só depois que o cara que eu espantei do meu lado volta, só depois que eu tenho que engolir outra grosseria é que eu me lembro porque a gente tá separado. Só depois que eu sou comparada, ou maltratada que eu me lembro porque a coisa mais fácil da minha vida, virou um amor impossível. Só depois que você coloca, de novo, a capa de bad-boy pra se defender do mal que você acha que eu posso te fazer, é que eu me lembro porque eu quase deixei de te amar e porque eu te deixei ir embora naquele dia de julho e nunca mais voltei pro seu lado... Porém o tempo passa e eu fico, outra vez, igual eu tô agora, esperando o destino fazer a gente se esbarrar. A gente sempre se esbarra e sempre passa pelo processo todo de novo. E eu sempre chego a conclusão que eu tenho mil motivos pra te amar, pra logo depois você me lembrar que eu também tenho mil motivos pra te odiar. É sempre isso. No final, somos nós: eu, esses textos desconexos e as minhas lágrimas caladas. E ela, sempre ela, a saudade.

Um comentário:

  1. amar não é errado, querer alguém com todas as forças não é questão de fraqueza, é necessidade.
    E o que resta a fazer quando esse amor permanece ali? ESPERAR.
    Mesmo que digam o contrário, mesmo que não entendam... enquanto não surgir um amor avassalador, capaz de fazer a gente perder a cabeça de novo, a gente vai continuar esperando. Por mais que a gente tente, finja, minta... no fundo, a gente tá no mesmo lugar que sempre esteve. Esperando acontecer. Esperando ser.

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