domingo, 12 de junho de 2011

Serenissima.

Eu tinha decido não dar importância nenhuma pro dia dos namorados. Primeiro porque nunca estive tão bem resolvida quanto ao fato de não ser sua e nem de mais ninguém. Segundo porque dia dos namorados foi feito pra quem tem namorado dar importância e não pra quem não tem sofrer. Enfim, você sabe como eu sou, crio argumentos na minha cabeça e eles passam a ser a minha verdade. E até dar meia-noite a minha verdade era essa: "não tenho namorado, poxa, que pena. O que vamos fazer em mais um domingo friorento?". Acho que o problema começou ai... Sabe, eu sou sensível aos domingos - era meu dia feliz com você. A sexta e o sábado podiam ser maravilhosos ou terriveis, mas o domingo era sempre bom. Porque tinha mais uma semana afastado pela frente, então a gente se grudava pra acumular bastante um do outro, o suficiente pra não sufocar de saudade durante os próximos dias. Domingo era, definitivamente, o nosso dia feliz. Na praia, no cinema, almoçando no shopping ou esquentando a pizza do dia anterior e vendo filme no sofá. Mesmo depois que eu deixei de ser louca, continuou sendo terrivelmente vazio não ter você num domingo. E ai esse cacete de dia caiu exatamente num domingo. Friorento. Cinzento. Sem graça. Sem você. Meia-noite soltaram fogos e meu relógio apitou - nunca tinha percebido que meu relógio apita meia-noite, mas hoje percebi. Fico mais atenta aos detalhes em volta quando quero esquecer detalhes que não voltam. - Enfim, soltaram fogos e o relógio apitou, achei que era algum tipo de sacanagem cósmica com a minha cara e fui me sacanear mais ainda ao futucar pra achar aquele texto que eu te mandei uns três dias dos namorados atras, o primeiro sem você. Aquele em que eu dizia que "você poderia ir ser do mundo enquanto fingia não ser mais meu do que qualquer outra coisa no mundo". Cê levou a sério mesmo, hein? Caramba!! Três anos já se passaram e cê tá por ai, perdido.
Mas meu filho peludo tá aqui. E nessas horas é ele quem me salva. Porque eu me agarro nele e falo que não sei se o papai volta, mas se tiver que voltar, uma hora vai acontecer. Meu urso é a única coisa material que restou da parte bonita de nós dois. E a única que eu faço questão de manter. Porque com ódio ou com saudade de você, é nele que eu encontro qualquer "ponte" inexistente com aquele passado. Aquele passado que deve ser muito mais feio do que o meu cérebro faz parecer. E que de jeito nenhum pode ter sido tão bom quanto meu coração sente que foi. Se houvesse sido, não seria passado. Se nosso amor fosse tão grande quanto ele virou depois que terminou, não teria terminado. Coisas de Jéssica, você sabe.
Mas lembra o que eu disse no final do ano? "Até aparecer algo maior e mais devastador que você, é em você que eu vou pensar quando o momento for grande. E foda-se!" Pois é, dia dos namorados, por mais que eu tenha tentado abstrair, é sim um momento importante pra minha alma tão old school. E, inevitavelmente, eu vou passar o dia lembrando de você as vezes.
Espero, de verdade, e desde ontem eu venho pedindo muito por isso, que um dia você consiga não sentir raiva de mim. E que eu apareça na sua cabeça em momentos assim, grandes, fofos ou em domingos vazios.
Feliz dia dos namorados, porque usando as suas próprias palavras: Você sempre vai ser meu namorado.

Um comentário:

  1. Eu adoro que você não tem vergonha de falar o que sente,queria ter essa coragem.
    Parabéns!
    Beijos :)

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