quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pode ir tranquilo, teu rebanho tá pronto.

Sei lá porque as pessoas precisam ir embora, mesmo que não seja de repente.
Nunca soube lidar com a morte, e agora, na beira dos vinte, descobri que ainda não sei.
Fico parada, sem reação, sem cara, sem palavras, sem voz... Ajo feito boba no momento em que as pessoas precisam que eu me comporte como uma adulta. Não sei segurar a barra. E me envergonho. Queria ser agora quem conforta os entes tão queridos e tão amados, mas só consigo ficar aqui com um filme dos verões da minha infância passando pela cabeça, com a trilha sonora triste daquela música que diz "me mostre um caminho agora, um jeito de estar sem você...."
Minhas lembranças de você..... Todas são felizes. Sempre juntando a familia, mobilizando nós - as crianças - em volta de um congelador inteiro de sacolés de todos os sabores, fazendo aquele macarrão maravilhoso, servindo biscoito e nos divertindo muito com todas as brincadeiras que só os vôs sabem fazer. Você não foi o meu avô, mas foi sempre como se fosse. E me aceitava como neta. Lembro direitinho de quantas e quantas férias nós passamos juntos nas casas de praia, e lembro quase nitidamente de todas suas brincadeiras.
Eu sei que do jeito que tava, a solução que Deus encontrou foi melhor, mas eu nunca tô preparada pra perder alguém. Dói.... Só queria que você soubesse que eu sempre fui tão fã sua, mesmo quando era uma garotinha. E que você foi sim o meu terceiro avô. Você foi maravilhoso pra todo mundo que te cercava e agora merece toda paz que os céus vão te dar.
Olhe por todos nós e, assim que puder, mande muita força pra quem ficou por aqui.
Você sempre vai ser uma lembrança maravilhosa.


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