sábado, 3 de julho de 2010

Coisa nenhuma

Eu não sei nem o que pensar direito. Porque tava tudo bem, sabe? Eu tava andando pra frente cada dia mais. Meu coração, claro, ainda tá escondido em algum lugar do peito. Mas, aos poucos, eu tava começando a gostar das pessoas com o pulmão, os olhos, a cabeça.... Tava tudo se acertando, vinte anos depois de ter desacertado.
De repente o mundo virou de cabeça pra baixo, de novo. Porque eu sou dramática mesmo e acho que todo gesto tem um fundamento, mas não consegui encontrar explicação pra sua ultima aparição. Eu tava acostumada com "suas" aparições. Você no meu sonho me beijando e dizendo que voltou pra ficar, você no meu pesadelo me deixando sozinha no mundo pra sempre e com um buraco no peito bem maior e mais oco do que o que eu tenho agora, você no meio das minhas fotos, você metido nas minhas lembranças... Com isso eu acostumei. Pode perguntar por aí, até falar seu nome, na boa, eu já tava falando. Aceitei que você sempre ia ser parte de mim. Do meu passado.
Mas eu, definitivamente, não sei como conviver com você no meu presente. Enquanto você era só lembrança as coisas tavam se encaminhando. Mas agora você é pessoa, de novo. Pessoa do presente. E tá ali, na distancia de um cliquezinho só. Nunca tinha nem parado pra pensar em como seria se isso acontecesse. Porque, pra mim, nunca mais aconteceria. Até porque a decisão em comum foi: não somos amigos.
Ou foi disso que eu fiquei tentando me convencer nos últimos meses. Sabe, eu apaguei seu telefone de todos os lugares possíveis e me esforcei MUITO pra esquecer ele. Depois eu desenvolvi uma super-técnica: se me desse muita vontade de te mandar mensagem, eu mandava um "eu te amo. to bebada" pra Marcela, com fé nos meus santos todos de que a mensagem tinha ido pra você. Ai eu deletei seu msn, que eu ainda tinha, mesmo você estando eternamente offline. E parei de entrar no orkut dos outros pra ver o seu. Parei porque tava doendo demais.
Depois que todas minhas decisões foram postas em prática, ficou mais fácil. Você voltou a ser quem você nunca deveria ter deixado de ser: meu primeiro namorado, por quem eu fui muito apaixonada. Eu tive umas crises de saudade, de raiva, de mais saudade, de raiva e saudade - esse blog tá aqui pra provar isso - mas ter você como parte do meu passado, fez a dor intensa virar só um incomodozinho leve, que dava pra aguentar.
Mas agora o que? Passado só tem vida na cabeça e você tá vivo demais fora da minha. E pior que isso, agora eu sou uma pessoa totalmente consciente dessa vida toda. Acho que eu só volto a ser feliz nível dez no dia que der pra morar em outro planeta. Por enquanto eu volto a procurar um jeito de conviver com você, com esse peso todo que você me causa e com a saudade que tá sempre presente.

Um comentário:

  1. tá que é até dificil pensar em algo pra comentar a respeito disso, a respeito de TUDO isso. Nossas histórias são tão diferentes, que chegam a ser semelhantes... semelhantes no efeito causada por certas pessoas.
    Só quem já sentiu isso, sabe o quanto é dificil, o quanto é complicado sobreviver com esse sentimento. Porque é isso que a gente faz, a gente sobrevive!
    Porque amor, quando é amor, não morre, não acaba, pode mudar, mas nunca acabar.
    Com o tempo a gente vai se acostumando com a ausência, vai aprendendo a lhe dar com a saudade, com a falta, e tudo vai ficando mais fácil.. mas e quando isso muda de repente? As dúvidas voltam, a saudade volta, a dor volta.
    Como se elas nunca tivessem ido, e eu acho mesmo que não foram... elas estavam ali o tempo todo, esperando pra surgir com ainda mais força, ainda mais intensidade.
    Mas com o tempo isso vai passar, de novo! E a gente acaba reaprendendo a conviver, reaprendendo a ser feliz, reaprendendo a amar, reaprendendo a tentar.
    Você merece ser mt feliz Jess, com quem quer que seja e eu sei que será!
    Mas enquanto isso, nos mantemos firmes, nos mantemos fortes, nos mantemos suportando a dor, a falta, a saudade...
    Nos mantemos firmes, porque ainda tem mt caminho pela frente.
    keep hold on!
    bjj.

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