segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não quero armas.

É assim mesmo, a gente se decepciona com as pessoas. Se decepciona com a gente mesmo e com o mundo. Até com Deus quando é muito grave. O que salva em meio a tantas decepções são as lições que aprendemos e o quanto somos capazes de amadurecer com isso. Hoje eu me tranquei no banheiro, liguei o chuveiro pra ninguém me escutar e chorei a minha alma. Chorei até me sentir vazia. Até o aperto no meu peito virar nada, até sentir meu coração dormente. Chorei muito mesmo, logo eu que já me machuquei tanto na vida, chorei tanto quanto nem sabia que dava. Mas me prometi que seria a única vez que eu ia chorar por essa história. Quando não tinha mais lágrimas, eu entrei no banho, lavei meu rosto, meu cabelo, e sai de lá a mesma de antes, sem coração partido, sem tristeza entalada na garganta, sem agonia no peito, porque por mais que meu coração tenha se despedaçado, por um breve momento, a vida continua e eu me recuso a parar de viver, mais uma vez. Talvez essa seja a minha herança de tantos anos numa mesma história sem fundamento: aprender que sou forte, sou capaz e que posso comigo mesma. Não sei se ainda é o estado de choque que me faz ser tão madura como estou sendo, ou se eu, realmente, aprendi alguma coisa nessa vida. O que sei, hoje, é que eu queria sim a chance de reescrever uma história que ficou com final mal contado, e acreditei mesmo que teria a oportunidade, mas felizmente, o mundo não é só o meu umbigo e enquanto eu me lamentava tanto por todas as coisas dessa vida, a vida do outro continuou. Por isso, agora, só o que eu quero é viver mais. Me prendi muito tempo na idéia de me mostrar melhor, fiquei presa em esperanças que, sinceramente, percebo que foram dadas por pura maldade, pura vingança, sentimento de superioridade, nunca poder sair mal de uma batalha. Mas e dai? Eu adimito, perdi a guerra e ela acaba aqui. O daqui pra frente depende, única e exclusivamente, de mim.

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