É impressionante como em cada ano que passa o natal chega mais cedo. Li, outro dia, em algum lugar, que em alguns anos o coelhinho da páscoa e o papai noel vão se encontrar no meio do shopping, a mais pura verdade. Mas o pior não é essa coisa desesperada do comercio de ganhar mais dinheiro e logo, essa compulsão por ser cada vez maior, cada vez mais lider, cada vez mais o cérebro das pessoas. O pior é que a ganancia dos outros tras a tona, sempre mais cedo do que no ano anterior, todas as depressões que eu desenvolvi especialmente pros finais de ano. Faltam exatos 29 dias pro natal e eu já tô sofrendo por mais uma virada de ano triste, sem graça e sem ele. São exatamente uma da manhã e eu me peguei enrolando na cama, sem conseguir pregar o olho, pensando na porra da maldita virada do ano. Mais uma, e essa pra selar de vez a catastrofe que é estar sozinha. Passei o ano inteiro fazendo planos e promessas: no reveillon tudo vai estar bem. Esse reveillon vai ser ultra-mega-super-plus foda pra compensar o do ano passado que foi um lixo. E então, surpresa, surpresa: um lixo maior ainda me espera logo ali, dia 31 de dezembro. Porque não importa, sabe, que eu vá pra aquela porra de festa que o convite é 390 reais, não importa que eu vá pra Búzios, não importa nada. Vai dar meia noite, os fogos vão estourar e o unico lugar que eu vou desejar estar, mais que tudo, é no colo dele. Mas eu não vou estar, então, eu posso pagar cinco mil reais em qualquer lugar, mas afirmo: o reveillon vai ser uma merda! O mais triste de tudo isso é sabe o que? Eu me conformei. Me conformei com reveillons ruins, me conformei com natais de querer cortar os pulsos, com os aniversários vazios, com os 28 de setembro sufocantes, os 30 de dezembro chorados na cama. Me conformei que vai ser assim. Até que um dia não vai ser mais. Só que eu não sei quando vai ser esse dia, a unica coisa que eu sinto é que ainda vai demorar tanto! Não são dois meses brincando de gostar do menino mais bonito do colégio, não é um amor que nasceu do nada pelo melhor amigo, não é uma paixão bobinha... É a minha adolescência inteira, são cinco (ou seis, vocês escolhem) anos com o coração parado no mesmo cara. E aí agora, assim, de tanto errar, tenho que apagar tudo? Esquecer tudo? Outro dia tentei essa coisa de pensar em tudo de ruim que eu passei, pra ver se o amor diminuia. Aumentou. Se é que isso é possível, ficar maior do que já é. Mas é que pra cada lembrança ruim, vinha a carinha do depois, do arrependimento, os olhinhos que não queriam me perder, o abraço mais apertado do mundo querendo me segurar ali pra sempre. Me diz agora, que data comemorativa vai ser feliz, sem ele?! Me diz se tem motivo pra comemorar?! Eu sei: você tem as pernas, os braços, os olhos, menina, para de tanto drama! Mas pra que? Me diz, pra que? Pra abraçar quem? Pra olhar quem? Drama demais pra 1,63m de gente, eu sei disso também. As vezes, eu me sinto uma gigante por ter todo esse sentimento cabendo dentro de mim. Mas então eu lembro que ele é, todo dia, toda hora, esmagado ou ignorado, logo vem a sensação de ser pequenininha, quase uma formiga insignificante. Conformação nunca foi a minha praia, mas parafraseando um cliche: foi o conformismo quem tomou conta do lugar dele. Não quero outro amor. Sou a prova viva de que 'só um amor cura o outro' é a maior mentira do mundo. Não quero, eu gosto desse amor. Gosto das minhas ilusões, das minhas lembranças, da minha saudade. E se solidão e dor são os preços pra ter ele presente na minha vida, de algum jeito, é isso que eu vou pagar. Que venha o natal com o coelhinho da páscoa, que venha o reveillon e um possível e (por todos) esperado como alcoolico, que venha o ano que vem com todas as melecas de datas que me jogam pra baixo do fundo do poço. Que venham os próximos dez, vinte, trinta anos. Mas, por favor, Deus - se é que Você ainda para pra escutar meus pedidos - por favor, que isso tudo, um dia, valha a pena.
E só pra constar e pra esse texto ter a mesma moral que todos os outros: EU TE AMO!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
Do latin, Fodere...
Voltar pra vida de antes é quase tão estranho como ficar parada entre as duas vidas. Dar um passo pra tras, pra tentar seguir em frente, não faz sentido nenhum. Marcos, João, Lucas, Daniel, Diego, Diogo... Tanto faz, são tantos e eu não me interesso por nenhum. É como diz a letra dessa música melada que não sai da minha cabeça "comparações são facilmente feitas, uma vez que se prova a perfeição". Como vou gostar de outro abraço se eu já tive o seu que me acolheu como se fosse feito pra mim? Como vou gostar de outro beijo? Insensato e facilmente comparável. A vontade que dá depois de beijar, só pra ver se finalmente chegou o cara que vai tirar você de todas as partes de mim, é sair correndo, me lavar inteira e me manter assim intocada, limpa, empalhada no lugar de sempre, esperando. Não é possível, Deus, não é possível que você não vá voltar. Um dia. Daqui quinze, vinte anos Tanto faz. Um dia você tem que voltar. Se não, eu vou ser incompleta pra sempre. Vou sair correndo e chorando sempre que acabar de dar o primeiro beijo em alguém. Vou ser sempre a menina meio bonitinha que o cara conheceu na night, mas depois que beijou, virou uma esquisitona. Vou ser pra sempre a esquisitona que espera o ex namorado. Se o cara consegue o milagre de passar dos três dias comigo - milagre mesmo - vem aquela etapa onde se quer saber porque os relacionamentos antigos deram errado. Ai, meu amigo, ai fodeu. Posso resumir em dez palavras a história da gente, posso encurtar, embelezar, deixar mais leve... Não tem jeito, quando o assunto chega em você, o cara pula fora. Sensato, devo adimitr. Mas triste. Que sentimento tão na cara é esse? Todos com o mesmo discurso sobre não ter superado o passado. Pois é. Ou então, que pérola, deixa gata, eu te faço esquecer esse mané. Mané?! O unico mané aqui é você, nem sabe sorrir, nem sabe falar, conhece três palavras dificeis e vai as empregando no meio de vinte mil girias, achando que tá arrasando, ralaaaaa. E ai, fico eu sozinha, mais uma vez. Não que a companhia de nenhum deles tenha realmente feito eu me sentir inteira, mas o contexto é esse: sozinha. Sempre sozinha. Empalhada, esperando. Comparações são facilmente feitas, uma vez que se prova a perfeição. Fui provar cedo demais, deu nisso. Me fodi.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
É isso.
A dor agora é diferente. É um luto cheio de saudade, mas conformado. Como se você tivesse ficado doente por muito tempo e já ausente da nossa vida. O sofrimento era meu, que parmaneci ao lado do seu corpo, já sem cosciência, em todos os minutos desde o dia que você se afundou no seu mundo e por lá ficou. A morte, por mais que tenha sido uma medida dolorosa e drástica, aliviou o sofrimento. Você está melhor onde está, e eu tratarei de ficar melhor aqui, onde estou e sem você. Lembranças traidoras me ameaçam todos os dias, mas eu resolvi não lembrar de você com rancor por ter me deixado, e sim com alegria por ter feito tão bem a minha vida no tempo que esteve presente nela. O que veio depois foi culpa só minha, que guardei seu lugar mesmo sabendo que você não voltaria. E eu apaguei todas essas más memórias. Você morreu e isso é triste. Porém, não é mais triste do que ter te transformado no vilão da história. Agora acabou. Acabou o drama, acabaram os apelos, o tanto implorar. É só seguir em frente, seja lá o que isso quer dizer. Cada dia que passa eu consigo te transformar mais em um, dois ou três capitulos lindos do meu livro da vida, e cada dia mais eu entendo que vai ser só isso. Nesse livro não tem espaço pra outro capitulo inteiro dedicado a você. Vai ser pra sempre a minha referência de que amor pode dar certo, mas não adianta insistir. Amor dura sim, e porque não pra sempre?! Mas muda. E quando chega a fase de amar à distância, como lembrança e não como presente, é isso que deve ser feito. Matei você pro bem de nós dois. É mais fácil conviver com você morto dentro de mim, do que com você tão ausente. A dor ainda dói sem parar, mas entre a dor de poder lembrar de você sem culpa e a dor de me obrigar a não lembrar, escolhi a primeira. Sua vida-após-o-dia-que-eu-te matei-em-mim não me interessa. Não muda o fato de que você se foi. Nos coloquei em planos espirituais diferentes. Tudo que acontecer com você, daqui pra frente, não me cabe. Eu sei que você vai olhar por mim de vez em quando. Eu vou continuar rezando por você todos os dias. E pronto, é esse o limite. Do fundo do coração: felicidades. Pra você e, principalmente, e sem me preocupar em soar egoísta, pra mim. Sinto muito pela sua morte, mas é só isso que eu posso fazer: sentir e te deixar ir. Talvez pra todo o sempre.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Só enquanto eu respirar.
Eu tentei. Tentei mesmo, de verdade e com todas as forças que eu sou capaz de ter, quando você não tá aqui, te fazer voltar. Fui legal, mostrei pra você, e pro mundo, o quato eu ainda sou apaixonada, fui atras, sumi. Virei especialista no jogo de frio e quente. Apesar do meu coração ter me traído inumeras vezes e eu ter sido muito mais presente do que ausente. Implorei atenção, implorei amor, implorei perdão, calor... Virei uma pessoa, verdadeiramente, digna de pena. Tudo isso por te amar demais. Não adiantou. Nem nada que eu faça vai adiantar, porque seu coração já não tem mais lugar pra mim. E agora, é tão triste te ver com uma em cada semana. Tão triste rezar pra você ter intervalos pra mim. Bom, eu sei, sempre vou ser parte de você. Mas eu no passado. No presente, o lugar vazio, ao seu lado, não é e nem tem chance de poder ser meu. Passou, né?! Meu coração só sente que tem chance porque é burro, não é mesmo?! Entendi. Tá doendo, pra ser muito sincera, tá doendo mais do que qualquer dor que eu já senti na vida. Mas eu entendi. Acabou. Dessa vez, quem sabe, pra sempre. Te esquecer vai ser a coisa mais triste que eu vou fazer em dezoito anos de vida. Pior do que ter passado tanto tempo fingindo amar outros, pior do que viver tanto tempo sem você... Te esquecer vai levar embora a melhor parte de mim. O daqui pra frente é incerto demais e machuca sem nem ter acontecido ainda. Mas você, que irônia, logo você que causa todo esse vazio, nada tem haver com isso. Alias, quem eu penso que em engano?! Te esquecer nunca vai acontecer. Só tenho que lembrar como consegui te esconder dentro do meu coração naquela outra vez. E voltar a viver inventando mil maneiras diferentes de não pensar. Voltar a viver fingindo. Voltar a não viver.
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