terça-feira, 28 de julho de 2009

Only one wish..

Ela fugiu da realidade de estar ali. Fugiu do medo de ser sozinha, da insegurança de não ser nada pra ninguém. Fugiu do desprezo do cara que ela mais amou na vida. Fugiu do amor também, já que ele só trouxe dor. Deu ao mundo, o que julgava ser, o maior presente que poderia dar: sua ausencia. Não morreu porque, em sua visão deprimida, nem Deus a queria por perto. Mas estave ausente. Não mais se ouvia sua risada alta, não mais a escutavam cantar. Ela estava ali, mas era como se não estivesse. Vivia em seus livros. Romances, sempre. Já que não tinha o seu, se alimentava dos que saiam da imaginação dos outros. Deitada o dia todo na cama, lendo e sonhando com o dia que tudo voltaria a dar certo, com o dia que seria, de novo, a mesma de antes. Só que quanto mais o tempo passava, mais ela se afastava de si mesma. Um dia não aguentou mais. Se sentia vazia, sem vida. Resolveu arriscar, mas como já era de se imaginar, quebrou a cara. Logo depois, lá estava ela de novo, deitada, lendo e vivendo daquilo, se alimentando do amor de pessoas que nem eram reais. Sabia-se que se não a tirassem logo dali, ela acabaria morrendo sem sorrir, de verdade, novamente, mas era difícil convence-la de quem nem todos são ruins, nem todos querem fazer mal a ela. Ficou doente. Em meio a delirios de febre agradeceu a Deus por, finalmente, sua hora chegar, já não queria mais ser daqui e esperava o momento em que Ele a julgaria merecedora do Céu. Fechou os olhos com força e pediu pra ir embora de vez. Mas não foi. Agora, está mais uma vez esperando seu milagre. Ir embora de vez, ou um motivo pra voltar pro mundo. Só o que não entende é que o motivo está com ela, dentro dela, o tempo todo. O único motivo que uma pessoa tem pra se reerguer e ser feliz é o amor-próprio. Eu espero aqui, aonde ela mesma me trancou, num canto esquecido de si, a oportunidade de ser solta novamente, de sermos, mais uma vez, duas em uma só: a loucura e o equilibrio, a menina e a mulher. Eu espero o dia que juntas voltemos a sorrir, dançar e amar. Ela me chama de "A outra", eu a chamo de "A doida" e não é no sentido bom da palavra. Ela mesma confessa que se sente bem quando eu a domino, o problema é que deixou uma onda tão ruim de tristeza a pegar que me prendeu aqui nessa escuridão que virou sua alma. Esse é só mais um pedido de socorro, de nós duas pra ele, pro mundo, pra alguém... realizem meu unico desejo e a façam reaprender a sermos nós duas e não só ela com tantos livros, lágrimas e quartos escuros.

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